Por Humberto Paz
À sombra delgada do Monge Lendário
Que, imponente, do alto da colina
Sobre o verde vale se espraia,
O coração vagueia delirante
Na silhueta azul da serrania,
Em vibrações de eterno palpitar,
Seguindo a sinuosa linha que separa
Céu e Terra ... a contemplar
As lindas flores do Jardim de minha rua:
Saletes, Lourdes, Cláudias, Milcas...
Aroma leve de pétalas de rosas,
Aonde minh'alma adolescente flutua.
Quantas delas vi desabrochar,
Exalando alvos perfumes de jasmins?!...
Elpídias, Zélias, Terezinhas,
Cecilias, Helenas, Margaridas,
Márcias, Najlas e Gerúsias,
Izabéis, Vanjas, Marúzias,
Socorros, Marias, Fátimas, Conceições,
Goretes, Neumas, Neides e ... emoções!...
Minha rua - de suave chão batido,
Manto sagrado que meus pés beijou,
Peito nu, liberdade e diversão,
Cheiro de terra molhada às primeiras chuvas
Contendas lúdicas de bola (...) e pião...
O tempo passou apressado
E eis que um belo dia,
Entre ruinas e curvas do passado,
Toscas pedras te roubaram a poesia!
Barulhentas máquinas assassinas,
E o pavor na pressa de quem as guia,
Em vez de dóceis caravanas asininas
Que formavam em harmonia com as pessoas,
Se esvaíram na poeira do tempo
Tanto sentimento e tantas coisas boas!...
(Humberto Paz).
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