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sábado, 26 de novembro de 2011

CANGAÇO É HISTÓRIA

Por: Jotabê Medeiros - Belo Horizonte


A Polícia Pernambucana estava à procura de Lampião que era fugitivo daquele Estado e no inverno pesado de 1928 ele chegou à Piçarra, sítio de propriedade do seu amigo “Seu Tonho” acompanhado de apenas 9 cangaceiros e pouca munição.
Vinham esfomeados e se alojaram na parede do açude, aonde esperavam a comida e a munição que viria da cidade de Juazeiro. Naquele mesmo dia, Antonio Piçarra recebeu a força pernambucana comandada pelo tenente Arlindo Rocha que exigiu a entrega do cangaceiro sob a ameaça de matar todos na fazenda, caso o protegesse. Não querendo entregá-lo, por conta da amizade com
Padre Cícero e da certeza que se ele escapasse voltaria para vingar-se, Seu Tonho, avisou-o, por intermédio de um portador, que se retirasse da fazenda pois a casa se encontrava cercada por 100 policiais. Gostaria muito de evitar inimizade com o cangaceiro e por isto deu-lhe a oportunidade de fugir. Lampião, no entanto, não atendeu à sugestão do amigo e preferiu enfrentar a Polícia. Durante o combate, sua munição acabou e ele fugiu para o Estado de Sergipe, onde tinha parentes, com o bando; mas perdeu “Sabino Gomes”, o seu cangaceiro mais valente, nesta luta.

Seu Tonho recebeu muitas ameaças de vingança por parte de Lampião durante o período em que ele estava em Sergipe, antes de ser morto. Mas este nunca mais voltou ao Ceará.

Não se pode condenar os coiteiros de Lampião ou de outros cangaceiros; eles não tinham segurança garantida por parte da polícia, e corriam risco de vida, junto à família, caso se negassem ajudá-los.

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