Por: Jornalista Geraldo Maia
Os proprietários da “Fazenda Santa Luzia”, Sargento Mor Antônio de Souza Machado, português residente em Russas, Ceará, requereu ao visitador diocesano de Olinda, Pe. Inácio de Araújo Gondim, de passagem por Aracati, autorização para erigir uma Capela em homenagem à Virgem de Siracusa, para fazer cumprir uma promessa de sua esposa D. Rosa Fernandes, no qual foi atendido, em sua petição com data de 5 de agosto de 1772. Existia, porém, uma condição: que a Capela fosse construída em pedra e cal e que houvesse um patrimônio em terras doada à Santa. As exigências foram aceitas e as providências foram tomadas pelo Sargento Mor Souza Machado, de modo que em janeiro de 1773 a Capela já estava pronta, construída com os cruzados do Sargento Mor e o auxílio dos devotos circunvizinhos, no mesmo local onde hoje se encontra a Catedral de Santa Luzia. Mas a pequena Capela não tinha a imagem da Santa. Até que em 1779, D. Rosa Fernandes manda trazer de Portugal uma imagem de Santa Luzia, em madeira, adquirida pelo valor de 25$600. Essa imagem é a mesma que até hoje é conduzida nas procissões e peregrinações.
Santa Luzia nasceu em Siracusa em 281 da era cristã, descendente de uma família patrícia e abastarda. Sua mãe, Eutíquia, era uma nobre matrona que a educou na fé cristã. Naquela época, o cristianismo que ainda estava em perseguição, ia triunfando lentamente sobre o mundo pagão. Mas era uma época em que defender a fé, caracterizava-se como risco mortal.
Luzia tornou-se uma moça bela, rica e herdeira única de fabulosa fortuna. Isso fez com que logo despertasse o interesse dos jovens de sua época, particularmente de um rapaz pagão, apegado à boa vida e aos prazeres, que dizia-se apaixonado. Mas ela, Luzia, havia se consagrado totalmente a Deus pela renúncia do amor carnal, das paixões terrenas e da vida conjugal.
Naquela época, Diocleciano, Imperador romano, havia instaurado a 10ª perseguição contra o cristianismo nascente. Para os cristãos não restava outra escolha a não ser sacrificar-se aos deuses e ao Imperador, ou o martírio.
Vendo-se rejeitado por Luzia, o seu pretendente valeu-se do decreto imperial que ordenava a perseguição aos cristãos, como instrumento de vingança, e a denunciou ao prefeito de Siracusa, Pascásio, que não perdia tempo em fazer algo para agradar ao Imperador. Presa, Luzia negou-se a render culto aos ídolos. Isso irritou o Prefeito Pascásio que a condenou a pena capital. E no dia 13 de dezembro do ano de 304, Luzia era decapitada. Esse foi o seu “dies natalis”, o dia do seu nascimento, como a Igreja denomina, na vida dos santos, o dia em que nascem para a Vida Eterna.
E Mossoró comemora o dia de Santa Luzia com grande festa, festa essa que começa normalmente no dia 03 de dezembro e segue até o dia 13. O encerramento da festa se dá com a procissão que sai da Catedral, percorre diversas ruas da cidade e volta a igreja, acompanhada de grande massa humana.
A cada ano, a procissão de Santa Luzia aumenta com a vinda de romeiros de municípios de todo o Estado e até de Estados vizinhos. Foram quase 150 mil pessoas que acompanharam a procissão no ano passado, o que a torna uma das maiores manifestações religiosas do país. Eram crianças, jovens, adultos e idosos emocionados que seguiam a procissão.
13 de dezembro, dia de Santa Luzia, Padroeira de Mossoró. Nesse dia, a comunidade católica mossoroense em procissão pelas ruas da cidade, entoa em uníssono o famoso refrão: Ó Santa Luzia, pedi a Jesus, que sempre nos dê, dos olhos a luz.
Extraído do Blog do GEMAIA
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