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segunda-feira, 12 de maio de 2014

Frederico Pernambucano recebe o Cariri Cangaço

Por Manoel Severo
Manoel Severo e Frederico Pernambucano de Melo

O sol da manha do último sábado, dia 03 de maio, nem havia alcançado as nuvens, quando em Recife; em função de um compromisso profissional tomei uma decisão de revisitar a Fundação Joaquim Nabuco. Desatento não confirmei que o expediente para visita pública se resume aos dias da semana... Passamos ao largo e fomos desembocar lá no Museu do Homem do Nordeste, uns 2 km mais acima, na mesma rua. Chegando ali, os portões também cerrados nos forçaram uma breve conversa com o chefe de segurança, companheiro Félix.

Conversa vai, conversa vem, Museu pra cá, Fundação prá lá, Lampião, Pernambuco, Volantes, foi quando perguntei ao Félix: "Companheiro você sabe me dizer se temos alguma peça do acervo de Frederico Pernambucano aqui no Museu ?" Félix me olhou e falou: "Olhe Dr. Severo aqui não sei não, mas ele mora aqui ao lado, menos de 100 metros, porque o senhor não vai até lá ?" Rapidamente compreendi que não havia chegado ali, numa manha de sábado a toa. Imediatamente liguei para o confrade Geraldo Ferraz que me passou o telefone da residência de Frederico.



Liguei e logo fui convidado sem demora para ir até sua casa, uma autêntica réplica de um jardim sertanejo; para trocarmos uma boa prosa e enfim travarmos este encontro, esperado havia muito tempo, uma vez que, por incrível que possa parecer, não nos conhecíamos pessoalmente.

Por longas e boas horas ficamos ali na área externa de seu jardim colocando ou posicionando a "conversa em dia". Cariri Cangaço, Ceará, Pernambuco, Virgulino, Maria Bonita, Dadá, Sila, Corisco, Tirania, Audálio Tenório, Padre Cícero, Benjamim, Delmiro Gouveia, Jacaré, Herculano, Baronesa de Água Branca, Padre Ibiapina, Cordeiro Neto, Antônio Conselheiro... "Vixe Maria !" foram tantos os personagens e tantas as revelações para apenas uma manhã que sem dúvidas nos permitem o dever de retornar.




Frederico Pernambucano de Melo nos recebeu como a amigos que acabavam de se reencontrar; sua gentileza e amabilidade bem próprias daqueles que cultivam a verdadeira alma sertaneja, nos encantou a todos nos marcando um dia ímpar, quando  o inesperado acabou proporcionando esse encontro.

Nos resta agradecer toda a cordialidade com a qual fomos recebidos por Frederico Pernambucano e uma convicção: Na verdade o que guardamos de nossa vida são o conjunto de experiências vividas e principalmente compartilhadas, e nesta caminhada ao longo destes anos todos ligados ao universo da pesquisa e estudo de tema tão intrigante como o cangaço, temos construído relacionamentos verdadeiramente preciosos e isso não tem preço.

Manoel Severo
http://cariricangaco.blogspot.com


http://jmpminhasimpleshistorias.blogspot.com

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