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domingo, 16 de outubro de 2016

PONDO A ALMA NO OFÍCIO

Por Valberto Barbosa de Sena

O artesão vira artista
Moldando a matéria prima
De maneira que ela exprima
Sua visão e exista
Na modelagem do barro
Traz a perfeição do jarro
Com manobras de artifício
E a habilidade sua
Às gerações perpetua
Pondo a alma no ofício.

Desempenhando a função
O artesão vira artista
O seu mundo ele conquista
Na palma de cada mão
A sua obra atrativa
Transforma em moeda viva
Com pequeno sacrifício
O profissional sério
Do pouco faz seu império
Pondo a alma no oficio.

Começando outro trabalho
Já descrito em uma lista
O artesão vira artista
Na perfeição do seu talho
Talhando madeira nobre
Pouco a pouco ele descobre
Do entalhe algum resquício
Ali já preexistente
Contente ele segue em frente
Pondo a alma no ofício.

Sem querer levantar crista
Por achar ser um defeito
Em cada serviço feito
O artesão vira artista
Mas seu ego se transparte 
Em cada obra de arte
Do campo do fictício
Nessa profissão bacana
Sai semana entra semana
Pondo a alma no ofício.

Às vezes foge da mente
Seu belo Dom de criar
Mais ele vai procurar
E encontra novamente
O artesão vira artista
Ao encontrar qualquer pista
Mostrando o menor indício
Ai usa a sua prática
Com precisão matemática
Pondo a alma no ofício.

Quando alguém lhe encomenda
Algum trabalho exclusivo
Ele observa o motivo
Para aumentar sua renda
Pra que o freguês não insista
O artesão vira artista
Como voltando ao início
Nesse seu trabalho novo
Dá a si o seu aprovo
Pondo a alma no ofício.

Na área da reciclagem
Que agora está no pique
Ta chegando gente chique
Com uma nova roupagem
Nessa recente proposta
Por fazer tudo que gosta
O artesão vira artista
Fazendo o seu exercício
Pondo a alma no ofício
Pra que a terra resista

Assim nessa nova onda
Criativa e atual
Recolhe o material 
Onde quer que ele se esconda
Todo reciclado bruto
Retorna em novo produto
Depois do seu benefício
O artesão vira artista
Além de especialista
Pondo a alma no ofício

Provando que é capaz
Na profissão escolhida
O artesão dá a vida
Para fazer o que faz
Até quando deita e dorme
Seu Dom o segue conforme
Segue um viciado ao vício
De qualquer ponto de vista
O artesão vira artista
PONDO A ALMA NO OFÍCIO

Valberto Barbosa de Sena. Poeta Popular. Paraibano de Água Branca. 


 "Touro Mansinho" (lendário touro zebuíno, da raça Guzerá, que o Padre Cícero ganhou de presente do cearense Delmiro Gouveia no começo do século XX e que foi criado pelo Beato Zé Lourenço.) Esta espetacular obra de arte, em sucata de ferro, em tamanho natural, encontra-se em fase final de acabamento no Museu do Sertão, pelo talentoso Artista Plástico mossoroense Elson Mesquita. Acessem o site do Museu do Sertão da Fazenda Rancho Verde (Mossoró - RN): 


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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