Meu amigo e
irmão Raimundo Feliciano:
Dizem que
relembrar o passado é sofrer duas vezes, mas na verdade, tenho plena certeza que,
você e todos os adeptos daqueles tempos vividos por nós naquele internato “Instituto
Mário Negócio”, relembraremos até o dia em que estivermos vivos, porque não
passamos por coisas ruins, tudo vivido ali, tanto no prédio “Chico de Clara”
que você foi um dos internos de lá, como na Rua Alberto Maranhão (bairro
Paraíba), de propriedade da industrial “Edite Souto, na Rua José de Alencar (também no bairro Paraíba), de
propriedade de um senhor chamado “Antonio Nunes”; na Rua
Almirante Barroso, nos igapós do bairro Pereiros, prédio de propriedade do
industrial “Tertuliano Aires” (seu Terto); foram momentos que passamos como se
nós todos fôssemos irmãos.
Ninguém se estranhava com ninguém, apenas brincadeiras
sem humilhações contra nenhum de nós, surgiam vez por outra, principalmente
idealizadas por você, mas era apenas uma forma de continuarmos mais unidos.
Raimundo Feliciano e José Mendes Pereira
www.grafatorio.com
Hoje, amanheci
como se ainda estivesse internado naquele “Instituto”, vivendo os tempos bons
com nossos amigos, que alguns deles já se foram para junto de Deus, outros, nós
não os vimos mais, por estarem em cidades distantes da nossa. Mas mesmo assim, temos informações de alguns
que conseguiram formar famílias e vivem divinamente bem.
O que é mais
interessante, é que eu sempre sonho, ocupando aquele espaço, que o governo nos
sustentava com tudo que é necessário para o futuro de uma criança ou de um
jovem. Um bando de desocupados como nós éramos, comendo do bom e do melhor,
mas a sorte, é que, ninguém se tornou marginal de forma alguma, todos nós fomos bem
informados pelas professoras da Instituição, principalmente por dona Caboclinha e dona Severina Rocha (infelizmente, ambas faleceram no ano de 2015) sobre a vida que nós iríamos enfrentar, com dignidade, amigos dos
amigos e sem nenhum vício proibido.
Muitos deles, inclusive você e eu, éramos viciadíssimos em fumar, mas cigarro convencional, muito embora, ofensivo, mas era e continua sendo legal diante das autoridades que perseguem tudo que é ilegal.
Muitos deles, inclusive você e eu, éramos viciadíssimos em fumar, mas cigarro convencional, muito embora, ofensivo, mas era e continua sendo legal diante das autoridades que perseguem tudo que é ilegal.
Esta é uma bolandeira para fazer as composições juntando
as letras e formando os nomes dentro dela.
Mas uma das
coisas que muito me faz relembrar, são sonhos sobre a Editora Comercial, que
sempre naquela luta, indo e voltando para a Editora para fazer as mesmas
coisas, chapas, impressões, depois de tudo encadernado, passar pela máquina
aparadora, que é, o último acabamento de qualquer trabalho gráfico, inclusive
livros.
Um componedor gráfico onde o tipógrafo faz os nomes juntando letra por letra
Eu não sei
como é que um sonho divide o tempo, fazendo com que às 11:00 horas do dia, eu
venho para casa, almoço, tomo um cochilo, e 1:00 hora da tarde, retorno ao
trabalho. À noite, tomo direção à faculdade, pegando carona nas paradas de ônibus, porque nelas, passará uma porção de amigos que também irá à (UERN) - Universidade Estadual do Rio Grande do Norte.
Nesta caixa estão as letras feitas de chumbo
Às vezes, sonhando, faço horas extras na
própria Editora, o melhor, o sonho divide o meu tempo bem direitinho; chegando até um mês, recebendo salário.
Linotypo - As letras são feitas na hora
No sonho, vejo as fontes
de letras, todas ali ao meu redor, compondo graficamente, em um componedor e uma bolandeira, todas as matérias dos
originais, mas sendo letra por letra.
É muito engraçado, "o sonho".
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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