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sábado, 14 de janeiro de 2017

PALMILHANDO O SERTÃO VELHO DE GUERRA

Por Clerisvaldo B. Chagas, 13 de janeiro de 2017 - Escritor Símbolo do Sertão Alagoano - Crônica 1.618

Verificado o equipamento, após um café madrugador e nordestino, saímos para o Alto Sertão Alagoano em busca de um escorregadio Ponto Extremo Oeste. No roteiro do mapa traçado, fotografamos o rio Capiá, o serrote (inselberg) do Carié, a serra da Caiçara (Maravilha), o rebordo do Maciço de Mata Grande e botamos para cansar os pneus pela BR-423. De Maria Bode, entramos para fotografar Delmiro Gouveia que muito progrediu. Mostra-se bonita, organizada que parece uma pequena capital. É uma das treze cidades atrativas de Alagoas. E assim, furando os municípios de Santana do Ipanema, Poço das Trincheiras, Maravilha, Canapi, Inhapi, Olho d’Água do Casado, Água Branca e Delmiro Gouveia, fomos contemplando o sertão pelado, pedregoso, cinza, onde o gado lambe a terra nua, seca e poeirenta. Uma tristeza sem fim! Todavia, as serras mais perto ou bem distantes apresentavam-se num festival de desenhos criativos disputando desafios e beleza. Apaixonado pelo compartimento Relevo, da Mãe Geografia, babava de vontade de “avionar” por aqueles paredões projetados pessoalmente pelo Grande Arquiteto do Universo.

Motorista Luciano e escritor Marcello Fausto, domam o tigre da Maravilha - Foto: (Clerisvaldo B. Chagas).

Finalmente fomos encontrando trechos do Canal do Sertão, onde o paraíso quer salvar o inferno, até sumir nos braços da BR-110. Chegamos à divisa de Alagoa com Pernambuco no povoado Caixão no represamento do rio Moxotó. Ô região péssima para informações! Meu mapa estava correto e era preciso do Caixão andarmos mais a jusante da barragem, quatro quilômetros para a antiga foz do rio Moxotó, Ponto Extremo Oeste de Alagoas.  Mesmo estando certos, ainda fomos persuadidos a buscar informações em solo pernambucano no povoado Volta do Moxotó, onde o rio represado passa dali e forma um novo desaguadouro. Pense na temperatura, no deserto e na vegetação que só mostrava macambira e jurema secas. Um cabra da Volta do Moxotó nos informou o que eu já sabia, mas para chegar até a antiga foz do rio Moxotó não havia caminho. De canoa saindo do povoado Caixão não era aconselhável. Somente procurando Paulo Afonso para se subir de lancha até a foz afogada do rio Moxotó. Quem, eu? Vai “tu mesmo, vei!”.
Retornamos com o material capturado, deixando o passeio de lancha para depois. A meta agora é o Pontal da Barra, Ponto Extremo Sul de Alagoas em Piaçabuçu, mas aí é outra história ainda dentro deste mês. Todos os pontos extremos do estado terão fotos e considerações para muito mais conhecimentos dos leitores.

A equipe era composta do assistente professor, escritor e historiador Marcello Fausto e o motorista Luciano. Não perdemos uma só foto das 30 que testemunharam o trabalho. Já estão no livro as quinze escolhidas. Depois eu conto mais.



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