Parte do todo escrito por Lira Neto no blog abaixo:
Lampião e os seus cangaceiros / Foto: Domínio publico.
(...)
Embora seja
inadequado referir-se aos cangaceiros como guerrilheiros – eles não tinham
nenhum propósito político –, é inegável que lançaram mão de táticas típicas da guerrilha.
Habituados a viver na caatinga, não eram presa fácil para a polícia,
especialmente para as unidades deslocadas das cidades com a missão de
combatê-los no sertão. Uma das maiores dificuldades de enfrentá-los era a de
que preferiam ataques rápidos e ferozes, que surpreendiam o adversário. Também
não tinham qualquer cerimônia em fugir quando se viam acuados. Houve quem
confundisse isso com covardia. Era estratégia cangaceira.
➽ Tropa de elite: Os bandos eram sempre pequenos,
de no máximo 10 a 15 homens. Isso garantia a mobilidade necessária para a
realização de ataques-surpresa e para bater em retirada em situações de perigo.
➽ Calada da noite: Em vez de se deslocar a cavalo
por estradas e trilhas conhecidas da polícia, percorriam longas distâncias a pé
em meio à caatinga, de preferência à noite. Para evitar que novas vias de
acesso ao sertão fossem abertas, assassinavam trabalhadores nas obras de
rodovias e ferrovias.
➽ Os apetrechos: Todos os pertences do cangaceiro
eram levados pendurados pelo corpo. Como não se podia carregar muita bagagem,
dinheiro e comida eram colocados em potes enterrados no chão, para serem
recuperados mais tarde.
➽ Raposas do deserto: Cangaceiros eram mestres em
esconder rastros. Alguns truques: usar as sandálias ao contrário nos pés. Pelas
pegadas, a polícia achava que eles iam na direção contrária (detalhe); andar em
fila indiana, de costas, pisando sobre as mesmas pegadas, apagadas com
folhagens; pular sobre um lajedo, dando a impressão de sumir no ar.
➽ Peso morto: Com exceção de sequestrados, quase
nunca faziam prisioneiros em combate, pois isso dificultaria a capacidade de se
mover com rapidez. Também não mantinham colegas feridos ou com dificuldade de
locomoção.
➽ Seu mestre mandou: Para resolver discórdias
internas no bando, Lampião sempre planejava um grande ataque. Todos os membros
do grupo se uniam contra o inimigo e deixavam de lado as divergências entre si.
➽ Os infiltrados: Quem dava abrigo e esconderijo
aos cangaceiros era chamado de coiteiro e agia em troca de dinheiro, de
proteção armada ou mesmo por medo. Coiteiros que traíam a confiança eram mortos
para servirem de exemplo.
➽ Rota de fuga: As principais áreas de ação do
cangaço eram próximas às fronteiras estaduais. Em caso de perseguição, eles
podiam cruzá-las para ficar a salvo do ataque da polícia local.
➽ Fogo amigo e inimigo: Durante os combates, havia
uma regra fundamental: em caso de retirada, nunca deixar armas para o inimigo;
nas vitórias, apoderar-se do arsenal dele.
(...)
http://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/brutal-lampiao.phtml#.WjAqwFWnGUn
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário