Padre Manoel Firmino Pinheiro - 12/12/1870, Penedo – AL - 23/ 06/1954, Itaporanga - PB
Dois momentos deste
sacerdote na saga lampiônica
Na história do cangaço figuram diversos padres que tiveram um envolvimento direto ou indireto na saga lampiônica. Vide José Kherle, Arthur Passos, Padre Lima entre outros.
Na história do cangaço figuram diversos padres que tiveram um envolvimento direto ou indireto na saga lampiônica. Vide José Kherle, Arthur Passos, Padre Lima entre outros.
De acordo com
o escritor Daniel Lins, na pág. 08 do seu livro ‘Lampião: o homem que amava as
mulheres’, o padre Manoel Firmino Pinheiro foi pároco da histórica São José do
Belmonte, PE entre 1914 e 1916, que nesta época pertencia a diocese de
Floresta, teria sido o padrinho de Crisma do menino Virgolino em
1912.
Pouco mais de duas décadas depois, este sacerdote teria nova participação
quando o cangaceiro Mariano teria entregue o seu filho recém-nascido
aos seus cuidados.
Eis o conteúdo do bilhete
“SR. PADRE FIRMINO“
Mando essi minino para o senhor criar.
Pode criálo que ele não é culpado dos mal-feitos do pai.
Nasceu no dia 21 de abril, ás 8 horas da noite.
Filho de MARIANO LAURINDO GRANJA E OTÍLIA MARIA.
Peço ao senhor para ser o padrinho e Nossa Senhora a madrinha.
(Fonte: Livro: Almas do Nordeste de C. Nery Camello.
Eis o conteúdo do bilhete
“SR. PADRE FIRMINO“
Mando essi minino para o senhor criar.
Pode criálo que ele não é culpado dos mal-feitos do pai.
Nasceu no dia 21 de abril, ás 8 horas da noite.
Filho de MARIANO LAURINDO GRANJA E OTÍLIA MARIA.
Peço ao senhor para ser o padrinho e Nossa Senhora a madrinha.
(Fonte: Livro: Almas do Nordeste de C. Nery Camello.
Mariano
Laurindo Granja, sua companheira Otília e o filho do casal.
Marcou época quando de sua passagem pela Paróquia de Belmonte. Portando sempre uma "pistola Parabellum na cintura", definia-se ele próprio através de uns versos que gostava de recitar:
Me chamo Mané Firmino
Fui vigário em Viçosa
Visto batina custosa
Do ornamento mais fino
Para tudo tenho um destino
Dou provas nesta cidade
Na igreja ao pé da grade
Fazendo a lei de Cristo
Conforme a roupa que visto
Na batina sou um Padre
Sou chefe municipal
Sou homem particular
Gosto da sociedade
Sou amante da vaidade
E quero que cresça o meu nome
Para que ninguém o tome
Sou protetor de assassino
Sou Padre Mané Firmino
E na batina sou bom Padre.
Nos panos sou forte homem
Na pena faço figura
Na farda sou bom soldado
Na justiça magistrado
Nas armas faço bravura
Gosto também da fartura
Ando garboso e faceiro
Sou galo do meu terreiro
Isto herdei do meu avô
Morro, mato, apanho e dou
Nas armas sou cangaceiro.
Político e polêmico
O padre Manoel Firmino gostava tanto de política que ao chegar em Mata Grande, sertão de Alagoas, se aliou a família Malta e depois se tornou um ferrenho adversário, principalmente do então Coronel Zé Malta. O padre já havia sido exercido um mandato de Deputado Estadual provavelmente antes de ir para aquela cidade, ser pároco e prefeito do aludido município.
O religioso residia na Rua de Cima e promovia festas noturnas com o intuito de tirar o sossego daqueles que não eram correligionários e não podiam frequentar o ambiente.
Criava um casal de cachorros e o macho ele denominou de “Vosmicê”. Quando alguém perguntava o nome do cão ele respondia Vosmicê e logicamente quem estava presente dava muitas gargalhadas. O padre, brincalhão, também gostava disso e sorria bastante.
Certo dia de domingo aconteceu justamente com um matuto que, desconfiado das gargalhadas ficou bastante acanhado. Instantes depois passou a cadela e o matuto inocentemente perguntou: Padre aquela é a mãe de vosmicê?
Quando o Coronel Zé Malta voltou ao poder o padre teve que sair de Mata Grande.
Contam que ao sair contra a vontade rogou uma praga no adversário, dizendo que ele tinha que morrer sofrendo muito, e que seus descendentes haveriam de brigar entre si até a quinta geração e que a cidade ainda ia ser coberta por melões de São Caetano.
Segundo conta o paraibano Antonio Caíca, nascido na cidade de Santana dos Garrotes, o Padre Manoel Firmino, da carreira que deu de Mata Grande, foi parar na paróquia de Misericórdia no Estado da Paraíba onde assumiria em 1º de dezembro de 1935. Como tinha o sangue político correndo e fervente em suas veias chegando em Misericórdia se candidatou a Prefeito e ganhou dos políticos locais, que se reuniram e na eleição seguinte retomaram o poder.
Reza a lenda que, como o nome Misericórdia era nome da igreja os políticos mudaram o nome deste município para Itaporanga e quem chamasse a cidade de Misericórdia era preso e levava umas palmadas.
Tanto que certo dia um matuto foi se confessar com o Padre e como tinha muitos pecados foi obrigado a rezar ali mesmo, no confessionário , um Pai Nosso , uma Ave Maria e uma , Salve Rainha. O matuto se saiu bem, porém na vez da Salve Rainha disse: Salve Rainha, Mãe de "Itaporanga", vida doçura...”
Foi o Padre Manoel Firmino quem mandou erguer o o atual Cruzeiro no Monte Santo em Itaporanga, substituindo o antigo.
Com informações dos pesquisadores Valdir José Nogueira
Ivanildo Silveira e de Germano Mendonça Alves blog Matagrandense
http://lampiaoaceso.blogspot.com/2018/08/padre-manoel-firmino.html
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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