Por: Sabino Bassetti
Sabino Bassetti
Sila, uma cangaceira de Lampião. Quando os ex cangaceiros começaram a ser procurados por pesquisadores e jornalistas, alguns optaram pelo silêncio ou então economizaram no máximo suas revelações, porém, vários deles percebendo alguma notoriedade e tentando ser aquilo que nunca foram, começaram a dar depoimentos no mínimo duvidosos.
Entre os últimos, a senhora Ilda Ribeiro de Souza, ou seja, Sila; esposa do cangaceiro Zé Sereno, quando solicitada, cansou de dar declarações sem fundamentos. Quem leu o livro "Sila. Uma cangaceira de Lampião" escrito por ela em parceria com Israel Araujo Orico, vai perceber que ela procura se colocar no mesmo nível de Maria Bonita, e guindar Zé Sereno no mesmo nível de Lampião. De acordo com declaração dela própria, Sila entrou no cangaço em novembro de 1936, isto é, um dia antes da morte de Neném, no entanto, ela diz que o famoso Zé Baiano, que havia morrido em 07/6 /1936, estava presente em andanças do grupo de Sereno com ela Sila já fazendo parte do grupo.
Naquela famosa foto do grupo de Zé Sereno, ela identifica Canário e Adilia como sendo Cajazeira e Enedina, além disso não identifica seus irmãos na foto. Mas onde Sila revela não ter nenhum compromisso com a verdade, é quando ela dá declarações sobre os acontecimentos de Angico. Ela consegue ver sinais da tropa nos arredores do coito entre 8 e 9 horas, exatamente no horário que a tropa estava saindo de Piranhas. Também não diz a verdade quando descreve o combate e a fuga.
Bando de Zé Sereno
Mas de nada vai adiantar ficar aqui falando sobre as bobagens que Sila disse ao longo de sua vida, pois, pode ter aquele que vá achar que tenho alguma implicância com ela. Nada disso, porque estou relatando aquilo que ela própria escreveu ou disse a alguém que registrou em livros. O pior já aconteceu, porque houveram aqueles que sem ao menos fazer um confronto, isto é, sem pesquisar a fundo, botaram no papel simplesmente aquilo que ela relatou, e por conta disso, aqueles que não conhecem a história a fundo, inocentemente acreditaram naquilo que leram. Para completar, esses dias, lendo o livro "Lampião em Sergipe" do meu querido amigo Alcino Alves Costa, li na na página 130 que o nome verdadeiro dessa mulher, na realidade não era Ilda Ribeiro da Silva, e sim Hermecilia Braz São Mateus. Durma-se com um barulho desses...
Abraço a todos.
Sabino Bassetti
NOTA CARIRI CANGAÇO: Sila será a personagem principal do próximo encontro Cariri Cangaço-GECC , no espaço Raquel de Queiroz da Livraria Saraiva no Shopping Iguatemi de Fortaleza, na primeira terça-feira de Dezembro, às 19 horas; todos estão convidados.
Cariri Cangaço
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