Por: Geraldo Maia do Nascimento
Em 06 de outubro de 1778 acontecia o primeiro casamento na então capela de Santa Luzia do Mossoró. Os nubentes foram Noberto Gregório da Rocha Marques Filho e Francisca Nunes de Jesus, sendo o celebrante o carmelita Frei Antônio da Conceição, tendo como testemunhas o português Coronel Regente Francisco Ferreira Souto e Antônio Afonso da Silva, o primeiro sendo morador de Mossoró e o outro do Panema.
A história da construção da capela de Santa Luzia se inicia em 5 de agosto de 1772, quando a Provisão das Dignidades do Cabido de Olinda concede a Antônio de Souza Machado, Sargento-Mor da ribeira do Mossoró e sua mulher Rosa Fernandes, autorização para construir uma capela na fazenda Santa Luzia, de sua propriedade, em cumprimento de promessa feita por sua intercessão. E a capela foi construída com os cruzados do Sargento-Mor e o auxílio dos devotos circunvizinhos, sendo o primeiro ato litúrgico celebrado em 25 de janeiro de 1773, quando foi batizada uma criança do sexo feminino, cerimônia essa oficiado pelo padre José dos Santos da Costa. A criança que havia nascido no dia 15 do mesmo mês, recebeu na pia batismal o nome de Maria, e era filha de Miguel soares de Lucena e de Páscoa Maria da Encarnação, primeira neta paterna do Alferes Manuel Nogueira de Lucena.
Da fazenda Santa Luzia de Mossoró surgiu o povoado e do povoado a cidade, tudo se passando ao redor da Capela. Em 13 de julho de 1801 dona Rosa Fernandes, viúva do Sargento-Mor Antônio de Souza Machado, faz doação do patrimônio da Capela de Santa Luzia.
Em 30 de dezembro de 1830 é inaugurada a primeira reforma da Capela, reforma essa para a qual se mandou buscar no Assu o mestre pedreiro Manuel Fernandes que veio com um escravo e um mestre de obras. A imagem de Santa Luzia de Mossoró, pequena e de madeira, foi mandada buscar em Portugal.
Em 27 de outubro de 1842, pela resolução número 87, a Capela de Santa Luzia era elevada à categoria de Matriz, desdobrada assim da freguesia do Apodi a que esteve ligada durante setenta anos.
Mas a primitiva Capela já não era suficiente para atender as necessidades da população e é assim que em 24 de março de 1858 foi iniciada a reconstrução da Igreja, no mesmo local da anterior, tendo o vigário Antônio Joaquim Rodrigues aproveitado algumas paredes de pedra e cal da primeira construção. Foi uma longa reforma que durou dez anos, sendo utilizados auxílios dos paroquianos e verbas da província. Mesmo assim, as torres não foram concluídas nessa reforma.
Em 1910 era vigário da Catedral o Padre Pedro Paulino Duarte da Silva. Esse Padre promoveu na época, uma meritória campanha em prol da conclusão das torres da Igreja. Para isso concitou os fiéis às romarias durante as tardes de Domingo, quando seriam transportados tijolos, pedras, areia e cal para o adro da Matriz, de forma a não pararem os serviços por deficiência de material. O povo atendeu ao chamado do Vigário e as torres foram concluídas.
Em 28 de julho de 1934 foi criada a Diocese de Mossoró, com solene missa celebrada na Matriz de Santa Luzia pelo padre Luís da Mota, vigário da paróquia, quando o mesmo dá conhecimento aos fiéis, através da Bula PRO ECCLESIARUM OMMIUN, do Santo Padre Pio XI, criando a Diocese e elevando a Matriz de Mossoró à categoria de Catedral Diocesana. A Matriz se enfeitara toda para esse ato. Dentre os presentes, estavam todas as autoridades municipais, vários sacerdotes e religiosos da região.
Esta é, pois, a história da Catedral de Santa Luzia do Mossoró, “a Santa da eterna claridade visual.”
Geraldo Maia do Nascimento
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