Por: Geraldo Maia do Nascimento
Este ano a Petrobras comemora 30 anos de exploração de petróleo na bacias terrestres do Rio Grande do Norte. Mossoró também tem muito a comemorar, pois foi aqui que essa história começou.
Na noite do dia 17 de setembro de 1979, uma segunda-feira, os funcionários do hotel Thermas, que acabara de ser construído em Mossoró, abriram as torneiras para que a água de um poço profundo perfurado no local enchesse o conjunto de 10 piscinas térmicas. A intenção era que na manhã da terça-feira, todos os reservatórios amanhecessem cheios. Essa era a última medida necessária à inauguração das instalações do hotel. Esse evento, previsto inicialmente para o final de agosto daquele ano, foi adiado porque a água que encheu as piscinas pela primeira vez estava misturada com óleo. Pouco, suficiente apenas para impedir o banho e a inauguração.
Para resolver o problema foram solicitados os serviços da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) e da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Minerais do Rio Grande do Norte (CDM). Após as devidas correções, a expectativa era de que nada mais atrapalharia o início das atividades do hotel. Seria uma grande festa. Seria. Mas na manhã do dia 18 de setembro de 1979, o óleo voltou a jorrar em meio à água. Às 5h30, quando os funcionários do hotel começavam a trabalhar, surpreenderam-se em verificar que o problema do óleo não estava resolvido. E que desta vez tinha vindo com mais força.
Foi uma agitação total da equipe. Aquela mancha escura que boiava nas piscinas, iria causar novo adiamento da inauguração do hotel. A agenda do governador teria que ser mudada mais uma vez, além de convites e preparo de nova mídia. E assim, o Hotel Thermas teve de aguardar um pouco, dar passagem ao início de uma história que a partir daquele marco se estende pelo território do Rio Grande do Norte há 30 anos. Avisada pelos técnicos da CPRM e CDM, a Petrobras, que há três anos explorava a porção marítima da Bacia Potiguar, resolveu verificar a ocorrência. Já havia feito experiências do tipo antes, todas frustrantes. Havia ainda um relatório de geólogos americanos que dizia ser impossível a existência de petróleo em terra, no Rio Grande do Norte. Mas a pressão popular e a crise do petróleo que havia na época ajudaram nessa decisão de tentar de novo.
E foi assim que em dezembro daquele ano, a população de Mossoró viu o problema com as piscinas do Thermas resolvido, através da perfuração de um outro poço, exclusivo para água. E também pôde conferir a entrada do Rio Grande do Norte para o grupo dos estados produtores terrestres de petróleo no Brasil. Poucos dias antes do ano chegar ao fim, os jornais locais noticiavam: “Ontem á noite o primeiro carregamento do “ouro negro”, proveniente do poço perfurado no Hotel Thermas, seguiu para Fortaleza, mais precisamente para a Fábrica de Asfalto da capital cearense”. 27 mil litros. Esse foi o primeiro volume de óleo produzido na porção terrestre da Bacia Potiguar. Até hoje o Mossoró 14 mantém-se produzindo óleo. Naquele início de produção terrestre da Petrobras em solo potiguar, a estrutura era a mais simples possível. O petróleo era armazenado nas próprias carretas que o transportavam para Fortaleza e não havia base própria na cidade de Mossoró. Essa só veio algum tempo depois, e foi montada em uma residência que havia na Rua Duodécimo Rosado. Assim começou a história do ouro negro de Mossoró.
Hoje, em torno de 20% da população ativa de Mossoró, na faixa etária de 15 a 64 anos, está de alguma maneira ligada a Petrobras. São em torno de 900 empregados próprios e mais de 5.000 terceirizados que compõem a sua força de trabalho. Os Royalties recebidos pela Prefeitura sobre a produção local fizeram a cidade crescer, juntamente com os impostos pagos pelas empresas do ramo que aqui atuam. E tudo isso faz com que Mossoró se associe a Petrobras nas comemorações dos 30 anos de exploração da bacia terrestre do Rio Grande do Norte.
Geraldo Maia do Nascimento
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