A formação que
Lampião teve em casa valeu muito para a sua atuação no cangaço. Com uma tropa
de burros, sua família fazia frete de mercadorias.
Virgulino
aprendeu bastante sobre caminhos e viagens longas no trabalho com o pai. Além
disso, conheceu muita gente do sertão. E tantos contatos acabariam sendo
preciosos mais tarde. A rede de apoio que ele tinha era fantástica, embora não
fosse formada só de amigos.
O historiador
cearense Abelardo Montenegro definiu três tipos de coiteiros, como eram
chamados aqueles que davam proteção ao bandido: o involuntário, que tinha medo,
o vingador, que queria usar os seus serviços, e o comerciante, que visava
lucro.
De acordo com
o cearense Vera Rocha, para a polícia havia só dois tipos: os ricos, que
queriam proteger suas propriedades, o que era considerado compreensível, e os
pobres, que o admiravam, o que era inadmissível. Na verdade, ninguém tinha
coragem de negar ajuda ao cangaceiro. E todo mundo também morria de medo da
polícia.
Em 1932,
quando a repressão acirrou, as volantes, tropas andarilhas, transformaram-se
num terror."Quem tivesse 16, 17 ou 18 anos tinha que se alistar no cangaço
ou na volante, senão ficava à mercê dos dois", costuma dizer Criança,
ex-cangaceiro que mora (morava) no litoral paulista.
Os coronéis
não tinham esse problema. Lampião chegou a ser amigo do capitão Eronides
Carvalho, médico do Exército que se tornaria governador de Sergipe em 1934. O
próprio confessou, anos depois, ter arranjado, mais de uma vez, munição para o
bando.
Extraído da
Revista:
Super
Interessante
Ano: 11
Nº. 6
Junho de 1997
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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