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sábado, 21 de setembro de 2013

MOSSORÓ, TERRA DA RESISTÊNCIA: os mecanismos discursivo-argumentativos da notícia nos jornais impressos em 1927 - Final

Por: Ana Shirley de Vasconcelos Oliveira Evangelista Amorim

4. Considerações Finais

O gênero notícia, especificamente a notícia veiculada no jornal impresso foi o foco de nossa pesquisa. Optamos por esse gênero, dentre outros, por se constituir sempre atual e circular diariamente em nossa sociedade, independente do suporte (mídia virtual, mídia impressa, mídia televisiva). Outro fator preponderante dessa escolha se deu em virtude do discurso jornalístico permanecer, não somente na agenda das análises linguísticas, mas também, das análises sociológicas, etnográficas e de estudiosos dos fenômenos midiáticos que têm procurado em diferentes épocas, definir precisamente o que é notícia, e seu grau de influência na sociedade.

Face ao exposto, a nossa investigação sobre a produção discursiva dos jornais impressos, foi norteada pelas seguintes questões de pesquisa: a questão central tinha como preocupação saber como os discursos presentes nos jornais O Nordeste (24/06/1927) e Correio do Povo (19/06/1927) produziam e articulavam sentidos introduzindo pressupostos ideológicos no interlocutor, por meio de recursos persuasivos e discursivos. Considerando-se o assunto estudado, e por entendermos que todo discurso não é único, mas vem interpelado por discursos pré-concebidos, os “já ditos”, nos interrogamos também: como a temática da resistência apresenta-se no texto jornalístico, e quais os possíveis sentidos decorrentes dessa construção? Quais as estratégias utilizadas nos jornais para a construção da realidade discursiva sobre a resistência? E quais os posicionamentos assumidos nas formações discursivas dos jornais?

Haja vista, a utilização das estratégias argumentativas e do uso de modalizadores, em especial, dos qualificadores positivos referentes à cidade, como adjetivos, advérbios e pronomes conjugados em primeira pessoa, observamos a construção do ethos da cidade e dos cangaceiros, demarcando o posicionamento assumido pelo orador. Constatamos também, que o enquadramento da cobertura noticiosa dos jornais seguia uma determinação político-ideológica, visto que o contexto linguístico dos jornais caracterizou-se como um porta-voz do poder, assumindo em primeira instância, uma expressão local.

De acordo com a memória coletiva do episódio, observamos que ao nortear o leitor (auditório), a partir de suas crenças e valores, a fim de conduzi-lo a persuasão, os discursos presentes nessa atividade social demonstram e desenvolvem traços de uma manipulação do sujeito. As estratégias aqui reveladas asseveram que o discurso empreendido em 1927 foi construído sem nenhum espírito crítico para manipular o leitor.

Portanto, percebemos que a argumentação empreendida nos discursos passou do logos para o pathos, pois os oradores dos jornais iniciaram um convencimento baseado em fatos e valores com o intuito de fundamentar uma persuasão final. Isso significa que os enunciadores do discurso passaram do convencimento do auditório, no campo das ideias, do logos sobre as circunstâncias sociais para o campo da persuasão, atuando na interpelação desse auditório, cuja preferência por estratégias argumentativas para o convencimento do outro, ratificam suas atitudes na construção de um discurso que pressupõe a “adesão dos espíritos”.

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FINAL

Enviado pelo pesquisador José Edilson de Albuquerque Guimarães Segundo

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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