Virgulino
Ferreira da Silva nasceu em 1898, na fazenda Ingazeira de propriedade de seus
pais, no Vale do Pajeú, em Pernambuco, terceiro filho de José Ferreira da Silva
e D. Maria Lopes.
Seus pais casaram no dia 13 de outubro de 1894, na Matriz do
Bom Jesus dos Aflitos, em Floresta do Navio, tendo seu primeiro filho em agosto de 1895,
que chamaram Antônio em homenagem ao avô paterno. O segundo filho nasceu dia 07
de novembro de 1896, e foi chamado de Livino. Depois de Virgulino, o casal teve
mais seis filhos, quase que ano a ano que foram: Virtuosa, João, Angélica,
Maria (Mocinha), Ezequiel e Anália.
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Virgulino foi
batizado aos três meses de nascido, na capela do povoado de São Francisco,
sendo seus padrinhos os avós maternos: Manuel Pedro Lopes e D. Maria Jacosa
Vieira. A cerimônia foi oficiada por Padre Quincas, que profetizou:
- "Virgulino - explicou o padre - vem de vírgula, quer dizer, pausa, parada." E arregalando os olhos: - "Quem sabe, o sertão inteiro e talvez o mundo vão parar de admiração por ele".
Quando menino
viveu intensamente sua infância, na região que chamava carinhosamente de meu
sertão sorridente! Brincava nos cerrados, montava animais, pescava e nadava nas
águas do riacho, empinava papagaio, soltava pião e tudo o mais que fazia parte
dos folguedos de seu tempo de menino.
A esperteza do
menino o fez cair nas predileções de sua avó e madrinha que aos cinco anos o
levou para a sua casa, a 150 metros da casa
paterna.
À influência educativa dos pais, que nunca cessou, acrescentou-se a desta senhora - a "Mulher Rendeira" - a quem o menino admirava quando ela, com incrível rapidez das mãos, trocando e batendo os bilros na almofada e mudando os espinhos e furos, tecia rendas e bicos de fino lavor.
A primeira
comunhão de Virgulino foi aos sete anos na capela de São Francisco, em 1905,
juntamente com os irmãos Antônio (dez anos) e Livino (nove anos). A crisma
aconteceu em 1912, aos quatorze anos e foi celebrada pelo recém empossado
primeiro bispo D. Augusto Álvaro da Silva, sendo padrinho o Padre Manuel
Firmino, vigário de Mata Grande, em Alagoas.
No lugar onde
nasceu não havia escola e as crianças aprendiam com os mestres-escola , que
ensinavam mediante contrato e hospedagem, durante períodos de três a quatro
meses nas fazendas.Seu aprendizado com foi os professores Justino Nenéu e
Domingos Soriano Lopes.
Ainda menino
já trabalhava, carregando água, enchiqueirando bodes, dando comida e água aos
animais da fazenda, pilando milho para fazer xerém e outras atividades
compatíveis com sua idade. Mais tarde, jovem, robusto passou aos trabalhos de
gente grande: cultivava algodão, milho, feijão de corda, abóbora, melancia,
cuidava da criação de gado, e dos animais. Posteriormente tornou-se vaqueiro e
feirante.
Seu
alistamento eleitoral e de seus dois irmãos Antônio e Livino foi feito em 1915
por Metódio Godoi, apesar de não terem ainda os 21 anos exigidos por lei.
Sabe-se que votaram três vezes: em 1915, 1916 e 1919.
A vida amorosa
dos três irmãos era como a de qualquer jovem de sua idade, e se não houvessem
optado pela vida de cangaceiro, certamente teriam cada um constituído sua
família e tido um lar estável como foi o de seus familiares. Até entrar para o
cangaço, Virgulino e seus irmãos eram pessoas comuns, pacíficos sertanejos, que
viviam do trabalho (trabalhavam muito como
qualquer sertanejo) na fazenda e na feira onde iam vender suas mercadorias.
Virgulino Ferreira da Silva na certa seria sempre um homem comum, se fatos
acontecidos com ele e sua família (que narraremos na página "Porque
Virgulino entrou para o cangaço") não o tivessem praticamente obrigado a
optar pelo cangaço como saída para realizar sua vingança. Viveu no cangaço
durante anos, vindo a falecer numa emboscada em 28 de julho de 1938, no
município de Poço Redondo, Sergipe, na fazenda Angico
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