Por Sálvio Siqueira
Pensa-se,
ainda hoje, que os cangaceiros sempre usaram vestimentas que os ajudassem a
esconderem-se nas brenhas das caatingas por onde passavam. E é, realmente, o
que ocorreu, em determinada época, porém, não sendo uma rigorosidade constante
esse uso de camuflagem de uma única cor.
Registros
históricos nos dizem que em determinada fase, sim, usava-se uma roupa com a cor
da terra do solo sertanejo. Estando imóvel, a pessoa que estivesse a usá-la,
passaria despercebida por alguém que por perto passasse.
Estamos falando de um tecido, talvez o único naquele tempo, usado pelos
componentes das hostis cangaceiras, o Kaki.
Após um determinado tempo, foi introduzido um tecido tão grosso e resistente quanto o Kaki, mas, puxando para o Azul.
O pesquisador Rubens
Antonio, em uma importante matéria sobre esse fato, tira-nos essa dúvida,
quando publica o resultado das suas pesquisas.
Vejamos então, o que o ilustre pesquisador nos revela:
“Um mergulho na documentação da época, aponta, finalmente, uma luz para o caso, sendo este o estado atual do conhecimento documental da época. Ambas cores foram usadas, conforme as conveniências e necessidades.” (http://cangaçonabahia.blogspot.com)
O pesquisador nos ‘fala’ sobre as duas cores, as quais foram usadas como
vestimentas, não só dos cangaceiros, mas, também, pelo contingente das
volantes. De princípio, nos mostra registros em Jornais da década de 1920, onde
a predominância total é exclusividade do Kaki, roupa com tom amarronzado.
Da próxima década em diante e no início da seguinte, os registros nos mostram que, além do Kaki, é introduzido nas vestimentas, o tecido de cor azul.
“(...)As antigas vestes dos cangaceiros, em suas fases baianas, foram guardadas
pelos auxiliares do professor Estácio de Lima, quando das suas prisões, no
final da década de 1930 e início de 1940.
Mais tarde, estiveram expostas no Museu Estácio de Lima, no Instituto Lima Rodrigues(...).” (blog Ct.)
Aqui vemos o cuidado que as pessoas tiveram ao guardarem, preservando, toda a
indumentária dos cangaceiros, pelo menos, na fase baiana, e na Fase terminal do
cangaço, em suas ‘Entregas’.
“(...) O professor Lamartine de Andrade Lima, testemunha que eram todas bege - kaki.
O que parece
ser a melhor referência a ser seguida, neste momento, é que
- para os momentos e as ações nas áreas de caatinga, o kaki era o registro dominante.
- para os momentos vividos em Alagoas e Sergipe, quando em matas de outras características, o azul emergiu como opção mais camufladora, muitas vezes superando o antigo padrão.
- para os momentos das ações na Bahia, predominantemente em áreas de caatinga,
sempre o kaki permaneceu como o registro dominante, mesmo nos estertores com
Cangaço.
E esta
adaptação às matas de Sergipe e Alagoas, profundamente diferentes da caatinga
do Raso da Catarina, também passou a ser seguida pelas volantes. Em jornal de
1933(...).” (blog Ct.)
Pois bem, após tão simbólica e instrutiva narração do grande pesquisador, chegamos à conclusão de que para certos, determinados, momentos foram usados roupas com cores diferentes, isso já pelas andanças do “Rei dos Cangaceiros” nas terras dos Estados de Alagoas, Sergipe e Bahia, depois de sua travessia concreta, final, das águas do “Velho Chico” em 1928. E por que não frisarmos, mais ainda, nos Estados de Sergipe e Bahia, pelo simples fato de haverem menos perseguição, ainda, por parte da Forção Pública, pelo menos no início do ‘estiramento’, ‘alongamento’, dos “tentáculos” cruéis de seu reinado sangrento, nas terras desses dois Estados da Federação.
Abaixo, os
amigos verão imagens de recortes de jornais, das épocas, ‘pescadas’ no blog http://lampeaoaceso.blogspot.com do ilustre amigo pesquisador Kiko Monteiro, o qual, fez
compartilhamento do blog do pesquisador soteropolitano.
Bons estudos.
Fotos https://tokdehistoria.com.br/
http://lampiãoaceso.blogspot.comcom
Revista Língua Portuguesa (dezembro/2011)
http://lampiãoaceso.blogspot.comcom
Revista Língua Portuguesa (dezembro/2011)
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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