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sábado, 6 de agosto de 2016

JORNAL O GLOBO - 07/02/1969 SEPULTADA DEPOIS DE TRINTA ANOS A CABEÇA DE LAMPIÃO

Do acervo do pesquisador do cangaço Antonio Corrêa Sobrinho

SALVADOR (O GLOBO) – Após trinta anos insepultas, as cabeças de Lampião, Maria Bonita e outros cangaceiros que estavam no Museu Estácio Lima foram agora colocadas em ossuários no cemitério Quintas dos Lázaros, nesta capital.

Expostas no museu, pertencente à Faculdade de Medicina, as cabeças provocaram durante longo tempo polêmicas na imprensa e entre os entendidos, uns considerando a exposição uma desumanidade e uma falta de respeito para com os mortos, e outros achando que o problema transcendia o aspecto ético, pois as cabeças teriam um valor histórico inestimável, sendo na realidade valiosas peças de museu.

DADOS NOVOS

Detalhes inéditos sobre a morte de Lampião foram narrados pelo seu lugar-tenente, Labareda (Ângelo Roque), ao jornalista Juarez Conrado, que está escrevendo um livro sobre os cangaceiros. Labareda, que foi lugar-tenente do chefe do cangaço durante 18 anos, disse ter conseguido escapar ao cerco e posterior massacre porque pouco antes fora ao município de Jeremoabo adquirir um xarope para combater a violenta gripe que o afligia.

Contou ainda que Lampião foi abatido na gruta de Angicos quando experimentava, com os companheiros, uma máquina de fazer café. Maria Bonita foi baleada nas costas e Lampião correu para socorre-la quando foi varado de balas e morreu instantaneamente. Pouco antes assistira à morte do seu irmão Ezequiel, atingido pela volante pernambucana chefiada pelo tenente Epitácio, conhecido entre os cangaceiros como “Chorão”.

Imagem colhida na internet: O legista Charles Pittex com as cabeças de Lampião e Maria Bonita

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