Por Clerisvaldo B.
Chagas, 20 de setembro de 2016 - Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano - Crônica 1.576
Após o
trabalho apresentado vê-se que a contribuição afro em Santana do Ipanema, não
foi exuberante como na zona canavieira do estado. Mesmo assim foi relevante
dentro do aspecto social, apesar do menor número de indivíduos que aqui
conviveram.
Enriqueceu sim, a área sertaneja em todos os seus aspectos como as lendas
tão bem apresentadas pela tradição, primordialmente na literatura de cordel, do
repente da viola, nas histórias das noites de lua, nas ações briguentas do
sertão e... Mesmo nas comidas, no pacifismo e no canto lamentoso e apaixonante
que fizeram colorir o sertão monótono e tristonho. No surgimento do mulato, o
município produziu sua aquarela, surgindo romances de verdade e romances de
sonhos no papel rabiscado dos escritores da época, contando as gostosuras de
longos momentos de amor.
Não é só a quantidade de escravos da zona açucareira que enfeitaram o
decorrer da história alagoana. A memória rural africana temperou o nosso sertão
nos vários aspectos social, surrealista e humano que cimentaram a base do nosso
presente.
O
sangue derramado também foi vermelho e mesclou-se a tantos outros centros
demarcadores que fizeram deste torrão santanense um motivo a mais de
orgulho na história do país. É impossível separar os motivos negros dos motivos
brancos, dos motivos ameríndios, dos motivos caboclos nessa caminhada contínua
segura e firme do povo de Santa Ana. O Ipanema merece.
Recomendamos, portanto, a preservação desses lugares estudados para
visitas de escolares, turistas, pesquisadores e curiosos em geral, enriquecendo
a Cultura do Sertão.
* Extraído do
livro "Negros em Santana", às páginas 47 e 48. 2012. Grafpel.
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