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sábado, 9 de março de 2019

MORTE NO MOCAMBO



No dia 9 de novembro de 1936, alguns cangaceiros tomam chegada na casa de um coiteiro, nas terras conhecida como Algodãozinho, próximo ao povoado Mocambo. Esse povoado localizava-se na estrada condutora as cidades de Itabaiana e Carira, no Estado Sergipano. Os ‘cabras’ estavam na comemoração da mais nova cangaceira, Cila, que tinha como companheiro o cangaceiro Zé Sereno. Estavam juntos, os ‘cabras’ de dois dos subgrupos do “Rei”. Os subgrupos de Zé Sereno e Luiz Pedro. Durante o dia, aja farra... comida e bebida a vontade pra todo mundo... além disso tudo, ainda tinha um forrozinho. O dia passa sem maiores contratempos. Quando a penumbra da noite encobre aquela localidade, trás em seu manto negro o perigo... Os chefes dos subgrupos, não descuidam da segurança e colocam vigias. O sargento Delux, pernambucano, comandante de uma volante de outro Estado, tido como um dos maiores assassinos da região na época... ele, por diversas vezes, amarrou as mãos e os pés de prisioneiros e, colocando-os em uma canoa ou barco, amarrava a outra ponta da corta uma pedra, e, ao chegarem no meio do rio, lançava-os sobre as águas, onde afundavam e morriam afogados...


Manhosamente a volante, por ordens de seu comandante, chega de mansinho, mas, uma das sentinelas dá o alarma.

A pipoqueira começa numa trovoada de estampidos ensurdecedores. A fumaça, levada pelo vento, leva o cheiro de pólvora queimada pra longe... nos dois grupos só estavam duas mulheres, Cila, companheira de Zé Sereno e Neném, companheira de Luiz Pedro. Volantes atacam, cangaceiros defendem-se. Neném, com mais tempo no cangaço, pega Cila pela mão e corre para um curral que existia no oitão da casa, a fim de protegerem-se. Para que a fuga desce certa, os ‘cabras’ seguram o fogo, e outros começam a transpor uma cerca de arame farpado, para adentrarem na mata. De repente escuta-se um baque surdo, algo grande cai por terra. O irmão da cangaceira novata, Gumercindo, grita avisando a Luiz Pedro que sua companheira fora baleada. Luiz, ao ouvir que seu amor estaria ferida, trinca os dentes e volta para socorrê-la... nesse momento um de seus companheiro o derruba e começa a arrastá-lo para dentro do mato... Luiz tenta soltar-se, a coisa tornasse uma briga a parte, Luiz tentando ir onde sua companheira estava e seu companheiro, sabendo que ela estava morta, tentava evitar que ele fosse ferido... Luiz grita com todas as forças que há em suas cordas vocais: “-Fios da puta! Mato tudo, um pur um, raça disgraçada!” (“Lampião – A Raposa das Caatingas”- IRMÃO, Bezerra Lima Irmão. 2ª edição, pg 520. JM Gráfica & Editora LTDA. Salvador – BA, 2014).


Os cabra conseguem evadirem-se do ataque e vão procurar refúgio nas terras da fazenda Lagoa Comprida, cujo proprietário é o coiteiro Napoleão Emídio.

Dentro do cercado, curral onde estava estirado o corpo inerte da cangaceira Neném do Ouro, companheira de Luiz Pedro... Os soldados profanam seu corpo, fazendo sexo nele e, achando pouco, ainda colocam um cão para que faça o mesmo.

Luiz Pedro, como um alucinado, esperneia, chora e grita, pela dor da separação pela morte da sua amada.

Os cangaceiros começam a retirada de onde estão, pois, tem pressa de afastarem-se da Força Policial. Seguem em direção às terras da Pedra D’água, pois era lá na casa de Rosalvo Marinho, que se encontrava Lampião.

Fonte Ob Ct.
Foto Benjamin Abrahão
Lampião - o Cangaço seus Segredos - BASSETTI, José Sabino. pg 141. 1ª edição. Nova Consciência. Editora EME. Salto , SP, 2015

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