Por João Filho de Paula Pessoa
Zé Vaqueiro se dispôs a ajudar, no entanto, por medo das volantes ou
parar despojar aquele cangaceiro, resolve assassiná-lo covardemente, atirando
em seu ouvido, deixando-o “morto” e saindo para cavar sua cova em um local mais
distante para enterrá-lo em segredo. Ao retornar para pegar o corpo, este não
se encontrava mais lá, tinha sumido para o desespero de Zé Vaqueiro, que não
entendeu àquele sumiço, no meio do nada.
Ainda fez uma busca nas redondezas,
mas nada encontrou. Alguns dias depois chega à sua casa Zé Sereno, Mergulhão e
Marinheiro, cunhado e irmãos de Novo Tempo, Juriti e o resto do bando. Amistosamente convidam Zé Vaqueiro à acompanhá-los até as “pias das panelas”
para pegarem água, e este vai, sem desconfiar de nada até que Marinheiro
pergunta pelo irmão Novo Tempo, se ele o tinha visto, momento em que Zé
Vaqueiro cai na real e é tomado pelo pavor e nega que o tenha visto, mas é
desmascarado pelo bando que informa que Novo Tempo está no coito e vivo, e
contara tudo que ocorrera com ele.
Zé Vaqueiro chora e implora por sua vida, em
vão. Inicia-se seu martírio, foi amarrado, espancado, chicoteado, obrigado a
cortar xique-xique e mandacarus e a caminhar descalço por cima da moita de
espinhos até desabar de exaustão e ser queimado ainda vivo na fogueira feita
daquela moita de vegetação e farrapo humano.
Novo Tempo sobreviveu e tempos
depois teve a bala tirada à faca por Zé Sereno, vivendo ainda por muitos anos e
morrendo velho em Minas Gerais.
(João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce.).
18/10/2019.
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