Por João Filho de Paula Pessoa
Zé Joaquim era
um coiteiro de confiança de Lampião e Zé Sereno, à quem servia com atenção e
recebia destes, votos de confiança e certa vez lhe foi partilhado um plano para
emboscar o Tenente Zé Rufino. Sendo que, para fazer uma média e obter créditos
também junto à polícia, Zé Joaquim segredou ao temido Volante Zé Rufino, os
planos dos cangaceiros para emboscá-lo e eliminá-lo. Com isto, Zé Rufino se
esquivou da emboscada e como prometido ao delator, guardou o segredo lhe
confiado, mas a vaidade do ambicioso coiteiro se sobrepôs à prudência, quando
este, para se vangloriar, envaidecidamente passou a contar aos seus conhecidos
que o famoso tenente Zé Rufino só estava vivo graças à ele e que se não fosse
por ele o afamado caçador de cangaceiros já estaria morto.
Não tardou
muito e a notícia da traição chegou ao conhecimento de Lampião e Zé Sereno, que
indignados com a falsidade do coiteiro em quem confiavam, resolveram
aplicar-lhe a justiça do cangaço.
Certo dia, Zé
Sereno com seu bando, emboscou desta vez, o coiteiro traíra, agarrando-lhe e
amarrando suas mãos para trás, contando-lhe de seu conhecimento sobre sua
traição, momento em que o mesmo, covardemente jurou inocência, sendo tarde para
nova falsidade. Zé Joaquim foi humilhado como traidor e submetido à todo tipo
de tortura possível, foi espancado, teve seus dentes quebrados por murros e
coronhadas, teve suas orelhas decepadas, foi castrado e levado ao leito seco de
um riacho e lá foi morto à golpes de esporas e punhais, pagando assim um alto
preço por sua cobiça e astúcia.
João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce.,
29/08/2020.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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