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sexta-feira, 25 de setembro de 2020

A ESTRANHA PRIMAVERA

 Clerisvaldo B, Chagas, 25 de setembro de 2020

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.386


         Nos sertões nordestinos temos também, como no restante do mundo, as quatro estações distintas, todavia, o nosso povo a grosso modo, só reconhece Inverno e verão, isto é, período de chuva, período de estiagem. Em nosso sertão alagoano temos chuvas de outono/inverno e estio na primavera/verão. Dessa maneira o inverno propriamente dito se foi após longos meses molhando a terra. O que se vê agora é a natureza se enfeitando no que lhe restou. O pau d’arco, o pereiro, a craibeira, o pau-brasil, vestindo lindamente um verde mais escuro ilhando flores e botões que antecipam o período natalino. Nas cordilheiras as flores amarelas e roxas chamam atenção dos atentos que trafegam no médio e alto sertão das Alagoas.

Chegou a primavera (Foto: Bianca Chagas).

Em circunstâncias normais a primavera, com os dias quentes e noites amenas traziam notícias que pareciam perfumadas com as margaridas dos campos. Dessa vez, mesmo pela metade, temos as constantes diminuições de óbitos pelo Covid-19 em nosso território. O interior completo estará passando para a cor azul, acompanhando a capital nessa magnífica conquista. Em Santana do Ipanema mesmo, o pessoal da Sáude está de Parabéns por tudo que tem sido feito pela sua população, a ponto de o Hospital abrigar apenas dois pacientes vítimas da pandemia.

A metade das notícias negativa, porém, é o aumento da violência tanto no Sertão quanto no Agreste. Estupros absurdos, assassinatos misteriosos, assaltos constantes na zona rural têm apavorado praciantes e matutos. Até invasões em residências campesinas vêm dando trabalho à polícia civil e militar. O que não foi noticiado ainda, foi assalto a banco, que era coisa comum em tempos eleitoreiros. O que é que estar acontecendo com a primavera? Será que também veio transtornada pela pandemia em trajes masculinos de primo Vero?

  Parece que o que não presta

Tomou as rédeas do mundo

                             Não respeita gente rica

Branco, preto e vagabundo

                             Entra na porta da frente

 Rompe nas portas do fundo.


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