Por Hélio Xaxá
Há muito tempo eu tou nessa estrada
No lento compasso de minhas passadas
Dormindo à beira do caminho
Quase sempre sozinho...
X
Nos lugares por onde passei
Saudades sei que não deixei...
Nos braços de quem eu dormi
Quase sempre eu me traí...
X
*Eu não sei fingir
Eu precisava fugir
Pra qualquer ermo...
Eu fugi do fogo externo
Mas nunca do inferno
Que há em mesmo...
X
Houve um tempo que eu me joguei por aí
Vivia caindo aqui ou ali...
Perseguia meu próprio destino
Perdido como um menino...
X
Sob a fúria dos meus vinte anos
Vi desmoronar todos os meus sonhos...
Minha cabeça era um arranha-céu:
Minha Torre de Babel.
X
Meu coração é frio como um cemitério
Entre nós nunca houve mistérios:
Sepultei meus desejos mais íntimos
E os sonhos mais lindos...
X
Lá no fundo dos meus olhos tristes
Procuram algo que já não existe...
A luz me queima a retina...
Eu sigo a minha sina.
Hélio Xaxá
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