Por Luís Bento
Quando entrei
no bando, só tinha 14 anos, mas parecia ter dezoito. Antes mesmo eu já era
chamado de Oliveira, não sei porque essa história que meu apelido era
menino-de- ouro, nunca existiu.
Entrei no
bando para vingar a morte de meu pai e porque achava bonito, achava que aquilo
era uma vida boa. Alguns cangaceiros já tinham me chamado algumas vezes e eu
dizia aos meus amigos que ia entrar no bando. Quando minha mãe descobriu chorou
muito, mais já era tarde.
Meu nome
verdadeiro é José Zeferino Andrelino dos Santos. Nasci no dia 08 de agosto de
1912 na fazenda Ipueiras - riacho do navio- Floresta-PE, pertencente ao meu avô
Joaquim José do Nascimento, meu pai chamava-se Andrelino dos Santos e era
parente dos pequenos do navio. Minha mãe chamava-se Maria Bela da Conceição era
parente dos margaridas. Era eu e mais três irmãos. Gregório, Emília e Higino,
nenhum quis saber do cangaço, só eu.
Depois do fogo
da Piçarra em 27 de março de 1928, não passei nem mais um mês no bando, abusei
daquela vida. Falei com Lampião, que ele tinha sido muito bom comigo, mas eu
queria viver uma vida sozinho. Ele disse que lamentava que eu fosse sair, que
tinha certeza que eu estando sozinho a polícia ia me pegar, que sentia pena de
mim, mas não podia empatar que eu quisesse seguir o meu caminho.
Fiquei
escondido muito tempo. Depois cansei e caí na besteira de vir pedir a benção a
minha mãe em Floresta. A polícia soube e me prendeu. Cumprir pena na casa de
detenção no Recife.
Fonte.Lucetti
Magêrbio de Lucena Lampião e o estado maior do Cangaço.
Depois da
pena, com o codi-nome de Antônio Norberto, morou no sítio Flexeiras, anos
depois mudou de morada deste feita para o sítio Faustino no mesmo município de
Jati-CE. O sítio Faustino, foi sua última morada, seu Antônio é sepultado no
cemitério municipal São Joaquim em Jati.
Eu Luís Bento,
Diretor de Cultura, conheci seu Antônio Norberto- o cangaceiro ( Oliveira).
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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