By Rostand Medeiros
Quando trabalhava como Guia de Turismo, na época do auge da vinda dos visitantes estrangeiros para Natal, tive oportunidade de manter muitos contatos com espanhóis e portugueses.
Normalmente os turistas ibéricos retornavam para as suas terras com uma boa impressão de Natal e região e o trato era normalmente mais fácil com os portugueses.
Destruição de reduto de guerrilheiros em 1973 - Foto - Mário Ferreira da Silva - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Mas de vez em quando, entre os portugueses, apareciam alguns senhores que por mais que tentássemos atende-los da melhor forma possível, sempre se mostravam insatisfeitos. Normalmente se apresentavam irritados, nervosos, muitas vezes fumando muito e denotando um constante stress. Em uma ocasião, em um hotel na Via Costeira, uma colega teve um problema com um casal de portugueses e houve uma alteração. Na companhia de um colega tentamos buscar ajudar, mas não teve muito jeito e o Senhor subiu para o seu quarto chateado com uma questão que depois soube ser uma coisa simples.
Perto de Sanza, Angola - Foto - Fernando de Sá Ferreira - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Tanto assim que logo a sua Senhora, com muita gentileza típica da maioria dos portugueses, se dirigiu até a nossa colega e pediu desculpas pelo ocorrido. E argumentou para justificar a reação do seu esposo que ele era um “neurótico de guerra”.
Na hora nós três não compreendemos muito bem o que ela quis dizer, mas me recordei que quando era criança, ouvi falar que os portugueses haviam tido sérios problemas em suas antigas colônias africanas.
Procurei então aprender um pouco mais sobre este assunto.
ANTECEDENTES
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, a imagem política africana sofreu uma alteração profunda em vinte anos. Surgidos nas primeiras décadas do século XX, foi no final da Segunda Guerra Mundial que os pequenos movimentos nacionalistas e pro-independência ganharam força, levando à queda das potências colonizadoras. Vários países colonizados principalmente por ingleses e franceses buscaram se libertar de suas Metrópoles, muitas vezes utilizando o conflito armado em busca deste desejo de liberdade.
1914 - Hasteamento da bandeira portuguesa em Angola - Fonte - http://angola-luanda-pitigrili.com/
O fim do colonialismo na África passou por várias etapas até que os países sob a influência estrangeira conseguissem alcançar a tão sonhada independência. As principais organizações que contribuíram para o arranque deste processo foram a Sociedade das Nações, sucedida pela ONU, que após a Segunda Guerra Mundial começou a pressionar a Europa no sentido de pôr termo às tradições colonialistas.
Mas enquanto as nações colonizadoras europeias deixavam suas antigas colônias livres, Portugal, que não havia participado da Segunda Guerra Mundial, não dava mostras de abrir mão de comandar os destinos em Angola, Guine Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Moçambique.
Salazar - Fonte - http://marcomoreiras.blogspot.com/
Desde 1932 comandava o Presidente do Conselho de Ministros de Portugal o general nacionalista Antônio de Oliveira Salazar, que havia implantado o chamado Estado Novo, uma ditadura antiliberal e anticomunista, que se orientava segundo os princípios conservadores autoritários. Interessante era que o povo português elegia Presidentes da República, regularmente eleitos por sufrágio universal, mas que tinham na prática funções meramente cerimoniais. O detentor real do poder era o Presidente do Conselho de Ministros e era ele que dirigia os destinos da Nação.
Durante o seu regime Salazar afirmava que Portugal era um país “Pluricontinental e multirracial” e isso era passado aos portugueses desde a tenra idade. Um senhor de Leiria me comentou que na década de 1940 era normal nas escolas mostrarem aos alunos um mapa da Europa, onde se admitia que Portugal fosse uma pequena nação naquele continente. Mas os professores faziam questão de sobrepor no mesmo mapa, desenhos com os contornos das quatro colônias portuguesas na África e assim mostrar aos garotos que daquela forma, Portugal passava a ser “A maior nação da Europa Ocidental”.
Salazar não daria a tão sonhada liberdade aos africanos sem uma luta.
Depois de mais de 400 anos de colonização ininterruptas, em meio a uma ditadura nacionalista que não tinha intenção de abandonar a sua fonte de riqueza africana, somado a toda uma verdadeira “lavagem cerebral” que transmitia a ideia que as colônias eram parte indelével de Portugal e que os jovens militares portugueses estavam defendendo aquilo que era considerado parte do seu território nacional, estava montado o palco de uma grande tragédia.
Soldados portugueses prontos para embarcar para a África - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
GUERRA AFRICANA
Por iniciativa do MPLA (Movimento Popular e Libertação de Angola) começa a guerra colonial em Luanda, com o ataque à prisão de São Paulo. Guine seguiu o exemplo em 1963, Moçambique em 1964. Já no arquipélago de São Tomé e Príncipe em Cabo Verde, segundo fui informado, não chegou a existir uma luta armada mais intensa, mas houve muita movimentação política em prol da independência destas colônias.
Tropas portuguesas participando de uma festa com moradores e Cabuca, Guine Bissau - Foto - Antonio Manuel da Silva Barbosa - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Estava iniciada a “Guerra Colonial”, “Guerra em África”, ou “Guerra do Ultramar” (designação oficial portuguesa) Para os africanos seria tão somente a sua “Guerra de Libertação”.
Com o início dos conflitos, Salazar não poupa esforços e começa a reforçar seus contingentes militares nos três teatros de operações e logo os combates começam a tomar proporções enormes para um país de recursos limitados como Portugal.
UM comboio de tropas motorizadas - Foto Manuel Alves B. - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Para se ter ideia deste crescimento, no final do ano de 1960, o dispositivo militar português em Angola limitava-se a três regimentos, dois batalhões de Caçadores (infantaria), um grupo de reconhecimento e um batalhão de Engenharia, num total de 6.500 militares, dos quais 1 500 eram oriundos de Portugal. Um ano depois este número saltou para 33.000 militares, valor que foi subindo sempre até 1971, quando o efetivo era de 65.000 combatentes portugueses em Angola. Em Moçambique as forças de Portugal foram reforçadas em 1961 com 11.000 homens, aumentando até 1973, ano em que esta cifra chega a 51.000. Na Guine, de cerca de 5.000 homens, os portugueses chegaram a ter 32 mil homens dez anos depois.
Decolagem de avião Texan T-6, de combate a guerrilha - Foto - Mario Arteiro - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Até 1974, ano final de todos os conflitos, serão mobilizados mais de 800 mil combatentes.
O regime do Estado Novo nunca reconheceu a existência de uma guerra, considerando que os movimentos independentistas eram apenas terroristas. Os africanos por sua vez, diante de limitações bélicas, sendo profundos conhecedores do terreno, utilizam em larga escala a guerra de guerrilha como forma de combater os portugueses, provocando inúmeras baixas nas tropas metropolitanas.
Descanso em Mueda, Moçambique - Foto - Sérgio Faustino das Neves - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
As ações dos africanos eram realizadas por pequenos grupos armados e estas guerrilhas não foram facilmente contidas, tendo conseguido controlar uma parte importante do território, apesar da presença de um grande número de tropas portuguesas que, mais tarde, seriam em parte significativa recrutadas nas próprias colónias.
Durante o conflito, uma das estratégias das forças portuguesas foi igualmente caracterizada por uma forte ação psicológica junto à população local. O objetivo era obter o apoio da população, desmoralizar o inimigo, procurando mesmo que este passasse a cooperar com o seu adversário e manter elevado a moral das próprias tropas.
Panfleto espalhado na Guine, incentivando a entrega de armas entre os guerrilheiros - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Os principais meios utilizados para a ação psicológica eram a propaganda, a contrapropaganda e a informação. Em relação às populações africanas, fazia-se o possível para lhes “conquistar o coração” através de programas de educação, ajuda sanitária, económica e religiosa, dando-lhes melhores condições de vida.
ocamento em zona de combate - Foto - Fernandos Ramos - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
A política de ação social das forças portuguesas materializava-se nos “aldeamentos” e “reordenamento rural”, criando, assim, um ordenamento e controlo da população, dificultando o seu contato com os guerrilheiros. Estes “aldeamentos” eram vigiados pelo exercito português, como por uma milícia composta por elementos da própria população, que também fazia parte da rede de informação da polícia secreta portuguesa. No entanto, este sistema de concentração da população em aldeias começou a ser posto em causa por volta de 1967, quando alguns oficiais, polícia e funcionários públicos argumentaram sobre a ruptura causada à área rural abandonada e ao seu futuro desenvolvimento. No início da década de 1970, cerca de um milhão de pessoas tinham sido realojadas em Angola, e outro tanto em Moçambique, no âmbito do programa.
Guarnecendo uma vila - Foto - Domingos Pereira Martins - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Enquanto isso em Portugal, durante muito tempo, grande parte da população foi iludida pela censura à imprensa. Onde se vivia sob a ilusão de que não havia uma guerra na África, mas apenas alguns ataques de terroristas.
Isso até os cadáveres e a notícia de mortos começarem a chegar ao país.
UM ALTO CUSTO
Enquanto os portugueses enfrentavam os africanos, no outro lado do mundo os norte-americanos se atolavam na cruel Guerra do Vietnam.
Muito antes de Rambo - Foto - Horácio Costa - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Sob muitos aspectos os dois conflitos possuem muitas similaridades; guerra de guerrilhas, um exército mais forte que não consegue vencer um oponente teoricamente mais fraco, uso de guerra psicológica, etc. Mas se existiam similaridades, as diferenças eram enormes, pois Portugal não possuía apenas um “Vietnam”, mas três conflitos para dar conta no mesmo continente.
Uma grande diferença nestes conflitos estava no fato das forças armadas dos Estados Unidos utilizarem armamentos de última geração, enquanto Portugal possuía um equipamento extremamente obsoleto, com alguns aviões ainda do período da Segundo Guerra Mundial.
Patrulha - Foto - Fernando Ramos - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Tal como os americanos no Vietnam, na África os deslocamentos dos militares portugueses eram constantes, mas sujeitos a emboscadas ou destruição de veículos com o uso de minas terrestres de alta potência explosiva.
Outubro de 1972, guerrilheiro preso - Foto - Jaime Catarino - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
A mata era a melhor proteção para os guerrilheiros, sendo necessários fortes deslocamentos de unidades portuguesas nestas regiões, com a destruição de acampamentos dos inimigos. Durantes estas guerras os portugueses fizeram largo uso de artilharia pesada e bombardeios através do uso de aviões.
Janeiro de 1973, artilharia em Canacassala, Angola - Foto - Alvaro Sacadura Nunes - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Durante os 13 anos de guerra africana, registou-se um total de 8 290 mortos nas três frentes de combate. O número mais elevado registou-se em Moçambique (1 481); seguem-se Angola (1 306) e Guine (1 240)
Já em relação aos feridos, o número é difícil de calcular, estimativas apontam para um total de 30.000. Mas talvez a pior situação seja daqueles que foram afetados pelas sequelas psicológicas das ações de combate. Acreditasse que em Portugal que são cerca de 140.000 os antigos militares com “stress de guerra”, uma doença mais grave do que se supõe.
Portugueses mortos em explosão de mina terrestre - Foto - João Petrucci - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Mas há outra ferida que as próprias autoridades procuram esconder o mais possível: os desaparecidos em combate.
Isso ocorreu devido a uma situação verdadeiramente nefasta que, segundo fui informado por um veterano, ocorreu por parte do governo português em relação aos seus soldados. Enquanto no conflito do Vietnam, os norte-americanos possuíam a política de nunca deixar um companheiro para trás e faziam questão de transportar os corpos dos caídos em combate de volta para casa. No caso dos combatentes portugueses, se a família tivesse dinheiro para pagar o caixão, traslado e as obrigações de praxe, bem, o militar era enterrado em casa. Se não, deixava o falecido enterrado no solo da antiga colônia e longe da família.
Resultado de outra explosão de mina terrestre - Foto João Petrucci - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Em meio a áreas de mata fechada, sem apoio de helicópteros (que até existia, mas em número limitado), com o inimigo rondando pela região, algumas vezes os combatentes portugueses mortos foram enterrados onde e como fosse possível. Isso se houvesse condições.
Muitas famílias portuguesas não tiveram o privilégio de prantear seus entes queridos mortos em uma guerra tão inútil.
PORTUGAL PERANTE O MUNDO DURANTE A GUERRA
No auge do conflito Portugal pagava quase 40% do seu Orçamento do Estado para sustentar a sua máquina de guerra. Situação que ajudou a manter o país extremamente pobre em relação ao padrão Europeu. Nesta época houve um forte crescimento da imigração de portugueses para outros países.
Desembarque em helicópteros no norte de Angola - Foto - Mário Ferreira da Silva - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Enquanto isso no exterior, a guerra na África tornava Portugal cada vez mais impopular perante o resto do Mundo.
A partir de 1960, com a adesão de 17 novos países a ONU, resultado das independências que ocorreram na África e Ásia, cresceu a contestação à política colonial portuguesa. Desencadeou-se, dentro e fora da ONU, um forte movimento contra Portugal que levaria à aprovação, nos diversos órgãos da instituição com sede em Nova York, de numerosas resoluções visando combater a política colonialista portuguesa. Tanto que em 1967, como forma de apoio concreto aos movimentos de libertação, começa as pressões dentro da ONU para que Angola, Moçambique e Guine Bissau, passem a ter representantes próprios nas várias instituições especializadas da organização e que Portugal fosse excluído como país membro da instituição.
Muitas fotos mostram os soldados portugueses barbudos e com aspecto pouco militar. Mas eles eram eficientes - Foto - José Piteira - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Em Setembro de 1968, ocorre a substituição de Salazar (que vem a falecer em 1970) por Marcelo Caetano na chefia do governo português. Criou-se, tanto interna como externamente, a expectativa de uma possível evolução do regime e na possibilidade de se encontrar uma solução política para a questão da luta. Mas na prática nada muda e a guerra continua.
Em Fevereiro de 1972, o Conselho de Segurança reúne pela primeira vez em África e os representantes dos movimentos nacionalistas das colónias portuguesas são recebidos.
Blindado no meio da selva - Foto - Manuel Alves - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
O Conselho de Segurança da ONU reconhece a legitimidade das lutas travadas pelos movimentos de libertação para alcançar o direito à autodeterminação e independência. Para o governo português esta resolução seria objeto de repúdio, sendo considerada não obrigatória e uma inadmissível intromissão nos assuntos internos de um Estado membro. Mas logo o governo português sofre outro revés com a proclamação da República da Guine Bissau, a 24 de Setembro de 1973 e o isolamento internacional de Portugal acentua-se ainda mais. A independência da Guine viria ser reconhecida pelas Nações Unidas durante a XXVIII sessão da Assembleia-geral, pela resolução 3061, de 2 de Novembro do mesmo ano.
A REVOLUÇÃO DOS CRAVOS E O FIM DA GUERRA
Em Portugal qualquer tentativa de reforma política era impedida pela própria inércia do regime e pelo poder da sua polícia política, a temida PIDE. Nos finais de década de 1960, o regime exilava-se, envelhecido, num ocidente de países em plena efervescência social e intelectual.
A Revolução dos Cravos de 25 de abril de 1975 - Fonte - http://www.forte.jor.br/
Internamente a guerra colonial tornava-se tema forte de discussão. Muitos estudantes e opositores viam-se forçados a abandonar o país para escapar à guerra, à prisão e à tortura. Nesta época muitas família e jovens portugueses vieram para o Brasil.
Diante deste quadro, começam a existir divisões no seio do regime. Oficiais de baixa e média patente, formada e criada na guerra, que aprendera a agir com autonomia, dos três ramos das forças armadas, decidem criar o MFA-Movimento das Forças Amadas e levar adiante um golpe de estado.
Armas apreendidas com os guerrilheiros - Foto - Henrique Paulino Serrão - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Em 25 de abril de 1974 estoura a revolta que ficaria conhecida como “Revolução dos Cravos”. O Programa do MFA apresentava, de forma inequívoca, a vontade de possibilitar a independência das colônias.
Com a descolonização se reconfigurou a situação no continente africano, com a criação de novos países independentes em busca dos seus próprios rumos e afirmação nacional.
Avião PV-2 em voo rasante - Foto - Mário Arteiro - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htmMãe Guerrilheira do MPLA de Angola - Fonte - http://www.portaldoprofessor.mec.gov.br/
Uma consequência após a independência foi que uma grande massa de combatentes africanos que lutaram ao lado dos portugueses foram abandonados à própria sorte. Logo muitos destes homens sofreram perseguições e vários foram assassinados pelos seus antigos inimigos. Estima-se que (não sei se de forma exagerada), que apenas na Guine Bissau tenham sido assassinados sumariamente onze mil ex-combatentes africanos que lutaram nas forças armadas de Portugal.
As florestas africanas era o local onde os portugueses muitas vezes conseguiam carne. Aqui vemos um javali sendo abatido - Foto - Mario Ferreira da Silva - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Já em Angola foi assinado o chamado “Acordo do Alvor” em Janeiro de 1975, onde participaram além do MPLA, membros do FNLA (Frente Nacional de Libertação de Angola) e da UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola), os três principais movimentos de libertação do país e o governo português. Pouco tempo depois do Acordo assinado, os três movimentos independentistas envolveram-se num conflito armado pelo controle da nova nação no que ficou conhecido como a Guerra Civil de Angola, onde as perdas humanas foram muito significativas.
Artilharia - Foto - Mário Ferreira da Silva - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
Já em Moçambique a FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) foi o movimento que após a independência passou a controlar exclusivamente o poder na região, aliada aos países do então bloco socialista, e introduzindo um sistema político de partido único. O regime provocou a hostilidade dos estados vizinhos segregacionistas existentes na época na África do Sul e Rodésia (atual Zimbábue), que apoiaram guerrilhas oposicionistas internas. Esta situação viria a se transformar em uma guerra civil que durou 16 anos.
INUTILIDADE
Conforme fui aprendendo cada vez mais sobre esta situação que envolveu e marcou os portugueses e os africanos, comecei a perceber o quanto aquele conflito foi totalmente inútil. Depois, com jeito e calma, buscava conversar isso com senhores portugueses, na faixa de 65 a 70 anos, ex-combatentes e pude perceber que quase todos concordavam plenamente com esta minha opinião.
Tanto sofrimento e morte em meio a tantos anos de guerra e para quê?
Hoje, em meio a uma forte crise econômica, muitos cultuam Salazar. Se esquecendo que na época em que ele estava no poder não havia liberdade democrática.
Já a Revolução dos Cravos, mesmo se nunca foi uma unanimidade, parece ficar cada vez mais esquecidas por uma juventude que percebi pouco se importar com esta época e seus acontecimentos.
Certamente a população nativa e civil, foi quem mais perdeu - Fonte - http://ultramar.terraweb.biz/index.htm
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Extraído do blog: "Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço: Rostand Medeiros
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