Por: Rangel Alves da Costa*
Na história dos grandes e destemidos homens sertanejos, certamente uma de suas páginas épicas retratará com orgulho a vida e os feitos de corajosos de José Francisco do Nascimento, o Zé de Julião para os seus conterrâneos, ou ainda Cajazeira, nome de batismo no bando de Lampião.
Zé de Julião, nascido num Poço Redondo caracterizado pela pobreza e longas estiagens, teve melhor sorte que a grande maioria das crianças do lugar. Seus pais, Julião do Nascimento e Constância do Nascimento, eram fazendeiros, possuidores de muitas terras e rebanhos. Contudo crescer em meio ao sertão cercado de explorados e exploradores, soldados desumanos e jagunços atrevidos, certamente faria brotar no jovem um destino muito além do que ser herdeiro das posses dos seus pais.
Foram continuadas pressões que fizeram com que o pai de Zé de Julião mudasse para outra localidade. Mesmo casado com Enedina, o rapaz segue o pai.
Entretanto, numa das vezes que jogava baralho com amigo se reconhecido por soldados da volante, que acostumados a tomar dinheiro emprestado com o seu pai, querem fazer o mesmo com ele. Isso revolta profundamente Zé de Julião. E é isso que o impulsiona e encoraja a entrar no bando de Lampião. Com a decisão tomada, sua esposa segue-o nessa perigosa aventura. Ao ser aceito como integrante do bando, é alcunhado como Cajazeira. Sua esposa continua com o mesmo nome, Enedina.
Logo demonstrou ser um dos mais corajosos e valentes do bando. Tais aspectos fizeram dele um confidente respeitado por Lampião.
A cada empreitada sertaneja que se tratava, crescia o seu prestígio diante dos demais. Ao lado da esposa, fazia planos para maiores conquistas, mas nunca passou pela sua cabeça o que viria acontecer naquela manhã de 28 de julho de 1938, na grota do Angico, às margens do rio São Francisco quando a Volante atacou e matou Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros, sua querida Enedina ficou entre as vítimas. Desesperado conseguiu romper o cerco e fugir. O resto do bando de Lampião não consegue reagrupar-se para vingar o seu líder. Alguns se entregaram à polícia, outros simplesmente fugiram. E isto foi o que acontece com Cajazeira. Vagou pelo Estado da Bahia, até se abrandarem os anônimos das perseguições, retornando tempos depois para Poço Redondo.
Já em sua terra natal, casa-se com a irmã de sua falecida esposa. A paz tão esperada não chega, pois as perseguições policiais continuam. Mais uma vez Zé de Julião foge com sua esposa, agora para Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. Ele passa a residir numa fazenda herdada pelo pai. O tempo passa e Zé de Julião vê sua influência crescer na região. Com o desmembramento de Poço Redondo, do município de Porto da Folha, em 1953, e as primeiras eleições municipais marcadas para o dia 3 de outubro de 1954, o ex-cangaceiro lança-se como candidato pelo PSD. Tinha certeza que não teria opositores . eis que surge um político de Porto da Folha, Artur Moreira de Sá, como candidato pelo PR.
Chegado o dia da eleição, os dois candidatos dão como certa vitória, mas o resultado foi o empate: 134 a 134. Como Artur era mais velho e proclamado prefeito. Entretanto, mesmo sendo derrotado Zé de Julião vê sua influência crescer e prepara-se para a próxima eleição, que foi realizada em 1958. Correndo com Eliezer Santana, Zé de Julião invade as seções eleitorais da sede do município e do povoado Bonsucesso e rouba as urnas , mas Eliezer Santana é proclamado segundo prefeito de Poço Redondo.
Zé de Julião volta a ser alvo de perseguições policiais. Ele é preso e posto em liberdade e alguns meses depois resolve fazer a vida em Nova Iguaçu, mas na manhã de 19 de fevereiro de 1961 foi encontrado assassinado nas terras do seu Poço Redondo. Sabe-se apenas que foi uma morte política.
* Rangel Alves Costa é bacharel em direito e poeta, natural de Poço Redondo.
Independente do texto acima
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