Por: Barros Alves
Chacina e profanação dos cadáveres
Os relatos do cerco a Angico dizem que o ataque foi rápido e definitivo. Durou apenas cerca de vinte minutos e poucos conseguiram escapar da morte. Naquela manhã fatídica para o grupo de Lampião, tombaram sem vida em Angico, onze cangaceiros dos 34 presentes.
Lampião e Maria Bonita
Lampião foi um dos primeiros a ser fuzilado. Maria Bonita também caiu sob o fogo dos homens do tenente João Bezerra. Os que não conseguiram fugir foram chacinados. Após o morticínio, a soldadesca avançou sobre os corpos e praticou mais um crime:a pilhagem dos pertences dos mortos, quais sejam jóias ouro e dinheiro.
Tenente João Bezerra
Se a ação desumana contra o grupo de Lampião fosse praticada nos dias hodiernos, seria severamente punida em qualquer lugar do mundo ocidental. Naquele tempo, porém, era não apenas tolerada, mas elogiada à boca pequena e pela imprensa, que identificava naqueles que mataram Lampião, verdadeiros heróis. Lembra a pesquisadora Elise Grunspan-Jasmim a esse respeito que "após a matança de Angico, a profanação de cadáveres foi percebida e até reivindicada - principalmente na imprensa do litoral - como um ato necessário para a erradicação de um mal que assolava toda a sociedade. Os matadores de Angico granjearam o estatuto de heróis e serviço da nação". Com efeito, os soldados que mataram Lampião e os cabras e mulheres que com o chefe se encontravam em Angico, saquearam os cangaceiros e ainda receberam do governo, polpuda recompensa em dinheiro, recompensa esta, sem dúvida, aquém daquilo que pilharam, pois, segundo disse
O ex-cangaceiro Volta Seca
Volta Seca, um jovem cangaceiro que cumpriu pena de prisão, "-Lampião carregava consigo um verdadeiro tesouro em dinheiro, jóias e barras de ouro".
CONTINUA...
Revista
Noprdestevinteum
Edição nº.
41
Ano IV
Dezembro/2012
Gentilmente
cedida pelo poeta, escritor e pesquisador do cagaço Kydelmir Dantas
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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