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sábado, 8 de outubro de 2016

HÁ 100 ANOS LAMPIÃO COMPRAVA SEUS PRIMEIROS RIFLES


Quando Virgulino nasceu, era um menino doente, os pais com medo que a criança morresse pagã, tomaram Nossa Senhora da Penha a padroeira de Vila Bela, como madrinha da criança. No dia 05 de setembro de 1898 o menino foi batizado na Igreja de São Francisco, um vilarejo do mesmo nome, hoje, um distrito de Serra Talhada com o nome de Vila Pajeú.


Lampião foi batizado com o nome de VIRGULINO LOPES DE OLIVEIRA, conforme consta no livro de registro do batismo, que ainda hoje se encontra na paróquia da cidade de Floresta. Na época, a paróquia de Floresta atendia a freguesia da Vila de São Francisco. Diz o livro que, Virgulino Lopes de Oliveira, nasceu no dia 04 de julho de 1898, na Fazenda Passagens das Pedras, no município de Vila Bela, registraram como pais, José Ferreira da Silva e D. Maria Lopes Ferreira. Mediante o nome do pai, o menino ficou conhecido na ribeira, como Virgulino Ferreira. A ligação do nome ficou tão forte que, quando o menino ficou maior, registrou-se no Cartório Civil, com o nome de Virgulino Ferreira da Silva.

O PROCESSO CONTRA LAMPIÃO

Os desentendimentos entre Virgulino e José Saturnino já vinha ocorrendo desde o ano de 1914, causados por furtos de animais e a questão dos chocalhos. No inicio de dezembro de 1916, José Saturnino mandou brocar e cercar uma porção de terra da fazenda Maniçoba. Virgulino e os irmãos tentaram impedir, exigindo que os trabalhadores abandonassem a destoca da roça. Virgulino Ferreira não conseguiu afastar totalmente os homens do trabalho, porque Zé Saturnino, junto com Zé Caboclo e mais alguns trabalhadores, tomaram as providências e, à base de muita bala, os Ferreiras correram. Naquele mesmo dia, em horas logo após, Zé Saturnino e Zé Caboclo botaram um corte nos Ferreiras e se encontraram na aba da Serra da Ingazeira. Trocaram tiros, desaforos de uma parte e de outra. Naquele tiroteio, Antônio Ferreira saiu gravemente ferido.

Quando Antônio Ferreira ficou bom, deu parte do ocorrido na delegacia de Vila Bela. Por esse acontecimento, Zé Saturnino e Zé Caboclo foram presos e tiraram juntos três meses de cadeias. E, por causa do coronelismo de patente, Lampião foi processado, ainda com o nome de Virgulino Lopes de Oliveira, no Primeiro Cartório da Comarca de Serra Talhada. 

Virgulino foi intimado pelo Juiz da cidade, a comparecer ao fórum para prestar depoimento, ele apresentou-se no fórum e o Juiz mandou que o mesmo procurasse um advogado para fazer a defesa. Virgulino andou a cidade inteira a procura de um advogado que quisesse defender seu processo, mas não houve ninguém, que aceitasse a causa.

Virgulino ficou aborrecido e decidiu, dizendo: “Eles estão brincando comigo. Espere lá que vocês vão ver”. Desceu a praça grande, entrou na casa do comerciante Pedro Martins, comprou cinco rifles e mil balas. Distribuiu as armas e balas entre Antônio Ferreira, Livino Ferreira, Ezequiel Ferreira e João Gameleira. Disse Virgulino: Agora, arranjei cinco advogados e mil testemunhas para defender minha causa.
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Fonte: Lampião e Zé Saturnino - 16 anos de luta
De: José Alves Sobrinho
Foto da praça grande de Serra Talhada

mpiao/

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