Por Ivanildo Silveira
Descanso
eterno e "desconhecido"!?
O confrade Professor Rubens Antonio tentou cumprir uma aparente simples missão
que vai intrigar alguns pesquisadores. A pedido do amigo Ivanildo, visitou a
cidade de Jeremoabo/BA, e foi ao cemitério municipal, buscando registrar
imagens da sepultura de José Osório de Farias, o famoso Zé Rufino. Colheu do
zelador e coveiro Manoel Gomes da Silva, o Manoel de Aprígio (Foto abaixo) o
seguinte depoimento:
"Moço!
Ontem um procurador esteve aqui também querendo notícia da sepultura de Zé
Rufino. Eu disse a ele que isso não existe. Não tem sepultura que se ache não.
Acontece que nem eu nem o velho Celso, que deve ter sepultado ele, sabíamos, na
época, que o homem era tão bom e famoso da época dos grandes cangaceiros. Aqui
é cidade pequena mas que cresceu com cemitério pequeno. Se a família não pede
conta, a gente usa de novo a cova e enterra por cima daqueles que estão ali mesmo.
Tá cheio de gente enterrado em cima um dos outros aqui. Se tivessem me avisado,
tinha cuidado de dar a ele uma sepultura boa. Mas ninguém avisou. Não tem mais
como dar notícia nem do Zé Rufino nem do Luis, filho dele. Acho que
ele tem um neto por aí, mas que nem sei não dele tem muito tempo. É um
desrespeito danado, mas fazer o que?"
Manoel
de Aprígio lamenta: Se tivessem me avisado...
Bem... É isto...
Creio que a única esperança de saber onde foi enterrado, para saber "sob quem aos restos" de Zé Rufino estão é o "neto" mas aí já é outro mistério, que ninguém sabe por onde ele anda".
Alguém aí sabe?
Att Rubens Antonio
Quero agradecer o amigo Rubens, por mais essa informação sobre o grande "Zé Rufino", ou seja, que não existe mais a sepultura do mesmo no cemitério de Jeremoabo/BA. Essa informação é de tamanha relevância, que a maioria, ou a quase totalidade dos escritores/pesquisadores brasileiros do cangaço, desconhecem a mesma. Para mim, que gosto de estudar o cangaço, foi grande a decepção, pois esperava algo diferente, ou seja, que a sepultura estivesse preservada, uma vez que o mesmo fez história no combate ao cangaceirismo no nordeste.
Valeu grande Rubens, e, obrigado pela gentileza!
A propósito o Cel. Zé Rufino faleceu no dia 20 de Fevereiro de 1969, vitimado por um infarto no miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva.
Um abraço a todos
Ivanildo Alves Silveira
Colecionador do cangaço
Membro da SBEC
Natal/RN
Adendo: - Mendes e Mendes
É lamentável
que um homem que morreu na década de 70, após 40 anos, ninguém dá roteiro dos
seus restos mortais.
Será que Zé
Rufino não era bom pai, bom irmão, ou até mesmo bom avô, que com tão poucos
anos do seu falecimento, desapareceu no meio do cemitério?
Familiares creio que existem, mas já que ninguém dá notícia do seu cadáver, é provável que além das mortes que fez não se afinava bem com os familiares.
O Garrido diz que é o retrato de uma nação que não respeita o seu passado. Ele
diz com razão.
Será que não existe um livro no cemitério que comprove onde está os restos
mortais de Zé Rufino?
É de obrigação dos cemitérios, dividir em lotes os terrenos que estão à espera
de mortos.
Cada lote tem o seu número de referência, sua quadra. a posição do terreno, se está para o Sul, para o Norte, Leste ou Oeste e que cada falecido é registrado ali... Que desorganização!
Jesus morreu no século I, no ano quatro e ainda hoje todos sabem onde está localizado os seus restos mortais.
O que é que é isso? Zé Rufino morreu ontem e já perderam a sua cova ou o seu túmulo. Deixa pra lá! Lamentável!
José Mendes Pereira – Mossoró-RN.
http://lampiaoaceso.blogspot.com/2010/08/ze-rufino-descanso-eterno-e.html
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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