Por Geraldo Maia do Nascimento
Escritores e pesquisadores do cangaço Geraldo Maia e Kydelmir Dantas
Viveu intensamente sua vida, sem medo de ser feliz. Teve vitórias e fracassos, alegrias e tristezas, emoções e decepções, mas nunca perdeu a alegria de viver. Era assim Nilson Gurgel. As vicissitudes da vida, tal qual o bambu dos ensinamentos chinês, o dobraram, mas nunca o quebraram. Não foi perfeito (ninguém o é): errou muito, magoou pessoas que o amavam, mas também foi muito magoado por pessoas que amava. Perdoava a todos, não guardava mágoas no coração. Ajudou a muitos que necessitavam, não se apegou a bens materiais.
Conheci-o
logo que cheguei a Mossoró em 1998 e tornamo-nos irmãos. Frequentava minha casa
como se fosse a sua. Eu sempre lhe dei essa liberdade. Sempre que estava em
Mossoró, nos finais de semana, bebíamos e comíamos como se fosse uma eterna
festa. Dava cambalhota na piscina como se fosse um menino. Adorava exibir as
suas habilidades físicas. Gostava de boas músicas e dividíamos sempre esse
prazer. Um dia me presenteou com um CD de músicas que tinha gravado, em cujo
rótulo, cuidadosamente preparado, estava escrito: “Recordar é viver duas vezes.
Como quero ser lembrado daqui a cem anos quando morrer, se morrer. Nilson,
Asuncion-PY – 08/2009”. Enquanto escrevia essas linhas, ouvia as músicas com as
quais ele gostaria de ser lembrado. Foi a maneira que encontrei para senti-lo
novamente ao meu lado.
Amava
os cavalos. Cavalgar era terapia para ele. Fazia grandes percursos em companhia
de outros aficionados, em dias maravilhosos de relaxamento e prazer. Esses dias
eram realmente inesquecíveis, motivo de resenhas para muito tempo.
Tão
intensamente viveu que foi preciso uma série de males simultâneos para pôr fim
a sua vida. Apegou-se a vida enquanto pode. Mas um dia foi vencido e a fortaleza,
que era o seu corpo físico, definhou. Já não lembrava mais o Nilson Gurgel que
todos conheciam. Magro, sem cabelos e sem força para se deslocar, sequelas da
quimioterapia, sofria mais pela imobilidade do que pelos males que o consumia.
Até que um dia entregou sua alma a Deus. O seu corpo foi sepultado no solo de
Mossoró, terra que tanto amou.
Como
diz a frase latina que encabeça esse texto, “que Deus te dê descanso eterno”,
meu amigo. Descanse em paz!
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Fonte: http://www.blogdogemaia.com
Autor:
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento
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