Seguidores

quarta-feira, 29 de março de 2017

LAMPIÃO E O MAJOR TIBURTINO ALVES DE CARVALHO BARROS: ( BISA-AVÔ DE DR: RONALDO LUSTOSA DE CARVALHO).

Acervo do Paulo George

Depois do tiroteio da Fazenda Tapera, município de Floresta-Pe, Lampião e seu bando (93 cabras) chega na Fazenda Água Branca do major Tiburtino com dois cangaceiros baleados, João Cesário "Coqueiro", e José Paulino "Gengibre". 

Lampião insistiu que o major Tiburtino ficasse com os feridos, e o major disse:

- Virgulino, eu não posso ficar com cangaceiro porque eu sirvo ao governo, sou major da Guarda Nacional, e além do mais, sou juiz distrital, e eu não posso servir ao cangaço de maneira alguma.

O filho do major Tiburtino “Alcides Alves de Carvalho Barros” ficou ao lado ouvindo a conversa e preocupado, pois Lampião não satisfeito poderia queimar toda a fazenda ou até mesmo matar.

Lampião disse-lhe:

O senhor é quem sabe por onde é mais perto. Eu já sou inimigo do seu genro “Martins Rodrigues” da Caieira, no município de Salgueiro, e sei que o senhor é sogro também de Helvécio Pires de Carvalho, da vila de Belém (Belém do São Francisco Pe). E me disseram que ele tem muitas armas e dinheiro. O senhor é quem sabe por onde quer ir, se me quer como inimigo ou me quer como coiteiro ".

Alcides vendo aquele clima, se prontificou de cuidar dos cabras baleados. Passando vários dias, os cabras já restabelecidos, foram embora.

No dia 23 de agosto de 1927, terça feira, o major Tiburtino foi intimado a comparecer ao distrito de Carnaubeira da Penha, que na época, pertencia à Floresta Pé, para depor sobre esses acontecimentos, suspeito de ter dado tratamento aos cangaceiros em sua propriedade.

Acompanhado do seu filho Alcides e escoltado pelo tenente Arlindo Rocha que durante todo o trajeto, Alcides disse tudo que ocorreu, e que culpa nenhuma tinha seu genitor, e disse ainda ao tenente que, se alguém tivesse que ser preso, tinha que ser ele, e não seu pai, que nunca tinha saído de casa para levar nem sequer uma xícara de café para cangaceiro.

No dia 17 de setembro de 1927, numa segunda-feira, o major Tiburtino foi escoltado até vila Bela (Serra Talhada-Pe), regressando na quinta-feira, 10 de novembro de 1927, para sua fazenda, e posteriormente obrigado pela justiça a retirasse no dia 22 de dezembro de 1927, para cidade de Belém do São Francisco-pe, vindo retornar de Belém no dia 27 de setembro de 1928, numa quinta-feira.

Depois desses acontecimentos desgostosos com as penas e perseguições, o major tiburtino Alves isolou-se em sua propriedade, e faleceu repentinamente no dia 27 de novembro de 1929, sexta-feira, aos 63 anos, 8 meses e  23 dias.

Fonte: livro As Cruzes do Cangaço.

https://www.facebook.com/josemendespereira.mendes.5

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário