Por Ignácio
Tavares de Araújo
Qual foi o
estudante pobre que não passou pela casa do estudante? Localizada na Rua da
Areia, abrigava centenas de estudantes, - em larga escala do sertão paraibano -
que vinham estudar em João Pessoa. Vivíamos em família, mas vez por outra havia
estranhamentos por razões de somenos importância. Logo cedo tomávamos o café e
pegávamos a poética ladeira da Borborema e seguíamos em direção ao Liceu
Paraibano. Todo dia era a mesma coisa, mas aos sábados íamos visitar alguns
parentes a fim de pegar um repasto de melhor qualidade.Com certa frequência aos domingos pela manhã
fazíamos uma visita ao bar de dona Maria, depois de fazermos uma cota a fim de
comprar uma meiota que servia de aperitivo para o raquítico almoço que nos
esperava; O bar de dona Maria ficava por trás da Casa e era bastante frequentado.
Numa ocasião assistimos ao estranhamento entre Zé doido - zelador da Casa - e
um soldado de polícia que era habitual freguês do local. Não sabíamos porque os
dois de repente entraram em uma luta corporal e dona Maria aos gritos falava..."Zé
Doido o home ´é sordado... sorte o home Zé"... Zé respondia..."é em
cima da sorda que quero torar esse filho da puta". Com muita peleja
conseguimos apartar a briga e levar Zé Doido pra Casa do Estudante. Isso mesmo,
a gente sofria, mas se divertia, principalmente com a turma do Vale do Piancó
que se julgava os donos da Casa do Estudante, pelo fato de Wilson Braga, -
ex-morador da Casa -, como deputado estadual consignar recursos no orçamento
para manutenção da casa. Fiz boas amizades que as mantenho até os dias de
hoje... A verdade é que sem a Casa do Estudante seria impossível os estudantes
pobres das diversas regiões do estado estudar em João Pessoa onde se localizava
os melhores colégios de segundo grau do estado, bem como as melhores
faculdades;;Valeu...
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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