Por: Alfredo Bonessi
Realizou-se na terça-feira, 06 de dezembro de 2011, no auditório da Livraria Saraiva do Shoping Iguatemi de Fortaleza-Ce, mais um encontro do GECC – Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará – sob o comando do Escritor, Estudante e Pesquisador Ângelo Osmiro.
Reunida a Diretoria do GEC, seus membros ativos e visitantes, deu-se o início a abordagem do tema proposto – Sila mentiu?.
Passada a palavra ao estudante, Pesquisador e Membro Fundador do GECC -
Aderbal Nogueira- e principal interessado na abordagem e discussão do tema, o mesmo proferiu a seguinte pergunta aos presentes e em seguida passou a palavra ao sucessor por ordem das cadeiras:
- peço, por gentileza, a todos os presentes que citem três mentiras ditas por Sila.
O microfone passou de mão em mão até o Professor, Estudante, Pesquisador e Membro Fundador do GECC – Alfredo Bonessi- o qual proferiu as seguintes palavras:
- nenhum personagem daqueles tempos, que restou vivo, volante e cangaceiro, foi capaz de aquilatar as repercussões que o tema cangaço teria futuramente;
- todos procuraram enfeitar a história do pouco que se lembraram, omitiram seus crimes, os crimes que participaram e os crimes vivenciaram;
- a idade avançada foi o principal fator capaz de embaralhar as datas dos eventos, fatos e acontecidos citados por esses personagens;
- Sila escreveu três livros todos diferentes em conteúdo. Neles se confunde no tempo entre os personagens: irmãos – pai -
Zé Bahiano (seu admirador e futuro marido) -
Nenê (de Luiz Pedro) e fatos, principalmente com relação a sim mesma, aponto de não saber a data em que nasceu, nem que idade tinha quando seu pai faleceu. Comprovou-se que ela queria mesmo ir para cangaço e esperava por Zé Bahiano.
Na verdade apareceu Zé Sereno, tendo ela acompanhado esse cangaceiro sem saber do destino de Zé Bahiano. Ele já havia morrido meses antes.
- no mais é aquilo que já foi dito: Sila tinha pouca vivência no Cangaço, sabia muito pouco, era uma simples dona de casa em São Paulo quando, descoberta, virou artista e famosa. A idade avançada e os anos de muito sofrimento fez com que escondesse alguma coisa com medo da justiça, com medo de comprometer outras pessoas e levou para o túmulo pouca coisa que ainda não sabemos.
Por fim, o Estudante e Pesquisador Ângelo Osmiro apresentou o resultado de um trabalho seu sobre os livros escritos por Sila, comparando-os a luz de datas, fatos e acontecidos em que todos os presentes puderam realmente ficar a par das discrepâncias acontecidas, mais de uma dezena de equívocos, contradições, omissões donde se concluiu que Sila estava perdida no tempo e no espaço quando ditou a obra para os escritores que escreveram o que quiseram sobre ela. Sila mesmo em vida confessou que nem ela tinha lido os livros e não sabia o que tinham escrito sobre a vida dela.
Por fim, concluímos, que ainda temos muito que pesquisar e estudar, eliminando e deixando de lado aqueles escritores fantasiosos e destituídos de vontade de buscar a verdade.
O cangaço é um mistério que se acabou com Lampião em 28 de julho de 1938 – só ele poderia nos dizer o porque de tudo aquilo, o porque da violência, o porque de ser cangaceiro, o porque do orgulho, da prepotência, da arrogância com relação aos demais pobres sertanejos, trabalhadores, sofredores, que se não bastasse a região hostil, as intempéries, as doenças, as secas, ainda sofriam nas mãos dos seus algozes: volantes e cangaceiros.
Somente o tempo poderá nos indicar as veredas culturais de raízes históricas em que se possa encontra os motivos, as razões para tanta violência, desamor, crimes de todas as formas, ganância, cuja verdade absoluta jaz no interior dos túmulos daqueles que se debateram naqueles tempos, com dor, sofrimento e sangramentos de ambos os lados. Se tudo isso valeu a pena, a resposta está com eles.
Alfredo Bonessi - Professor – SBECC - GECC
Enviado pelo autor: Capitão Alfredo Bonessi
Só para indicar correção... Depois Vc deleta.
ResponderExcluirAmigo... Vc colocou a imagem do Zé Bahiano... e aludiu como futuro marido de Sila... veja que o futuro marido de Sila foi Zé Sereno... que aparece na imagem mais abaixo, no hospital.