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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O Paraíso dos Mossoroenses - 31 de Janeiro de 2013

Por: Geraldo Maia do Nascimento
Raibrito e Geraldo Maia

Mal chega o final do ano e o ritual se repete: Mossoró inteira se entrega as águas mornas de Tibau, o “Paraíso dos Mossoroenses”. E a partir de dezembro, a pequena cidade que tem menos de quatro mil habitantes, se incha para receber a grande massa de veranistas que ali se instala para um curto período de férias.


Tibau está localizada na região litorânea do Médio Oeste Potiguar, na divisa do Rio Grande do Norte com o Ceará. É, como se diz, a praia dos mossoroenses. E a paixão dos mossoroenses por essa praia vem de longos anos. Vamos conhecer um pouco da história de Tibau:
               
O topônimo Tibau vem de ty-pau, que significa baixa-mar (Dicionário da Língua Tupi). Para Teodoro Sampaio a palavra significa “entre águas, entre rios” (O Tupi na Geografia Nacional, Bahia, 1928, p. 324). Em uma Acta Diurna, de maio de 1942, sobre “Praias do Rio Grande do Norte” o Mestre Cascudo sugere que Tibau viria do TI-PAUM, “entre duas águas, entre dois rios”. Seria a localização do Tibau entre os Rios Mossoró e Jaguaribe.
               
Henry Koster conheceu Tibau em dezembro de 1810. Deixou registro sobre o fato: “A volta do meio-dia passamos perto de uma choupana onde residia o vaqueiro de uma fazenda e imediatamente depois deparamos o morro de areia, chamado Tibau, junto ao qual se vê o mar.”
               
Tibau foi descoberta pelo navegador holandês Gideon Morris de Jorge em fevereiro de 1641. Após constatar a existência de salinas do Rio Iwipanim (hoje, rio Mossoró) e maravilhado com a variedade de areias, observadas através de uma luneta, chamou pela cor que predominava: Morro Vermelho.
               
Em 5 de julho de 1708, foi dado um importante passo para a exploração e povoação do território. Foi nesse dia que Gonçalo da Costa Faleiro recebeu das mãos do Capitão-Mor do Rio Grande do Norte, Sebastião Nunes Colares, uma sesmaria compreendendo vasta extensão de terra a partir do Morro do Tibau. Antes desse acontecimento, segundo o historiador Câmara Cascudo, Gonçalo Faleiro esteve em Portugal, a mandado da Câmara de Natal, onde fez um relato ao Rei sobre a difícil situação vivida pela Capitania do Rio Grande do Norte em conseqüência dos problemas criados pela famosa Guerra dos Bárbaros, ocorrida entre os anos de 1687 e 1700.
               
Mas a linda terra de Tibau passou a ser alvo de uma acirrada disputa de posse que se arrastou por muito tempo entre os Estados do Rio Grande do Norte e do Ceará. Após muitas controvérsias a Assembléia Legislativa do Ceará resolveu anexar ao seu Estado as terras de Grossos e Tibau, em 13 de julho de 1901. Depois de três anos da decisão cearense, o extraordinário jurista e Senador da República Rui Barbosa foi convidado para defender os direitos do Rio Grande do Norte. Com uma brilhante defesa Rui Barbosa garantiu a vitória para o Estado potiguar, definitivamente sacramentada no dia 17 de julho de 1920.
               
Com o final da batalha jurídica, Tibau pode experimentar maiores sinais de crescimento. No dia 5 de novembro de 1922 foi celebrado a primeira missa na comunidade, pelo Padre Manoel Gadelha.
               
Em 23 de dezembro de 1948, pela Lei número 146, o povoado chegou a condição de distrito. A partir daí não demorou para ter as características de uma cidade. Mas a autonomia política só chegou muito tempo depois: exatamente no dia 21 de dezembro de 1995, pela Lei número 6.840, Tibau foi desmembrado de Grossos, tornando-se um novo município do Rio Grande do Norte.
               
A cidade, de forte presença turística, tem também grande destaque no campo artesanal. O talento do povo transforma a extraordinária variedade natural de argila e areia existente na praia em matéria prima para um produto que marcou época e permanece famoso em todo o país: as garrafas de areias coloridas, formando os desenhos mais variados, que expressam bem a criatividade dos artesãos de Tibau. A festa da padroeira do município, Santa Terezinha, é comemorada no período de 26 de setembro a 5 de outubro, com muita animação popular e vários eventos religiosos.

Continua...

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Autor:
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento

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