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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A morte de Antônio Rosa

Por: Ivanildo Alves Silveira

Antonio Rosa, ainda garoto, foi deixado na casa dos pais de Lampião, por retirantes que vinham de Alagoas, com destino a Juazeiro do Norte... O menino foi criado pelos pais, do futuro Lampião.


Foto
Zé Saturnino, inimigo número 1 de Lampião

Após o conflito dos Ferreiras com Zé Saturnino e os Nogueiras, Antonio Rosa tomou as mesmas dores e reagia junto com Virgulino, Livino e Antonio. Posteriormente, acompanhou-os no cangaço, no princípio de 1924, Antonio Rosa chega ao povoado de São João do Barro Vermelho e conversando com um cidadão chamado "Constantino", esse mostrou ao cangaceiro uma belíssima arma, e fez naquele o desejo de possuí-la. Por não querer se desfazer da arma, isso foi o suficiente para que, mais tarde, Antonio Rosa matasse o pobre homem.

Esse assassinato  abalou todas as pessoas do local São João do Barro Vermelho, por conseguinte, Antonio Rosa se dirigiu para o Estado da Paraíba, onde se juntou a Livino Ferreira e Lampião. 

Lampião e Antonio Ferreira

Surgiram os boatos, que a população de S. João do Barro, estava armada para  matar o rei do cangaço, quando o mesmo viesse visitar aquele local, porque ele tinha muitos amigos no vilarejo, inclusive sua comadre  dona Especiosa.

Lampião foi informado por gente da localidade, que a família do morto estava querendo se vingar de "Antonio Rosa". Uma pessoa que atendia pelo nome  de Afonso Gomes, procurou um primo de Lampião, na vila de São Francisco, o basto Paulo Barbosa  e os dois rumaram ao sertão paraibano, para se encontrar com o chefe dos cangaceiros, tendo ouvido desse, o seguinte: "Que negócio é esse? Vocês tão se armando para me matar e vem aqui, onde estou? "Afonso retrucou, dizendo: "Quem está se armando é a família de Constantino para matar Antonio Rosa, em vingança!!". 

Ao ouvir  o diálogo, Livino  se afastou, e conversou com os dois, tendo dito: "-Diga a família do finado que por dez mil réis nunca mais Antonio Rosa bota os pés por lá".

Alguns dias depois, o grupo cangaceiro chega a Pernambuco, e vai direto para a região da Serra Vermelha, na Fazenda Situação, pertencente a Francisco Baião. A noite vinha caindo, e, Antonio Rosa foi procurar se deitar na varanda da casa. Quando estava armando a rede colocando o punho no armador, Livino Ferreira e um cabra chamado Enéas, pela janela que dava acesso à varanda, detonaram suas armas nas costas do velho parceiro, que caiu sem soltar um gemido. Na manhã seguinte, a vizinhança fez seu sepultamento a umas vinte braças de distância da casa.

Antonio Rosa Ventura morreu no dia 08 de julho de 1924.

Obs: texto extraído do livro "Lampião, nem herói nem bandido - a história", pgs 72/74, do pesquisador Anildomá Willians de Sousa.

Ivanildo Alves Silveira
Colecionador do cangaço
Natal/Rn.

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