Por João Tavares Calixto Junior
João Tavares
Calixto Junior e Manoel Severo
Pela segunda
vez deu-se o seminário Cariri Cangaço em Lavras da Mangabeira, e como da
primeira, de forma marcante. Foi histórico o momento em que se viu proferir o
poeta Dimas Macedo, na Câmara Municipal, informações sobre os apregoamentos do
Padre Cícero Romão pelo município, sobretudo, no distrito de Quitaiús, outrora São
Francisco.
A cidade se
revestiu de satisfação ao receber pesquisadores e entusiastas da temática
nordestina que muito bem se desdobrou e se engrandeceu em suas terras. Lavras
que já carrega história em seu próprio nome, carregou também por momentos, a
soberba de guardiar pelos tempos, informações ainda não sabidas sobre o velho
sacerdote do Nordeste, aquele chamado de Santo, adorado ainda hoje por
multidões.
Dimas Macedo,
João Tavares Calixto Júnior e Tomaz Cisne em Quitaiús
Tiveram também
as visitas. Ah! As visitas... Estas são o tempero que faz o Seminário Cariri
Cangaço ganhar mais sabor a cada ato! É o que dá o cheiro do banquete regional
que se faz deliciar ano a ano. Mais adeptos são capturados pelos aromas e
gostos da história de nossa terra. Cito como exemplo o poeta Mundoquinha; uma
pérola é seu arsenal de improviso e talento!
Na manhã do
sábado, tomou-se café na casa da lendária Fideralina, antes de rumar-se a
Quitaius, terra guardiã de memórias hercúleas, mãe de personagens ímpares,
berço de grandes vultos. Lá se foi à casa de Joaquim Leite Teixeira, aurorense,
nascido em 1881, filho do ex-intendente da Vila d’Aurora, Barnabé Leite
Teixeira, que era pai também do singular Major Moysés Leite de Figueiredo, que
perseguiu Lampião, e era da polícia cearense.
Waldemar
Clemente e Dimas Macedo
Na antiga casa
de Cazuza Clemente, seu neto Waldemar Clemente, de idade avançada, fez valer a
tradição e contou histórias de seus ancestrais. Falou das passagens do Padim
pela região e da força que a fé exerce até hoje sobre os que ali residem.
Antes crianças
mostraram aos presentes seus presentes. Eram histórias contadas, pertences
antigos, sorriso no rosto gosto em falar! E a despedida desta vez se deu
como um sussurro. Era o sopro suave da brisa que vinha do açude do Rosário, que
penetrava na alma e que trazia saudades... era o fim de uma etapa a ser
continuada, por que Lavras, cangaço, história e cultura, se misturam, são
sinônimos até, e só isso basta pra contar desta emoção vivida, deste conjunto
de ecos martelado nas mentes dos que por aqui passaram e rezaram neste rosário
de histórias.
João Tavares
Calixto Júnior
Pesquisador ,
Escritor
http://cariricangaco.blogspot.com.br/2014/09/lavras-do-cariri-cangaco-um-rosario-de.html
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