Por Clerisvaldo B.
Chagas, 23 de julho de 2015 - Crônica Nº
1.456
23.07.1938.
(Sábado).
O leitor viu
que Lampião acampou na grota, cedinho, do dia 21. Mandou chamar o futuro
coiteiro Durval, no dia 22 e com ele conversou. Você viu também que Virgolino
atravessara o rio com 18 pessoas acomodadas em três canoas. Quando acampou foi
com quarenta pessoas, supondo-se que outros subgrupos aguardavam nas
imediações.
Naquele
sábado, porém, dia 23 de julho de 1938, faltando apenas cinco dias para o seu
fim, o chefe do bando aguarda a volta de Durval no esconderijo daquela grota na
fazenda Angicos.
“Durval mata
os bois e nada diz ao irmão Zezé e nem a ninguém. Após a matança, à tardinha,
Durval volta ao coito, como Lampião pedira. Lampião pergunta por notícias dos
macacos. Ele diz que não tinha ido falar de nada. Lampião indaga se conhece o
tenente Bezerra. Responde que conhece muito.
─ Você conhece
um homem chamado Pedro de Cândido?
─ É meu irmão.
─ Seu irmão?
─ É meu irmão.
─ Ah, tá
certo!
Lampião diz
que abateu uma cabra para comer. Mostra o couro e diz que tudo que utilizar na
fazenda será pago. Encomenda a Durval boa manta de carne-de-sol, 01 cantil e 06
litros de conhaque marca ‘Cavalinho’.
Durval teve
medo de olheiros e recusou o pedido das compras fora à carne. Lampião mandou
que ele procurasse o coiteiro Erasmo Félix, irmão de outros coiteiros: Manoel e
João Félix”.
O jogo ativo
da espionagem é grande por parte de todos: cangaceiros, coiteiros e volantes.
Os coiteiros não podiam vacilar em nenhum momento, pois poderiam ser trucidados
por cangaceiros ou pelas volantes de olho no rio.
· Narrativa
baseada no livro: CHAGAS, Clerisvaldo B. & FAUSTO, Marcello. Lampião
em Alagoas. Maceió, Grafmarques, 2012.
Continua
amanhã.
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