Por José
Mendes Pereira
Durvalina e Moreno
O penúltimo facínora que deixou a vida de cangaceiro foi Moreno no dia 2 de
fevereiro de 1940, juntamente com a sua amada Durvalina.
Um pouco da sua biografia:
Antônio
Ignácio da Silva (Tacaratu, 1 de
novembro de 1909 — Belo
Horizonte, 6 de setembro de 2010), mais conhecido
pela alcunha de Moreno,
foi um cangaceiro pertencente ao bando de Lampião e Maria Bonita. Após a morte deste, fugiu
de Pernambuco e
adotou o pseudônimo de José Antônio Souto, fixando-se em Minas
Gerais. Foi um dos integrantes do bando com maior longevidade,
e um dos últimos a morrer.[1][2]
Biografia[editar | editar código-fonte]
Filho de
Manuel Ignácio da Silva (o Jacaré) e Maria Joaquina de Jesus, Antônio perdeu o
pai na adolescência, quando este foi morto pela polícia nas
proximidades de São José do Belmonte, em uma suposta queima
de arquivo. Exerceu a profissão de barbeiro, mas seu desejo era ser soldado
da polícia. O sonho terminou quando foi preso e espancado por policiais
de Brejo
Santo, após ser acusado injustamente de roubar um carneiro.
Libertado, matou o homem que o denunciou, que seria o verdadeiro ladrão.[3]
Foi contratado
por um proprietário rural para defender sua fazenda do ataque de cangaceiros,
mas terminou integrando-se ao grupo de Virgínio, cunhado de Lampião, de quem
tornou-se amigo. Na década
de 1930casou-se com Durvalina Gomes de Sá, a Durvinha.
O casal teve um filho, que não pôde permanecer com o bando, pois seu choro
poderia denunciá-los. A criança foi deixada então com um padre, que a criou.[1][3][4]
Moreno era
conhecido por não gostar dos rifles de repetição americanos, muito usados na época e
ter, a sua disposição, um mosquetão.[3]
Dois anos após
a morte de Lampião, o casal fugiu para Minas
Gerais. Por precaução, Moreno passou a chamar-se José Antônio Souto, e
Durvalina tornou-se Jovina Maria. Estabeleceram-se na cidade de Augusto
de Lima, e prosperaram vendendo farinha. Tiveram
mais cinco filhos, e mudaram-se para Belo
Horizonte no final da década
de 1960.[5]
Ainda com medo
de serem descobertos e mortos, mantiveram o passado em segredo até para os
filhos. A situação manteve-se até meados da década
de 2000, quando a existência do primogênito foi revelada. Encontrado
em 2005,
Inácio Carvalho Oliveira pôde finalmente reencontrar seus pais biológicos. Só
então é que a família conheceu a história do passado no cangaço; Durvinha
morreu pouco tempo depois.[2][4][5]
Deprimido com
a morte da esposa, a saúde de Moreno passou a ficar cada vez mais debilitada.
Ele morreu no dia 6 de setembro de 2010 em Belo
Horizonte, aos 100 anos de idade. Durante o sepultamento foi
realizada queima de fogos de artifício, a pedido do próprio Moreno,
que pensou que nunca teria uma cova; o temor de morrer como um cangaceiro, decapitado e
com o corpo deixado no mato, não o abandonou nos 70 anos que manteve seu
disfarce.[2][5]
Notas e referências[editar | editar código-fonte]
↑ Ir
para:a b Ex-cangaceiro
passa por cirurgia em BH Jornal O Tempo — acessado em 7 de setembro de
2010
↑ Ir
para:a b c Um
dos últimos cangaceiros do bando de Lampião morre em BH Portal Terra —
acessado em 7 de setembro de 2010
↑ Ir
para:a b c "Morre
cangaceiro Moreno aos 100 anos" - Diário do Nordeste
https://pt.wikipedia.org/wiki/Moreno_(cangaceiro)
O último facínora que deixou a vida de cangaceiro foi Corisco, no dia 25 de maio de 1940, juntamente com a sua amada Dadá. Ele foi perseguido e baleado, preso e posteriormente faleceu. E sua companheira perdeu uma das pernas.
Um pouco da biografia do cangaceiro Corisco
Cristino Gomes
da Silva Cleto, mais conhecido como Corisco (Água Branca, 10 de agosto de 1907 - Barra
do Mendes, 25 de maio de 1940) foi um cangaceiro do
bando de Virgulino Ferreira da Silva,
apelidado Lampião. Também era conhecido como Diabo Louro.
Biografia[editar | editar código-fonte]
Aos 17 anos,
em uma briga de rua Corisco matou um homem que era protegido do coronel da
cidade de Água Branca, e temendo ser punido e sem ter para onde ir tomou a
decisão de aliar-se ao bando do cangaceiro Lampião.[1] Corisco
era conhecido por sua beleza, seu porte físico atlético e cabelos longos
deixavam-no com uma aparência agradável, além da força física muito grande, por
estes motivos foi apelidado de Diabo Louro quando entrou no bando de Lampião.
Corisco
sequestrou Sérgia Ribeiro da Silva, a Dadá, quando ela
tinha apenas treze anos e mais tarde o ódio passou a ser um grande afeto.
Corisco ensinou Dadá a ler, escrever e usar armas. Corisco permaneceu com ela
até no dia de sua morte. Os dois tiveram sete filhos, mas apenas três deles
sobreviveram.[2]
Com a divisão
do grupo de Lampião (uma das estratégias para fugir da perseguição policial),
Corisco tornou-se líder de um dos grupos, formando seu próprio grupo de
cangaceiros.[1]
Em meados do
ano de 1938 a polícia alagoana
matou e degolou onze cangaceiros que se encontravam acampados na fazenda Angico, no estado
de Sergipe;
entre eles encontravam-se Lampião e Maria
Bonita. Corisco, ao receber essa notícia, vingou-se furiosamente, degolando
a família do fazendeiro acusado de delatar o bando à polícia, porém assassinou
as pessoas erradas.[1]
Morte[editar | editar código-fonte]
Em 1940
o governo Vargas promulgou uma lei concedendo anistia aos
cangaceiros que se rendessem. Corisco e sua mulher Dadá já haviam decidido
deixar o cangaço desde 1939, quando no ano seguinte estavam no estado da Bahia, na cidade
de Barra do Mendes, em um povoado denominado Fazenda
Pacheco. O casal repousava em uma casa
de farinha após almoçarem, e estavam supostamente desarmados. O ataque
foi comandado pela volante do Zé Rufino, juntamente com o Ten. José Otávio de
Sena. Corisco foi surpreendido, mas não se entregou, dizendo a Rufino que não
era homem de se entregar. Foi metralhado na barriga, deixando seu intestino
fora do abdômen, ainda vivendo por 10 horas depois da rajada de tiros.[3] Dadá
precisou amputar a perna direita. Com as mortes de Lampião e Corisco, o cangaço nordestino enfraqueceu-se
e acabou se extinguindo.
Corisco foi
enterrado no cemitério da Consolação em Miguel
Calmon, na Bahia. Depois de alguns dias sua sepultura foi violada, e seu
corpo exumado. Seus restos mortais ficaram expostos durante 30 anos no Museu
Nina Rodrigues ao lado das cabeças de Lampião e Maria
Bonita.
Representações
na cultura[editar | editar código-fonte]
A vitalidade,
energia e violência de Corisco fascinou Glauber
Rocha e inspirou o seu filme Deus e o Diabo na Terra do Sol.
Corisco foi interpretado por Othon
Bastos.
Em 1969, foi
lançado o filme Corisco, O Diabo Loiro de Carlos
Coimbra, Corisco foi interpretado por Maurício do Valle, o mesmo que interpretou
Antônio das Mortes, assassino de Corisco em Deus e o Diabo na Terra do Sol[4].
Em 1982, foi
exibida a minissérie Lampião e Maria Bonita, na Rede Globo.
Corisco foi interpretado por Sílvio Correia Lima e Dadá por Lu Mendonça.
Em 1996 foi lançado
o filme Corisco & Dadá, que conta a história do
casal. O filme foi protagonizado por Chico Diaz e Dira Paes.
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
Gente de
Lampião: Dadá e Corisco - Autor: Araújo, Antônio Amaury Corrêa de 1924 -
Convocação de Corisco para cumprir o serviço militar (fls. 22;23 do livro:
Gente de Lampião: Dadá e Corisco)
Referências
↑ Ir para:a b c «A
última peleja do Diabo Loiro». Nova Escola. Consultado em 6 de
fevereiro de 2016
Ir para cima↑ «Corisco».
Fundação Joaquim Nabuco
Ir para cima↑ «Há
70 anos morria o último chefe do cangaço». Diário do Nordeste.
Consultado em 6 de fevereiro de 2016
https://pt.wikipedia.org/wiki/Corisco
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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