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domingo, 18 de junho de 2017

VOCÊ SABE QUAIS FORAM OS CANGACEIROS QUE ABANDONARAM O CANGAÇO POR ÚLTIMO?

Por José Mendes Pereira
Durvalina e Moreno

O penúltimo facínora que deixou a vida de cangaceiro foi Moreno no dia 2 de fevereiro de 1940, juntamente com a sua amada Durvalina. 

Um pouco da sua biografia:

Antônio Ignácio da Silva (Tacaratu1 de novembro de 1909 — Belo Horizonte6 de setembro de 2010), mais conhecido pela alcunha de Moreno, foi um cangaceiro pertencente ao bando de Lampião e Maria Bonita. Após a morte deste, fugiu de Pernambuco e adotou o pseudônimo de José Antônio Souto, fixando-se em Minas Gerais. Foi um dos integrantes do bando com maior longevidade, e um dos últimos a morrer.[1][2]


Filho de Manuel Ignácio da Silva (o Jacaré) e Maria Joaquina de Jesus, Antônio perdeu o pai na adolescência, quando este foi morto pela polícia nas proximidades de São José do Belmonte, em uma suposta queima de arquivo. Exerceu a profissão de barbeiro, mas seu desejo era ser soldado da polícia. O sonho terminou quando foi preso e espancado por policiais de Brejo Santo, após ser acusado injustamente de roubar um carneiro. Libertado, matou o homem que o denunciou, que seria o verdadeiro ladrão.[3]

Foi contratado por um proprietário rural para defender sua fazenda do ataque de cangaceiros, mas terminou integrando-se ao grupo de Virgínio, cunhado de Lampião, de quem tornou-se amigo. Na década de 1930casou-se com Durvalina Gomes de Sá, a Durvinha. O casal teve um filho, que não pôde permanecer com o bando, pois seu choro poderia denunciá-los. A criança foi deixada então com um padre, que a criou.[1][3][4]

Moreno era conhecido por não gostar dos rifles de repetição americanos, muito usados na época e ter, a sua disposição, um mosquetão.[3]

Dois anos após a morte de Lampião, o casal fugiu para Minas Gerais. Por precaução, Moreno passou a chamar-se José Antônio Souto, e Durvalina tornou-se Jovina Maria. Estabeleceram-se na cidade de Augusto de Lima, e prosperaram vendendo farinha. Tiveram mais cinco filhos, e mudaram-se para Belo Horizonte no final da década de 1960.[5]

Ainda com medo de serem descobertos e mortos, mantiveram o passado em segredo até para os filhos. A situação manteve-se até meados da década de 2000, quando a existência do primogênito foi revelada. Encontrado em 2005, Inácio Carvalho Oliveira pôde finalmente reencontrar seus pais biológicos. Só então é que a família conheceu a história do passado no cangaço; Durvinha morreu pouco tempo depois.[2][4][5]

Deprimido com a morte da esposa, a saúde de Moreno passou a ficar cada vez mais debilitada. Ele morreu no dia 6 de setembro de 2010 em Belo Horizonte, aos 100 anos de idade. Durante o sepultamento foi realizada queima de fogos de artifício, a pedido do próprio Moreno, que pensou que nunca teria uma cova; o temor de morrer como um cangaceiro, decapitado e com o corpo deixado no mato, não o abandonou nos 70 anos que manteve seu disfarce.[2][5]

Notas e referências[editar | editar código-fonte]

↑ Ir para:a b Ex-cangaceiro passa por cirurgia em BH Jornal O Tempo — acessado em 7 de setembro de 2010
↑ Ir para:a b c Um dos últimos cangaceiros do bando de Lampião morre em BH Portal Terra — acessado em 7 de setembro de 2010
↑ Ir para:a b c "Morre cangaceiro Moreno aos 100 anos" - Diário do Nordeste

https://pt.wikipedia.org/wiki/Moreno_(cangaceiro)


O último facínora que deixou a vida de cangaceiro foi Corisco, no dia 25 de maio de 1940, juntamente com a sua amada Dadá. Ele foi perseguido e baleado, preso e posteriormente faleceu. E sua companheira perdeu uma das pernas. 

Um pouco da biografia do cangaceiro Corisco

Cristino Gomes da Silva Cleto, mais conhecido como Corisco (Água Branca10 de agosto de 1907 - Barra do Mendes25 de maio de 1940) foi um cangaceiro do bando de Virgulino Ferreira da Silva, apelidado Lampião. Também era conhecido como Diabo Louro.


Aos 17 anos, em uma briga de rua Corisco matou um homem que era protegido do coronel da cidade de Água Branca, e temendo ser punido e sem ter para onde ir tomou a decisão de aliar-se ao bando do cangaceiro Lampião.[1] Corisco era conhecido por sua beleza, seu porte físico atlético e cabelos longos deixavam-no com uma aparência agradável, além da força física muito grande, por estes motivos foi apelidado de Diabo Louro quando entrou no bando de Lampião.

Corisco sequestrou Sérgia Ribeiro da Silva, a Dadá, quando ela tinha apenas treze anos e mais tarde o ódio passou a ser um grande afeto. Corisco ensinou Dadá a ler, escrever e usar armas. Corisco permaneceu com ela até no dia de sua morte. Os dois tiveram sete filhos, mas apenas três deles sobreviveram.[2]

Com a divisão do grupo de Lampião (uma das estratégias para fugir da perseguição policial), Corisco tornou-se líder de um dos grupos, formando seu próprio grupo de cangaceiros.[1]

Em meados do ano de 1938 a polícia alagoana matou e degolou onze cangaceiros que se encontravam acampados na fazenda Angico, no estado de Sergipe; entre eles encontravam-se Lampião e Maria Bonita. Corisco, ao receber essa notícia, vingou-se furiosamente, degolando a família do fazendeiro acusado de delatar o bando à polícia, porém assassinou as pessoas erradas.[1]


Em 1940 o governo Vargas promulgou uma lei concedendo anistia aos cangaceiros que se rendessem. Corisco e sua mulher Dadá já haviam decidido deixar o cangaço desde 1939, quando no ano seguinte estavam no estado da Bahia, na cidade de Barra do Mendes, em um povoado denominado Fazenda Pacheco. O casal repousava em uma casa de farinha após almoçarem, e estavam supostamente desarmados. O ataque foi comandado pela volante do Zé Rufino, juntamente com o Ten. José Otávio de Sena. Corisco foi surpreendido, mas não se entregou, dizendo a Rufino que não era homem de se entregar. Foi metralhado na barriga, deixando seu intestino fora do abdômen, ainda vivendo por 10 horas depois da rajada de tiros.[3] Dadá precisou amputar a perna direita. Com as mortes de Lampião e Corisco, o cangaço nordestino enfraqueceu-se e acabou se extinguindo.

Corisco foi enterrado no cemitério da Consolação em Miguel Calmon, na Bahia. Depois de alguns dias sua sepultura foi violada, e seu corpo exumado. Seus restos mortais ficaram expostos durante 30 anos no Museu Nina Rodrigues ao lado das cabeças de Lampião e Maria Bonita.

Representações na cultura[editar | editar código-fonte]

A vitalidade, energia e violência de Corisco fascinou Glauber Rocha e inspirou o seu filme Deus e o Diabo na Terra do Sol. Corisco foi interpretado por Othon Bastos.

Em 1969, foi lançado o filme Corisco, O Diabo Loiro de Carlos Coimbra, Corisco foi interpretado por Maurício do Valle, o mesmo que interpretou Antônio das Mortes, assassino de Corisco em Deus e o Diabo na Terra do Sol[4].

Em 1982, foi exibida a minissérie Lampião e Maria Bonita, na Rede Globo. Corisco foi interpretado por Sílvio Correia Lima e Dadá por Lu Mendonça.

Em 1996 foi lançado o filme Corisco & Dadá, que conta a história do casal. O filme foi protagonizado por Chico Diaz e Dira Paes.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Gente de Lampião: Dadá e Corisco - Autor: Araújo, Antônio Amaury Corrêa de 1924 - Convocação de Corisco para cumprir o serviço militar (fls. 22;23 do livro: Gente de Lampião: Dadá e Corisco)
Referências

↑ Ir para:a b c «A última peleja do Diabo Loiro». Nova Escola. Consultado em 6 de fevereiro de 2016
Ir para cima↑ «Corisco». Fundação Joaquim Nabuco
Ir para cima↑ «Há 70 anos morria o último chefe do cangaço». Diário do Nordeste. Consultado em 6 de fevereiro de 2016

https://pt.wikipedia.org/wiki/Corisco

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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