Por Francisco
Carlos Jorge de Oliveira
Os cães eram
de suma importância no cangaço, pois o facínora Lampião tinha dois, o Guarani e
o Ligeiro. Os cães de Virgulino eram cães de caça, eles caçavam tatu, paca,
cotia, veado catingueiro, quatis, lagarto teiú, mocós e tantos outros animais
que serviam de comida para alimentar os cabras de seu bando em certas situações
em meio ás inóspitas caatingas, e ainda; além de ferozes defensores de seus
donos, ajudavam por demais as sentinelas da noite a cuidar da cabroeira que
dormia nos barracos do acampamento. O cabra Corisco também tinha cães, e o de
mais destaque era uma cadela malhada da raça perdigueira que atendia por
“Jardineira”, nome não apropriado para aquela vida dentro daquele bioma
ressequido nos sertões nordestino.
Eu também tenho cães que eu mesmo adestrei para a caça de Javali e Java porcos,
uma espécie de suíno nativo da Europa e que foi trazido para o Brasil, chegando
aqui no Sul do país para ser criado preso e manejado para reproduzir de maneira
controlada, mas alguns fugindo de seus cativeiros foram diretos procurar abrigo
habitando as nossas matas, capoeiras, florestas, pampas e coxilhas. E assim com
a alimentação farta das lavouras, esses animais procriaram de maneira rápida e
desordenada, e fora do manejo e controle, eles se alastraram por todo o sul do
país, São Paulo e Sul do Mato Grosso do Sul, e em grupos de grandes varas; eles
destroem plantações inteiras de milho, soja, aveia, sorgo, mandioca e outros
tipos de lavouras causando grandes perdas ao agricultor. Esse animal não
pertence á fauna brasileira, portanto não configura crime ambiental sua caça e
abate, mas a maior causa deste empecilho “caça”, é de políticos sem experiência
alguma do que é abate a animais nocivos á agricultura, e ainda movidos pela
emoção da “ sociedade protetora dos animais” e demais leigos que aderiam a essa
medíocre causa, ainda tramita na câmara dos deputados a lei que aprova a caça e
abate destes animais.
Em uma caçada no final do mês passado, um amigo ainda inexperiente deixou
frouxa a presilha do colete protetor de um de nossos cães de “GARRE”, e assim
que os cães americanos de levante acuaram o javali; soltamos os dois Dogos
Argentinos “GARRE” e logo que eles atacaram a caça, o bicho desferiu uma
contrataque rápido que pegou entre as juntas do colete de proteção, e o atingiu
bem no peito causando um corte de 12 centímetros e bem profundo. Logo que notei
meu cão ferido, já de imediato sangrei o porco com a lança, depois pequei meu
cão, tirei o colete e constatando que o ferimento não havia rompido nem uma artéria,
mesmo assim o joguei nas costas e rapidamente atravessei um faixa de 2 km num
terreno de terra tombada ate chegar à caminhoneta, e já de imediato o levei
para a cidade onde recebeu toda assistência do medico veterinário.
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