Joca Bernardo
Antes de tudo, informar ao leitor que este material é parte do todo de um texto extraído do blog "Tok de História" do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros.
(...)
A troca de
identidade, complementada pelos cumprimentos à mão estendida, durou pouco, mas
Joca Bernardo mantinha-se olhando por baixo dos olhos, como se estivesse diante
de um Tribunal.
A pergunta se escondia com medo de morrer, respondeu que não. E
explicou que era para evitar comentários que, na certa, iriam lhe trazer
recordações. E ele não deseja recordar as inconveniências naturais de um
traidor. Nesse pé a conversa se expandiu e tomou gosto, porque se Joca se
manteve, durante todo esse tempo, calado, chega mesmo um momento,
principalmente na sua idade, em que o peso da consciência rompe a barreira do
silêncio que se impõe por conveniências.
O silêncio é quebrado também pelo
conflito interno que Joca passou a viver logo depois da morte de Lampião, não porque
traiu o bandido, mas porque, para escapar da morte que Corisco espalhou como
vingança, acabou delatando um inocente. Ou seja, disse a Corisco, com quem se
encontrou mais tarde, que o vaqueiro Domingos Silvino, empregado do sogro do
tenente Bezerra, é quem havia delatado Lampião à polícia.
Corisco foi à casa de
Domingos e matou ele, a mulher, uma visita e três só deixou vivo apenas o de
menor idade, Antônio Silvino, que mora hoje em Piranhas e não quer ver Joca na
sua frente.
(...)
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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