Por José
Mendes Pereira
Um dos facínoras da "Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia" comeu 1 quilo de sal obrigado pelo seu patrão Lampião. Mas mesmo assim, eu acho esta história meio duvidosa. O leitor encontra este fato que teria acontecido no sertão
sertanejo com Lampião, que obrigou o seu comandado comer um quilo de sal e ainda lamber o prato, por ter reclamado da velhinha que não colocou sal na comida, e estava insossa. Em outros textos quem obrigou o facínora comer o sal foi o cangaceiro Antonio Silvino.
Mas isso pode ter sido apenas falta de atenção da pessoa que reescreveu e não se ligou, que não foi Antonio Silvino e sim, o capitão Lampião. Quem primeiro escreveu sobre isso ninguém sabe informar, e nem disse o lugar que aconteceu, Estado, cidade, vilarejo ou fazenda do Nordeste.
E ainda têm outras informações que foram atribuídas ao capitão Lampião, porque ele é o mais famoso no mundo cangaceiro e conhecido como o rei do cangaço. Por isso, dedicaram a ele. Outros dizem teria acontecido com o Antonio Silvino que fez esta barbaridade com o seu comandado. Com quem tenha sido eu não sei. Mas isso são fatos que dizem que aconteceram.
250 gramas de
sal numa casa é provável que não acabará em 10 dias, imagina bem leitor, um quilo de sal para um
sujeito comê-lo de uma só vez, e no final, ainda ter que lamber o prato. Na minha
opinião é história de reuniões de pessoas amigas nas calçadas em noite de bom
luar.
Veja o que
conta o escritor João de Sousa Lima de algumas histórias criadas sobre Lampião.
Mas lembre-se que ele não está afirmando que isso aconteceu. Ele até acredita que tenha sido lendas criadas por aí.
Glauco Araújodo
G1, em Paulo Afonso (BA)
Histórias sobre cangaceiro ainda assustam os nordestinos. Pesquisador conta quais foram os fatos que fizeram a fama de mal do rei do cangaço.
O medo
provocado pela presença física ou até mesmo pelas histórias e lendas contadas
sobre Lampião ainda persiste. O rei do cangaço morreu há 82 anos, na Grota do Angico, em Poço Redondo no estado de Sergipe, durante uma emboscada montada pelos policiais. O
cangaço terminou em 1940, mas mesmo assim as pessoas, principalmente no
Nordeste do país, sentem desespero quando se fala em Lampião.
Acompanhe o
blog do G1 no cangaço
O G1 conversou com João Souza Lima, considerado um dos principais historiadores do cangaço. Ele vive em Paulo Afonso (BA), onde há décadas vem levantando informações sobre a biografia do principal casal de cangaceiros: Maria Bonita e Lampião. É ele quem revela os seis principais mitos e lendas que percorreram vários estados do país e que ainda persistem.
O G1 conversou com João Souza Lima, considerado um dos principais historiadores do cangaço. Ele vive em Paulo Afonso (BA), onde há décadas vem levantando informações sobre a biografia do principal casal de cangaceiros: Maria Bonita e Lampião. É ele quem revela os seis principais mitos e lendas que percorreram vários estados do país e que ainda persistem.
Testículos
na gaveta
Segundo Lima,
uma dessas lendas revelava que um sujeito estava cometendo incesto e foi
flagrado por Lampião. O cangaceiro separou os dois irmãos e foi conversar com o
rapaz. Ele falou para o homem que era para colocar os testículos na gaveta e
fechar com chave. Lampião, então, colocou um punhal sobre o criado-mudo e
disse: "Volto em dez minutos, se você ainda estiver aqui eu te mato".
“A crueldade de Lampião estaria em fazer a tortura e obrigar o sujeito a cortar
sua masculinidade para continuar vivo”, disse o historiador.
Crianças
no punhal
Em outra
história lembrada pelo pesquisador, a população, com medo da fama de violento
de Lampião, acreditava em todas as histórias sobre o cangaço. Uma delas foi
criada com o objetivo de afugentar os sertanejos que ajudavam a esconder os
cangaceiros, os conhecidos coiteiros. As volantes (polícia da época) espalharam
que Lampião matava crianças com punhal. Segundo uma das histórias contadas
pelos policiais, o cangaceiro jogava as crianças para o alto e as parava com um
punhal.
Lampião
macaco
Lampião deu
origem a diversas lendas (Foto: Reprodução/TV Globo).
Outro relato
que se espalhou conta a história de que Lampião só conseguia se esconder
na mata durante as perseguições das volantes porque subia nas árvores e fugia
pelos galhos das copas. Lima disse que isso foi publicado em um livro sobre o
cangaço como se fosse verdade e muita gente ainda acredita nessa
história, desmentida por ele e outros especialistas. “Quem conhece a caatinga
sabe que na região onde Lampião passou e lutou não havia árvores com copas.”
Você fuma?
Lima se lembra
de outro caso: Lampião teria sentido vontade de fumar e sentido o cheiro da
fumaça de cigarro. Ele caminha um pouco e encontra um sujeito fumando. O cangaceiro
vai até o homem e pergunta se ele fuma. O indivíduo vira para olhar quem
conversava com ele e, assustado por ver que era Lampião, responde com medo:
"Fumo, mas se quiser eu paro agora mesmo!".
História do
sal.
Lendas sobre
Lampião fazem parte da cultura de diversos estados brasileiros (Foto:
Divulgação).
Outra lenda
contada nas rodas de amigos no Nordeste até hoje é a de que Lampião chegou à
casa de uma senhora e pediu que ela fizesse comida para ele e para os
cangaceiros. Ela cozinhou e, com medo da presença de Lampião em sua casa,
esqueceu de colocar sal durante o preparo.
Um dos
cangaceiros do grupo de Lampião reclamou que a comida estava sem gosto. O rei
do cangaço, então, teria pedido um pacote de sal para a mulher. Ele despejou o
sal na comida servida ao cangaceiro reclamante e o forçou a comer todo o prato.
O integrante do grupo de Lampião teria morrido antes mesmo de terminar de
comer.
Lampião
zagueiro.
Para finalizar, Lima disse que, na década de 1960, uma empresa pesquisadora de petróleo no Raso da Catarina, em Paulo Afonso (BA), abriu uma pista de pouso para trazer os funcionários de outras regiões que iriam executar trabalhos de pesquisa. Vale salientar que não foi encontrado petróleo no local, apenas algumas reservas de gás.
Para finalizar, Lima disse que, na década de 1960, uma empresa pesquisadora de petróleo no Raso da Catarina, em Paulo Afonso (BA), abriu uma pista de pouso para trazer os funcionários de outras regiões que iriam executar trabalhos de pesquisa. Vale salientar que não foi encontrado petróleo no local, apenas algumas reservas de gás.
Simbolicamente
Na década de 1970, um estudioso do cangaço teria
encontrado o campo de pesquisa parcialmente encoberto pelo mato e escreveu, em
livro, que aquele seria um campo de futebol construído por Lampião. “O
pesquisador ainda teria reportado, de maneira totalmente infundada, que o rei
do cangaço teria atuado no time como zagueiro”, disse Lima.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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