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terça-feira, 22 de junho de 2021

OS CASARÕES DE DONA GENEROSA COITEIRA DE LAMPIÃO E ORGANIZADORA DOS BAILES PERFUMADOS

 Por Claudio Andre Santos


Na minha passagem pelo povoado Riacho, distante 25 quilômetros de Paulo Afonso, situado à beira da rodovia estadual BA-210, encontrei um pequeno e bonito conjunto de construções antigas, em meio à paisagem rústica do semiárido baiano. 


Nesse local encontram-se as ruínas da casa de dona Generosa, coiteira de Lampião, famosa por promover bailes perfumados que atraíam os cangaceiros pelo sertão na década de 1930.


O conjunto engloba ainda uma capela com um cruzeiro em frente ao cemitério da família Azevedo. Logo adiante, mais três casas deterioradas. Dona Generosa não teve filhos, mas construiu as outras três casas para os adotivos. 


O tempo passou mas dona Generosa Gomes de Sá, que morreu na década de 1950, aos 114 anos de idade, deixou sua história marcada no sertão baiano. No tempo do Cangaço, era dona Generosa que "contratava as mulheres e os músicos e fazia os bailes. O que a gente chama de forró, eles chamavam de baile. Mas tudo era feito no maior respeito", informa o historiador e escritor João de Sousa Lima.


Interessante que nas paredes dos casarões antigos há símbolos esculpidos pela coiteira na capela,  que são as mesmas estrelas que aparecem nos chapéus dos cangaceiros. "Tanto as orações quanto esses símbolos eram para pedir proteção divina", diz a história.

 
Você já se imaginou num cenário de filmes de Faroeste? Foi o que senti enquanto andava pelas ruínas dos casarões de dona Generosa. As paredes dos casarões são feitas de tijolos cru e colados ainda pelo barro vermelho. 


As casas e a capela foram construídas por dona Generosa em 1900, que contratou pedreiros de Pernambuco para fazer o adobe, pois na região se erguiam imóveis apenas de taipa. Nesse cemitério que fica há poucos metros da serra do Umbuzeiro, todos os túmulos tem assinatura dos membros da família Azevedo.


As ruínas da casa de dona Generosa é um marco de histórias na passagem de Lampião pela comunidade do Riacho. Segundo relatos históricos, era dona Generosa que organizava o baile para o rei do cangaço e seu bando. 



Muito pouco se sabe de como foi a vida de dona Generosa e por que ela que não tinha filhos resolveu fazer várias casas no entorno da casa que ela morava sozinha. Dentro dessa ruínas há pinturas que representam o período.


Encontrei o agricultor Belmiro de 73 anos de idade que sem muitas delongas, contou muito pouco sobre os casarões de dona Generosa. Quando perguntei sobre os baile perfumados que eram organizado por dona Generosa, ele disse que o forró só terminava na faca e desconversou quando foi pra falar sobre a vida pregressa de dona Generosa.

A igreja de Santa Rita de Cássia está no centro do Povoado do Riacho na zona rural de Paulo Afonso.

CONTA A HISTÓRIA: Em 1830 chega as terras do Povoado Riacho, sete irmãos vindos de Salvador: João Barbosa, Manoel Barbosa, Francisquinho, Sandú, Lobato, João Grande e outro de nome não identificado. 
Um deles, João Barbosa gostou destas terras e acabou ficando. João Barbosa, juntamente com seu irmão Manoel Barbosa, casaram-se com duas irmãs da Cidade de Floresta – Pernambuco. 
João Barbosa, se estabeleceu definitivamente no Riacho. Enquanto seu irmão Manoel Barbosa, fundou o Povoado Arrasta-pé e os demais irmãos fundaram povoados circunvizinhos ao Riacho.

Bom, ainda temos muito a contar depois desse tour pelo sertão baiano.... Aguardem!

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