"A gente tinha se conhecido numa festa de São João, em Caruaru. Na época ela era noiva, estava para se casar com um radialista de lá, Ludogério. Nós dançamos juntos. (...) Bem, mas agora era o segundo encontro, ela me reconhecendo e eu não. Ela me disse então que Ludogério tinha morrido num desastre de avião, três meses antes. Eu senti que ela estava precisando falar. O avião para Brasília ainda ia decolar, então nós fomos pro restaurante do aeroporto. (...)
E ela falando, conversando, o almoço terminou e a história não tinha acabado: perdera três casamentos, a mãe acabava de morrer, estava indo buscar o velho pai em Brasília para ele vir morar com ela no Recife... quando enfim acabou a história eu disse para ela:
- Minha filha, você é muito novinha para ter uma vida com tantas tristezas. Mas eu acho que eu encontrei um jeito para resolver o seu problema.
- Qual é?
- EU!
Aí nossos joelhos se tocaram e tchan! Foi aquele beijo danado. Eu sempre fui um mulato beijador..."
(Do livro A vida do viajante, de Dominique Dreyfuss)
http://hotsites.diariodepernambuco.com.br/2012/gonzaga/causos.shtml
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