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terça-feira, 9 de outubro de 2012

O ÚLTIMO CORONEL? - 50 anos no poder...

Por: Lúcia Rocha

O auditor fiscal aposentado, Francisco Germano Filho - Chiquinho Germano - há exatos 50 anos que jamais perdera uma eleição no pequeno município de Rodolfo Fernandes, na região oeste do Rio Grande do Norte, sofreu a sua primeira derrota, nas eleições de 2012.

Desde 1962 ele concorrera a onze eleições, vencendo em todas, porém, dessa vez concorreu a vice-prefeito, concorrendo com uma sobrinha que elegeu há quatro anos, perdendo para o candidato da sobrinha, por sinal, irmão do seu candidato a prefeito. 
           
Seria Chiquinho Germano o último dos coronéis a ser banido da vida pública?

A seguir (parte da entrevista), a entrevista que fiz com ele há nove anos, quando explica seu sucesso nas urnas, o pensamento, as estratégias e a convivência com alguns políticos. 

LUCIA ROCHA
Especial para GAZETA DO OESTE
Publicado em 1º de junho de 2003

O Rio Grande do Norte assiste a uma onda de devassa por parte do Governo Federal. Guamaré e Baraúna são cidades que hospedam auditores federais em suas sedes. O que diria sobre esse fato novo na política do Rio Grande do Norte o último dos coronéis, Chiquinho Germano?
               
Prefeito da cidade de Rodolfo Fernandes, um homem benquisto até pelos adversários. Sendo ele uma pessoa honesta, que honra seus compromissos com o eleitorado, Chiquinho Germano apenas diz: “Não sei como é que os políticos desviam verbas. A fiscalização é rigorosíssima, a ponto de atrasar a entrega de documentação”, disse surpreso. “Muitas vezes estamos precisando da verba para não parar as obras sociais e passamos um tempão só cuidando de  documentos, pois tudo é muito difícil. Há um rigor danado e é assim que deve ser quando se trata de dinheiro público”, completa.            
              
A indignação parte de um homem simples que atingiu na última eleição 92% de votação. Em 1996 não houve candidato da oposição para prefeito. Elegeu-se então o primeiro vereador da oposição em toda história da cidade.  
              
Pode-se dizer que Chiquinho Germano não pratica o nepotismo, tão comum a políticos. A exceção foi feita em 1988, com o sobrinho, Silveira Neto, eleito prefeito naquele ano. Sua competência serviu de passaporte ocupar o cargo  de Secretário de Agricultura.   
             
O menino que nasceu Francisco Germano da Silveira Filho, carinhosamente chamado de Chiquinho Germano, ou seu Chiquinho, é filho de Francisco Germano da Silveira e Jacinta Queiroz da Silveira. Nasceu em Luís Gomes, Alto Oeste, em 16 de abril de 1930. Há setenta e três anos, portanto.
               
Aos nove meses foi para a companhia dos tios, o Juiz de Direito, dr. José Fernandes Vieira e Amélia de Queiroz, na cidade de Pau dos Ferros, tendo ali se alfabetizado.

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