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terça-feira, 5 de março de 2013

Alcides Dias Fernandes e o ensino comercial em Mossoró - 03 de Março de 2013

Por: Geraldo Maia do Nascimento

Em 27 de agosto de 1911 era fundada em Mossoró a Sociedade União Caixeiral, num dos salões do antigo Colégio dos Padres. Entre outros auxiliares do comércio, foram seus sócios fundadores: Alcides Galvão de Miranda, Afonso Freire de Andrade, Raimundo Nonato de Souza, Sebastião Fernandes Gurgel, Antônio Filgueira Secundes, Luiz Bom, Francisco Isódio de Souza e Manoel Marques, que foi o seu primeiro presidente. 


Alcides Dias Fernandes, embora muito jovem, cedo se enfileirou nas atividades desse grupo associativo, onde alcançou posição de liderança na sociedade, sendo eleito presidente da mesma, mandato que exerceu durante mais de 20 anos, realizando uma administração extraordinária. Seu trabalho na presidência da União Caixeiral tinha sempre uma tarefa nova para começar. Mal terminava um plano e já estava com outro em elaboração, pensando como executá-lo.
           
O primeiro dos grandes movimentos que encabeçou foi à construção do prédio da União Caixeiral, na Praça da Redenção nº 17, no local onde foi à casa de Gaudêncio Noronha. Foi uma obra de coragem, de confiança no próprio esforço, de constante trabalho do homem que não se intimidava com empecilhos. A obra era tão grande e arrojada para a época, que muitos duvidavam que ele conseguisse concluí-la, já que os recursos eram escassos.
               
Para levantar fundos, organizou um plano de pequenas ações de dez mil réis cada uma, que eram subscritas, muitas delas, à revelia dos próprios portadores, que seriam amortizadas por sorteios, conforme o tempo da emissão. E quando se procediam alguns desses sorteios, que era dirigido pelo grupo constituído Poe ele próprio e mais João Almino de Souza, Raimundo Nonato Fernandes e Raimundo Firmino de Oliveira, alguns dos beneficiados, como era o caso de Vicente Fernandes, ele dizia: “João Almino, faça uma carta para eu assinar, pedindo para a importância ser revertida em benefício da própria União, pois não há, na verdade, dinheiro para pagar o resgate.”
              
Assim foi construído o prédio da União Caixeiral.
               
Em 1936 o Estado do Rio Grande do Norte passava por um momento conturbado com a deflagração do movimento que ficou conhecido como Intentona Comunista. Esse movimento modificou totalmente o ritmo da vida e das atividades, até da segurança pública. Mas mesmo nesse período Alcides Fernandes continuou com seus sonhos e iniciou outro empreendimento muito arrojado para a época que era a criação de uma escola de comércio, que viesse a funcionar no regime de inspeção do Ministério da Educação. Então, contando com o apoio de outro sonhador, que foi o acadêmico Thiers Rocha, criou a escola de ensino que seria a pioneira do ensino profissional de contabilidade no interior do Estado e que foi realmente instalada naquele ano de 1936.
               
Para a organização da Escola, teve de recorrer a experiência da Escola de Comércio de Natal, do professor Ulisses de Góis, que vinha de 1919 quando foi fundada por D. Adauto, Arcebispo da Paraíba. E de lá chegaram, com muito boa vontade, as instruções indispensáveis para a organização do processo do pedido de verificação prévia ao Ministério da Educação. Em 1937 um inspetor federal, chegado do Recife, visitou a Escola, dizendo trazer a melhor recomendação que podia para Mossoró, credenciado pela amizade do professor Tércio Rosado.
               
A bem da verdade, a Escola só possuía, em ótimas condições, o prédio. Não havia nada além das salas de aula e do sonho de fazer-la sobreviver. As recomendações de Tércio Rosado ajudaram muito, pois o inspetor federal se mostrou muito compreensivo e sem falta do cumprimento de sua missão, orientou, ajudou, incentivou aquele trabalho. Assim, debaixo de fiscalização oficial, inicia o funcionamento do primeiro ano do curso preparatório, tendo no seu corpo docente os professores Sólon Moura, Raimundo Gurgel, Antônio Francisco, Raimundo Andrade Araújo, Carlos Borges de Medeiros e Guiomar de Oliveira.
               
Há homens que plantam couves. Há homens que plantam carvalhos. Disse isso Rui Barbosa. Alcides Fernandes pertencia a este último grupo. Plantou árvores seculares, que desafiavam o próprio tempo. (continua na próxima semana).

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Fonte:
http://www.blogdogemaia.com

Autor:
Geraldo Maia do Nascimento

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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