Por: Lúcia Rocha
No dia 21 de
maio de 1912, há cem anos, nascia em Mossoró, Rio Grande do Norte, Jerônimo
Dix-huit Rosado Maia, filho do paraibano de Pombal, Jerônimo Ribeiro Rosado,
casado em segundas núpcias com a conterrânea, Isaura Rosado Maia, irmã da
primeira esposa, Maria Amélia Henriques Maia, de quem enviuvara. Jerônimo
era filho de um português de Coimbra, Jerônimo Ribeiro Rosado, que residia há
muito tempo em Pombal. Formado em Farmácia, pela Faculdade de Medicina do Rio
de Janeiro, o Jerônimo Rosado, ou seu Rosado, como era tratado em Mossoró,
migrou para esta cidade, em 1890, à convite de um médico, com quem se associara
para abrir a Farmácia Rosado. Seu Rosado registrou seus filhos e filhas com
nomes esquisitos, o que já rendeu a participação de alguns de seus descendentes
no Domingão do Faustão. Seu biógrafo, Luís da Câmara Cascudo conta no livro
lançado em 1967,Jerônimo Rosado – Uma Ação Brasileira na Província que,
seguindo a tradição portuguesa de registrar o primeiro filho com o nome do pai,
o primogênito chamava-se Jerônimo Rosado Filho, o Rosadinho. O segundo filho,
Laurentino, herdou o nome do avô materno, viveu apenas onze meses, porém com o
nascimento do terceiro filho, Tércio Rosado Maia, seu Rosado iniciaria a
numeração dos filhos. “Daí em diante, com surpresa admirada e permanente, a
série obedece a assinalação numérica, única no Brasil no plano da onomástica”,
registra Cascudo.
Portanto, nosso homenageado, Dix-huit, em francês significa dezoito, era o
décimo oitavo filho de seu Rosado, mas havia outros filhos registrados em
latim. Conheci, por exemplo, Oitava, Treizième, Dix-huit, Dix-neuf, Vingt e
Vingt-un. O primeiro filho, Rosadinho, médico, faleceu jovem, aos trinta anos
de idade, deixando três filhos, um deles, Lahyre Rosado, formado em Farmácia,
primeiro neto e criado por seu Rosado. Doutor Lahyre, conheci bem, pai da amiga
e colega na faculdade de jornalismo, Ilná Rosado. Seu Rosado era bastante
envolvido com o desenvolvimento de Mossoró, lutou especialmente pela água e
transporte ferroviário, chegou a intendente do município e faleceu em 1930,
deixando o caçula, Vingt-un, com apenas nove anos de idade. Câmara Cascudo
conta que as primeiras pessoas do sexo feminino a trabalhar no comércio da
cidade foram as filhas de seu Rosado, atendendo no balcão da farmácia, como
Sétima e Onzième. Os homens cuidavam especialmente de uma pedreira que ele
havia adquirido numa localidade próximo a Mossoró, em São Sebastião, hoje
município de Governador Dix-sept Rosado, em homenagem ao décimo sétimo filho,
que assumiu o cargo de governador do Rio Grande do Norte, em 1951. Conta
Cascudo, que a extração de gesso inspirou os filhos de seu Rosado, ao ponto em
que “...Dix-huit, ainda menino procurou o pai para informá-lo que não mais
pretendia estudar. Ao que seu Rosado indagou: “E você, o que vai ser?”.
“Tirador de gesso”, respondeu, convencidíssimo da vocação. O pai mandou fazer
um macacão, vestimenta azul, folgada e confortável, com o dístico nas costas,
Tirador de Gesso, anunciando que na próxima semana o jovem operário estaria de
picareta e pá às margens do riacho do Tapuio, escavando gipsita. Dix-huit
desistiu. Seria médico eminente, duas vezes deputado federal, senador da
república”, registra Cascudo na biografia de seu Rosado.
Dix-huit ficou órfão do pai aos dezoito anos de idade, estudara em Recife,
formando-se na Faculdade de Medicina da Bahia, turma de 1935, aos 23 anos de idade.
Ainda sobre Dix-huit, dona Marieta Lima, artista plástica da cidade, que em
janeiro de 2012 comemorou cem anos de idade, contou no programa Mossoró de
Todos os Tempos que teve um breve romance com Dix-huit, quando meninotes.
Ambos tinham menos de quinze anos de idade e que ele, Dix-huit, ainda andava de
calças curtas, morava na Rua 30 de Setembro, e se encontravam às escondidas, na
Praça da Redenção.
A
POLÍTICA
Tenente-Coronel e Chefe de Saúde da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, Dix-huit
foi o primeiro dos herdeiros de seu Rosado a ingressar na política, em 1945,
como deputado estadual, período em que Dix-sept foi eleito prefeito de Mossoró.
Dix-huit ainda exerceu dois mandatos de deputado federal, em 1950 e 1954.
Eleito senador em 1958, exerceu o mandato de 1959 a 1966, oportunidade em que
visitou alguns países de regime comunista, em missão oficial, incluindo a
China, de Mao Tse Tung. Ainda na década de sessenta, Dix-huit foi nomeado pelo
Presidente Costa e Silva para ocupar a presidência do INDA – Instituto Nacional
de Desenvolvimento Agrário - período em que implantou em sua terra natal a ESAM
– Escola Superior de Agronomia de Mossoró – com o curso de Engenharia
Agronômica, hoje UFERSA – Universidade Federal Rural do Semi Árido - que
oferece diversos cursos, além de Agronomia, Medicina Veterinária, Direito,
Engenharia Civil, Engenharia de Pesca e tantos outros. Eleito prefeito de
Mossoró em três mandatos – 1972, 1982 e 1992 – Dix-huit Rosado deixou a marca
de ter sido o melhor prefeito de todos os tempos.
Neste vídeo, Dix-huit Rosado, então presidente do INDA, recebe em Mossoró, o Presidente do Brasil, Marechal Costa e Silva, que inaugura poço artesiano, a Faculdade de Ciências Econômicas e a ESAM, em 1967.
Neste vídeo, Dix-huit Rosado, então presidente do INDA, recebe em Mossoró, o Presidente do Brasil, Marechal Costa e Silva, que inaugura poço artesiano, a Faculdade de Ciências Econômicas e a ESAM, em 1967.
Como
empresário do ramo de comunicação e entretenimento, entregou a Mossoró em 1955,
a Emissora de Rádio Tapuyo e o Cine Teatro Cid, um prédio imponente no centro
da cidade, hoje Teatro Lauro Monte Filho, pertencente ao governo do estado.
Sobrevivente de um acidente aéreo em 1947, no qual faleceu o piloto, Dix-huit
teve a sorte que faltou ao irmão, então governador Dix-sept Rosado, morto em
acidente aéreo quando se deslocava ao Rio de Janeiro, então capital federal, em
1951, aos quarenta anos de idade, com apenas seis meses de mandato. Dix-sept é
pai do ex-deputado estadual, Carlos Augusto, marido da atual governadora do Rio
Grande do Norte, Rosalba Ciarlini Rosado.
Revista produzida para a comemoração
Na noite de 12
de maio de 2012, um sábado, a Prefeitura Municipal de Mossoró brindou a cidade
com um grande evento em comemoração ao centenário de Dix-huit Rosado, no
Memorial da Resistência, que contou com a presença de toda a família do homenageado,
que veio do Rio de Janeiro, como os filhos Mário e Naide Rosado, além de
convidados do estado. Na ocasião, foi distribuída a revista 100 Anos de
Dix-huit Rosado, editada pelos jornalistas César Santos, Edilson Damasceno,
Julierme Torres, José de Paiva Rebouças; diagramação de Augusto Paiva e revisão
de Stella Sâmia, tendo como curador da homenagem, o ex-chefe de gabinete de
Dix-huit Rosado, Sebastião Almeida.
Dix-huit Rosado pertencia a uma geração de políticos que chegava junto ao povo,
no homem comum, ou seja, era acessível, não andava com assessores e
secretários, apenas com o motorista. Ele mesmo visitava obras, acompanhando
reformas, por exemplo. Por diversas vezes presenciei-o chegando na Cobal, hoje
Conab, para acompanhar a sua construção. Eu, garota, pedalando bicicleta,
parava para ver aquele homem de estatura gigantesca, sempre vestindo uma
espécie de conjunto, a calça e camisa da mesma cor. Vaidoso, ao descer do
carro, retirava do bolso um pequeno pente, que passava nos raros cabelos,
guardava-o e caminhava em direção à obra, cumprimentando a todos que passavam
pelo local, trocando ideias e batendo papo com quem dele se aproximasse. Há
alguns anos ouvi depoimento de uma moradora da Rua Frei Miguelinho, dona Maura
Medeiros. Ela disse que o então prefeito Dix-sept Rosado, não só acompanhava de
perto a obra de calçamento a paralelepípedo naquela via, no final da década de
quarenta, como sentava-se no meio fio e tomava café junto aos funcionários da
obra.
Nos finais de semana, Dix-huit dispensava o motorista e o carro oficial, dirigia ele mesmo sua camioneta, tipo S 10, ao lado de Tia Nayde, para a fazenda ou mesmo dar umas voltinhas na cidade, visitar amigos. Mas era outro tempo. Talvez Dix-huit pertencia a uma classe de prefeito que diariamente batia o ponto em seu local de trabalho, na prefeitura, para onde havia sido eleito.
Para conhecer um pouco de Dix-huit e de sua esposa, que a cidade chamava na intimidade de Tia Nayde, reproduzo entrevista que fiz com o casal, ao final do segundo mandato dele, quando a saudosa Tia Nayde profetizou que retornariam a cidade para um terceiro mandato. Vejamos:
Nos finais de semana, Dix-huit dispensava o motorista e o carro oficial, dirigia ele mesmo sua camioneta, tipo S 10, ao lado de Tia Nayde, para a fazenda ou mesmo dar umas voltinhas na cidade, visitar amigos. Mas era outro tempo. Talvez Dix-huit pertencia a uma classe de prefeito que diariamente batia o ponto em seu local de trabalho, na prefeitura, para onde havia sido eleito.
Para conhecer um pouco de Dix-huit e de sua esposa, que a cidade chamava na intimidade de Tia Nayde, reproduzo entrevista que fiz com o casal, ao final do segundo mandato dele, quando a saudosa Tia Nayde profetizou que retornariam a cidade para um terceiro mandato. Vejamos:
Dix-huit e Nayde
Entrevista ao
jornal O MOSSOROENSE, em 1988.
Tia Nayde, uma
amiga de Mossoró
Por Lúcia
Rocha
Nayde de
Medeiros Rosado é uma pessoa de gestos e traços finos, que transmite aos que a
rodeia uma paz e conduz para um mundo onde não há espaço para a maldade,
o pessimismo e o ódio. Companheira durante mais de cinquenta anos de Dix-huit
Rosado, prefeito de Mossoró, Nayde é aquela que ele escolheu em meio a um ato
religioso, quando a viu pela primeira vez, em Natal. Pertencente a nata da
sociedade natalense, filha de Manoel Clementino de Medeiros e Olindina Duarte
de Medeiros, Nayde Rosado teve uma educação religiosa no Colégio Imaculada
Conceição, tradicional na capital potiguar. Seu pai fora educado na Suíça, à
exemplo dos seus irmãos. Esportista, Nayde Rosado praticou tênis até se casar.
Depois aderiu ao Cooper, para manter o corpo em forma. Considerada uma das
moças mais bonitas de Natal, foi por diversas vezes convidada a participar de
concursos de beleza, não aceitando atendendo pedido da mãe, que desejava um
futuro longe das passarelas para a filha.
PARA A CIDADE
ELA É UMA TIA, PARA DIX-HUIT, UMA PRINCESA
Nayde Rosado conheceu Dix-huit durante uma procissão de Santos Reis, em Natal.
Estava acompanhada da mãe e, Dix-huit atento a sua beleza, em meio a multidão,
dirigiu-se a ela e, num ligeiro bate-papo, pediu-lhe o endereço: “Fiquei encantada
com Dix-huit, logo que o vi. Sua beleza me chamou a atenção. Senti uma grande
emoção porque fez-me elogios, dizendo ser eu muito bonita”, conta Nayde Rosado,
que quando passou a sair com Dix-huit percebia o assédio das mulheres que lhe
dirigiam olhares a todo instante. Mesmo assim, não sentiu-se enciumada.
Dix-huit confirma que realmente conheceram-se durante o ato religioso: “Desde
então, ligamos nosso destino para alcançarmos depois de 51 anos o status conjugal
no qual vivemos tranquilamente, quase que num ambiente isolado, afastados dos
filhos e da família. Nossa convivência é a mais amena. Temos pouca reclamação a
fazer um do outro”, enfatiza. Dizendo tratá-la com o carinho de quem paga uma
dívida permanente, pela dedicação que ela lhe atribui, Dix-huit afirma ter sido
Nayde, uma mãe carinhosa, que amamentou todos os filhos durante seis meses,
como a medicina recomenda: “Comprova-se com facilidade o resultado desse
procedimento, com a aparência de todos os filhos. Os homens são atletas e as
mulheres, no meu julgamento, são lindas. O pai tem o direito de assim
proceder”, palavras de um pai coruja. Numa referência ao mandato de prefeito,
Dix-huit lembra que está alcançando o fim do mandato com suas mãos: “Preparamos
para voltarmos ao lar que largamos temporariamente para servir a Mossoró. Eu,
com minha obsessão e Nayde, com a sua paixão. Podem até pensar que não vou sair
com saudade da cidade. A brava urbe vive intrinsecamente ligada ao meu coração.
Vou ter saudade de tudo e de todos. Nada reclamarei de ninguém, até mesmo
aqueles que me feriram profundamente. As feridas cicatrizaram. Resta apenas um reliquat que
desaparecerá com o tempo”, promete Dix-huit.
CASAMENTO E EDUCAÇÃO DOS FILHOS
Até conhecer Dix-huit, Nayde não sabia da existência da família Rosado.
“Namoramos pouco mais de um mês e nos casamos”, explica Nayde. O casamento foi
num sábado de Carnaval, numa cerimônia simples. Nessa época, médico
recém-formado, Dix-huit clinicava em Assu, onde o casal morou alguns dias,
transferindo-se em seguida para Mossoró, depois alguns anos em Natal, onde
nasceram todos os seis filhos: Liana Maria, Mário, Margarida, Maria Cristina,
Nayde Maria e Carlos Antonio. Eleito Deputado Federal, Dix-huit transferiu-se
com a família para o Rio de Janeiro, então capital federal e cidade que adotou
por muitos anos e onde nasceram os netos e bisnetos. Na educação dos filhos
teve preocupação em atividades, praticando esportes, línguas e balé. Liana
Maria foi educada nos Estados Unidos. Longe do convívio com a família, Nayde
Rosado fala quase que diariamente com os filhos e netos. “Hoje me sinto tão
realizada, que a maturidade trouxe o conhecimento acerca de tudo e de todos”,
comenta. Bastante amiga de todos os membros da família Rosado, Nayde reconhece
que a cunhada Treizième Rosado, a quem considera matriarca da família, é sua
maior amiga. “Treizième é gente muito fina, que admiro bastante”, disse.
Nayde com a cunhada e amiga Treziéme
MOSSORÓ TODA
VIDA
Seu filho, Mário Rosado, economista, diz que a mãe pensa que mora no Rio de
Janeiro. “Mas ela é devota de Dix-huit. Temos o maior carinho por eles.
Estendemos o carinho e a dedicação deles a Mossoró, por isso nos privamos
durante anos, da companhia deles. Gostaria que servisse de exemplo a outras
mulheres”, entrega Mário, que confessa que se existisse santa na terra, sua mãe
seria uma. “Ela é essa candura de pessoa que você está vendo. Nunca a ouvi
falar com ódio, vingança ou algo parecido”, conta. Mário também explica que, à
exemplo dos seus irmãos, é entusiasmado por Mossoró. “Nossos filhos têm tido
oportunidade de ir a Mossoró e sempre temos dificuldade em voltar para o Rio ou
São Paulo. Eles querem ficar em Mossoró, pois são encantados com a cidade”,
afirma. Numa referencia a Mossoró, Mário, que também é poeta, autor do livroPoemas
do Amor Constante, esclarece que a força do desempenho da cidade é
reconhecida hoje no Brasil inteiro e é exemplo para o Nordeste. “Dix-huit é o
nosso ídolo. Mostra-nos que o homem vale mais pelas obras que faz. Ele
desprezou a roupa fina para viver na cidade que tanto ama. Somos muito
entusiasmados por Mossoró”, repete Mário, que fala também em nome dos irmãos.
Sobre Dix-huit, Nayde Rosado conta que não tem palavras que possam traduzir a
admiração que sente por ele: “Nunca desejou mal a ninguém, é uma pessoa que ama
sua terra e que nunca deixou de demonstrar isso. Gostamos muito do slogan Mossoró
Toda Vida. Ele bem traduziu o afeto que temos pela cidade”, resume. Mas Nayde
Rosado, que não gosta de ser rotulada de primeira-dama, dispensa esse
tratamento por achar que não possui nenhum significado: “Não tenho vaidade de
coisa nenhuma, não vivo à sombra disso”, descarta. Nayde é muito querida,
principalmente pelas pessoas mais humildes, a quem tem tido a oportunidade de
conhecer e servir, independente de partidarismo. “Quando faço uma bondade, um
gesto, que mereça um elogio de alguém, faço com a melhor das intenções. Gosto
de servir e de estar em contato com o povo, seja pobre ou rico”, esclarece.
Dizendo ter em Mossoró amigos verdadeiros, apesar de ter passado maior parte da
vida no Rio de Janeiro, Nayde diz: “Todos me tratam com carinho, todos são
amigos. Vou levando as melhores recordações”, registra. Com certeza são os mais
humildes que demonstram mais amizade e afeto. Nunca pedem nada, mas Tia Nayde
oferece e procura servi-los. “Uma coisa que me choca é que muitas vezes não
gravo a fisionomia das pessoas. Não sou boa fisionomista e tenho tido
problemas, porque acho que muitas vezes possa parecer antipática, quando na
realidade, deixo de falar com as pessoas por não gravá-las na mente. Algumas
vezes é o nome que foge na hora de cumprimentá-los”, enfatiza.
Rosalba
Ciarlini Rosado, Nayde, Dix-huit e o amigo, Sebastião Mendonça
A música
do casal diz: “Em você tudo é encantamento/Em você tudo é deslumbramento/Você
traduz sonhos de luz/anjo divino/Qual uma dádiva do céu no meu destino/Em você
eu encontrei, querida/A realização de toda minha vida/É você minha expressão da
verdade/A minha apoteose de felicidade”. A música bem traduz a felicidade que
reina ao casal Dix-huit-Nayde Rosado. A felicidade muito comum em um casal que
se ama, acima de tudo. No ano passado, o casal reuniu o clã para a comemoração
das Bodas de Ouro, no Rio de Janeiro. “Foi tudo muito bonito, não sei como
segurei tanta emoção”, recorda Nayde. Perguntada por qual momento sente-se mais
feliz em Mossoró, ela diz que tanto em Mossoró, como em qualquer lugar é quando
o prefeito retorna a casa. Nayde gosta de passear pelo comércio de Mossoró.
“Aprecio as butiques e admiro a facilidade que as mulheres daqui têm em andar
na moda. A mesma moda que vemos no Rio, ser lançada aqui, simultaneamente.
Nunca trago novidades, porque encontro aqui em Mossoró”, comemora. Adriano da
Silva Pinto tem nove anos de idade e é um dos inúmeros amigos de Nayde, ele
confessa que tia Nayde é uma pessoa boa. “É como se fosse minha irmã”, disse.
Adriano acompanha a tia, segundo ele, para jantar fora, batizados e quase todo
final de semana vai lhe visitar. O sobrinho Laíre Rosado Filho, diz que tia
Nayde é uma pessoa que conquistou Mossoró com sua bondade e simpatia. “À
exemplo de tio Dix-huit, ela deixou de pertencer a sua família para se dedicar
a Mossoró”, comenta. Sobre o retorno ao convívio com a família no Rio de
Janeiro, que está próximo, Nayde Rosado afirma que sai com a certeza da volta.
“Essa minha demonstração é maior, não pelo sentimento, mas já manifestei a
Dix-huit que devemos manter uma residência aqui, para voltarmos sempre. E até
pensando na possibilidade de vê-lo novamente na prefeitura, como diz o
provérbio, o bom filho à casa retorna”, profetiza.
Nota: em 1992,
quatro anos após essa entrevista, Dix-huit Rosado candidata-se a prefeito de
Mossoró, aos 80 anos de idade e, eleito, cumpre o terceiro mandato até 22 de
outubro de 1996, falecendo aos 84 anos, deixando como titular, a sobrinha,
vice-prefeita Sandra Rosado, filha de Vingt Rosado e primeira mulher,
descendente de seu Rosado, a ocupar a cadeira de prefeito do município. Sandra
Rosado atualmente cumpre segundo mandato de deputada federal.
Autora:
Jornalista Lúcia Rocha
http://www.luciarocha.com.br/2012/05/centenario-de-dix-huit-rosado-no-dia-21.html
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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