Por Milton Ribeiro
Não pretendo
discutir a justiça da morte de Lampião e seu grupo, mas dar uma olhada na forma
com que as autoridades policiais agiam nos anos 30. Faroeste total. Os
adversários políticos de Getúlio Vargas o pressionavam por permitir a
existência de Lampião. Então, Getúlio fez uma pressãozinha sobre o interventor
de Alagoas, Osman Loureiro. Este prometeu promover ao posto imediato da
hierarquia o militar que trouxesse a cabeça de um cangaceiro. Antes, o governo
baiano já tinha tentado ajudar o ditador gaúcho, apesar da polícia saber que o
grupo encontrava-se entre Alagoas e Sergipe.
Porém, na
verdade, Lampião e a maior parte de seus comandados encontravam-se acampados em
Sergipe, na fazenda Angicos, no município de Poço Redondo. As forças de Alagoas
— sim, dentro de Sergipe — agiram guiadas pelo coiteiro Pedro de Cândido e os
cangaceiros não tiveram tempo de esboçar qualquer reação. Eles chegaram às 5h30
da manhã de 28 de julho de 1938. Ao todo foram 11 cangaceiros mortos,
entre eles Lampião e Maria Bonita. Foram decapitados e depois houve uma
verdadeira caçada ao “patrimônio” dos cangaceiros. Joias, dinheiro, perfumes e tudo
mais que tinha valor foi alvo da rapinagem promovida pela polícia.
As cabeças dos
11 cangaceiros do grupo de Lampião estiveram embelezando as escadarias da
Prefeitura de Piranhas (Clique para ampliar)
A exposição
acima ainda seguiu para Santana do Ipanema e depois para Maceió, onde os
políticos puderam tirar proveito dela. Acima, Lampião, Maria Bonita, Luiz
Pedro, Quinta-feira, Elétrico, Mergulhão, Enedina, Moeda, Alecrim, Colchete e
Macela.
http://miltonribeiro.sul21.com.br/2012/09/10/o-brasil-dos-anos-30-um-pais-tao-gentil
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