Por
Geraldo Maia do Nascimento
Mossoró
está em festa. É dezembro, e como acontecem todos os anos, a comunidade
católica celebra a festa de Santa Luzia, a “Santa da eterna claridade visual”,
Padroeira da Cidade. E no período que vai do dia 03 ao dia 13, Mossoró se
transforma num grande santuário, onde a Virgem de Siracusa é reverenciada. E
mantendo uma tradição centenária, o profano e o religioso se misturam, pois no
mesmo pátio onde a novena e as missas são celebradas, acontece a quermesse com
seus jogos de roleta, argolas, seus leilões e barracas de vendas. É a festa,
destino de milhares de fies, alguns vindos de muito longe, que durante todo o
período ali comparecem para acompanhar a novena e depois se divertir com a
família na quermesse. E o ponto alto da festa se dá no dia 13, dia de Santa
Luzia, quando a festa é encerrada com uma procissão quilométrica, a maior do
Estado, onde mais de 100 mil pessoas acompanham, cantando e orando, agradecendo
por graças alcançadas.
A
devoção dos mossoroenses por Santa Luzia foi à causa da criação da cidade. De
uma pequena capela construída em 1772, surgiu o povoado, depois Vila e Cidade
de Mossoró. Tudo começou quando em 5 de agosto de 1772, a Provisão das
Dignidades do Cabido de Olinda concedeu a Antônio de Souza Machado,
Sargento-Mor da ribeira do Mossoró e sua mulher Rosa Fernandes, autorização
para construir uma capela na fazenda Santa Luzia, de sua propriedade, em
cumprimento de promessa feita por sua intercessão. No mesmo ano a capela foi
erguida e em 25 de janeiro de 1773, era celebrado o primeiro ato litúrgico.
Cinqüenta e oito anos depois de construída, a pequena capela passou por uma
reforma, reforma essa para a qual se mandou buscar no Açu o mestre pedreiro
Manuel Fernandes que veio com um escravo e um mestre de obras. A nova
inauguração se deu em 30 de dezembro de 1830. Em 27 de outubro de 1842, pela
resolução número 87, a Capela de Santa Luzia era elevada à categoria de Matriz,
desdobrada assim da freguesia do Apodi a que esteve ligada durante setenta
anos. E nesse ano se dá à primeira festa de Santa Luzia. São 171 anos desde
aquela data, e em apenas três oportunidades não houve os tradicionais festejos
no dia da sua Padroeira.
A primeira foi em 1860; Naquele ano, a Irmandade de Santa Luzia, em reunião realizada em 8 de abril, resolveu que não se festejasse a Padroeira, enquanto não se desse por terminado o serviço de reforma da Igreja Matriz, que continuava em obras. Na verdade, não foi uma reforma. O prédio foi totalmente refeito pelo vigário Antônio Joaquim, num trabalho que durou 10 anos, de 1858 a 1868, mesmo assim sem as torres, que foram construídas bem depois.
A segunda ocasião em que não se comemorou a festa de Santa Luzia foi em 1865, ainda por a igreja encontrar-se em obras, como consta em um livro de atas da Irmandade. Determinava aquela instituição, que o dinheiro que seria gasto na festa fosse aplicado na construção do templo.
Setenta anos depois, em 1935, a festa de Santa Luzia mais uma vez deixava de ser realizada. E dessa vez a decisão foi do próprio pároco, o Padre Luís da Mota. A razão apontada era o estado de intranqüilidade pública reinante no Estado, em particular em Mossoró, por causa da intentona comunista deflagrada em Natal – a Revolução Vermelha – como ficou conhecida, que tomou o governo e instalou ali a miniatura de um “soviet”, criando órgãos administrativos e fazendo circular um jornal “A Liberdade”. Essa proibição rendeu várias críticas ao vigário. Diziam alguns: “- Mas, já se viu que coisa! Agora, não tendo mais a quem perseguir, o padre mete Santa Luzia na Política!... Quanto mais se precisava de reza, ele manda fechar a igreja. E ainda tem quem fale de uns ateus de maia-cara que andam por ai.“
Daí por diante, a festa tem acontecido todos os anos, numa constante renovação de fé, onde, como diz o jargão, “o povo com alegria, saúda Santa Luzia”!
A primeira foi em 1860; Naquele ano, a Irmandade de Santa Luzia, em reunião realizada em 8 de abril, resolveu que não se festejasse a Padroeira, enquanto não se desse por terminado o serviço de reforma da Igreja Matriz, que continuava em obras. Na verdade, não foi uma reforma. O prédio foi totalmente refeito pelo vigário Antônio Joaquim, num trabalho que durou 10 anos, de 1858 a 1868, mesmo assim sem as torres, que foram construídas bem depois.
A segunda ocasião em que não se comemorou a festa de Santa Luzia foi em 1865, ainda por a igreja encontrar-se em obras, como consta em um livro de atas da Irmandade. Determinava aquela instituição, que o dinheiro que seria gasto na festa fosse aplicado na construção do templo.
Setenta anos depois, em 1935, a festa de Santa Luzia mais uma vez deixava de ser realizada. E dessa vez a decisão foi do próprio pároco, o Padre Luís da Mota. A razão apontada era o estado de intranqüilidade pública reinante no Estado, em particular em Mossoró, por causa da intentona comunista deflagrada em Natal – a Revolução Vermelha – como ficou conhecida, que tomou o governo e instalou ali a miniatura de um “soviet”, criando órgãos administrativos e fazendo circular um jornal “A Liberdade”. Essa proibição rendeu várias críticas ao vigário. Diziam alguns: “- Mas, já se viu que coisa! Agora, não tendo mais a quem perseguir, o padre mete Santa Luzia na Política!... Quanto mais se precisava de reza, ele manda fechar a igreja. E ainda tem quem fale de uns ateus de maia-cara que andam por ai.“
Daí por diante, a festa tem acontecido todos os anos, numa constante renovação de fé, onde, como diz o jargão, “o povo com alegria, saúda Santa Luzia”!
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Autor:
Jornalista
Geraldo Maia do Nascimento
Fonte:
http://www.blogdogemaia.com
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Caro amigo Mendes: Parabéns ao povo Mossoroense pela festividade de sua padroeira. Embora eu seja evangélico, mas cada denominação celebra de conformidade com a forma de sua aceitação.
ResponderExcluirAbraços,
Antonio Oliveira - Serrinha