Por Doizinho
Quental
Ainda na Bahia, nas catingas de
Chorrochó, andava um homem caçando cobras para vendê-las a um senhor que as
levava à cidade de S. Paulo, com o objetivo de estudá-las.
Conseguiu três cumbucas com
tampas e entrou no mato. Com habilidade, o caçador laçou 5 cobras: 3 cascavéis
e 2 jararacas, guardando-as nas cabaças.
Saindo do mato ele avistou um
carro de boi gemendo na estrada. O carro
conduzia quatro senhoras que iam a uma fazenda próxima. O caçador pediu carona.
No caminho, as senhoras, curiosas, destamparam as cabaças no momento exato em
que Lampião e seus cabras saíram do mato, atraídos pelo ruído do carro de boi.
As cobras espalharam-se pela
coberta do carro. As senhoras desmaiaram, ao avistar os cangaceiros e as cobras
soltas. O caçador ia fugindo, quando Lampião lhe disse:
-Pra onde vai
home covarde?! Cabra safado! Vão
atráis desse
frôxo!
O homem estava tão nervoso que
não tinha ânimo para ficar em pé. Lampião encarou-o:
- Covarde! Medroso! As mulheres
não correram!
Maria Bonita interferiu:
- Elas num correro pruque tivero
uma gargulina (vertigem). Dêxe o home vivê; se ele fosse medroso num caçava
cobra puro mato!
- Os cangaceiros deram uma
grande gargalhada e responderam:
- Esse frôxo caça cobra nada!
Ele laça é pra vendê!
Um cangaceiro mais
"humano" protegeu o caçador:
- Num sei não, mais ele apanha ela e
bota na cumbuca, é arriscado!
Lampião então disse:
- pega as
cobra novamente, cabra, pra eu vê se vosmecê se sarva!
O homem, mais que ligeiro,
capturou as cinco cobras e salvou a sua vida.
O Cangaceiro, então com ar de
vitória falou:
- tá veno, eu num dixe!
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