Por Sálvio
Siqueira
O Fenômeno
Cangaço surgiu, no nordeste brasileiro, entre o meado do século XIX e o seu
final. O próprio termo “cangaceiro”, em suas origens, faz referência ao termo
“canga”, peça de madeira usualmente colocada nos muares e animas de transporte.
Assim, a palavra cangaceiro, originalmente, faz uma alusão aos utensílios que
os cangaceiros carregavam em seu corpo. Grupos de homens armados conhecidos
como cangaceiros. Usavam roupas e chapéus de couro para protegerem os corpos da
vegetação da caatinga. Usavam também, esta mesma vegetação, como fonte de
alimento e ‘remédio’ no tratamento dos seus ferimentos. Estes grupos apareceram
em função, principalmente, das péssimas condições sociais da região nordestina.
Os latifúndios, que concentrava terra e renda nas mãos dos fazendeiros,
deixando à margem da sociedade a maioria da população.
Portanto, podemos
entender o cangaço como um fenômeno social. Os cangaceiros não tinham ‘morada’
fixa. Viviam como nômades não por opção, era mesmo por necessidade devido a
perseguições. Promoviam saques a fazendas, atacavam comboios e chegavam a
sequestrar pessoas para obtenção de resgates. Caracterizado por atitudes
violentas, andavam em bandos armados, espalhavam o medo pelo sertão nordestino.
Aqueles que respeitavam e acatavam as ordens dos cangaceiros não sofriam, pelo
contrário, eram muitas vezes ajudados. Esta atitude, fez com que os cangaceiros
fossem respeitados e até mesmo admirados por parte da população da época e
atual.
Existiram vários grupos de cangaceiros, diversos chefes como Cabeleira,
Zé da Feira, Jesuíno Brilhante, Antônio Silvino, Sinhô Pereira... mas, nenhum
deles chegou a se destacar tanto como Lampião, Virgolino Ferreira da Silva,
pernambucano natural de Vila Bela, atual Serra Talhada- PE. Sua existência e/ou
resistência nos sete Estados nordestinos durante um período, considerado muito
extenso para um líder cangaceiro, deveu-se muito a sua astúcia, divisão do seu
grupo em vários subgrupos, fazendo com que estivesse em lugares diferentes ao
mesmo tempo e, em contra partida, não se encontrava em lugar nenhum. Formação
de uma ‘malha’ de informantes bem arquitetada e os fornecedores de alimentos e
equipamento bélico. Por quase duas décadas ‘O Rei Vesgo’ foi o terror das
quebradas do Sertão.
Logo após seu assassinato, juntamente com mais dez
cangaceiros de seu grupo, tendo, na ocasião, também perecido o soldado Adrião,
Adrião Pedro de Souza, única baixa da Força Policial, ação comandada pelo
Tenente João Bezerra, pernambucano natural de Afogados da Ingazeira, que prestou
serviço na Força Policial alagoana, na Grota do Angico no Estado de Sergipe, em
meados de 1938, tem-se o início do fim da era dos terríveis cangaceiros.
Tendo
seu clímax em maio de 1940 com o assassinato do cangaceiro Corisco, Cristino
Gomes da Silva Cleto, natural de Água Branca - AL, pela Força Volante comandada
pelo então Tenente Zé Rufino, José Osório de Farias, pernambucano que prestou
serviço a Força Pública do Estado da Bahia, passou a compor as Forças em
Operações no Nordeste - F.O.N.E. Chegando a Segundo Tenente em 1939.
Foto
caricatura Rogério Jr.
Fonte: facebook
Página: Sálvio Siqueira O Cangaço
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário