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sábado, 8 de novembro de 2014

‘...TERIA SIDO UM SONHO DE LIBERDADE, UM ‘GRITO’ AO SOCIAL OU, SIMPLESMENTE, UM GRUPO DE MARGINAIS?’

Por Sálvio Siqueira

O Fenômeno Cangaço surgiu, no nordeste brasileiro, entre o meado do século XIX e o seu final. O próprio termo “cangaceiro”, em suas origens, faz referência ao termo “canga”, peça de madeira usualmente colocada nos muares e animas de transporte. Assim, a palavra cangaceiro, originalmente, faz uma alusão aos utensílios que os cangaceiros carregavam em seu corpo. Grupos de homens armados conhecidos como cangaceiros. Usavam roupas e chapéus de couro para protegerem os corpos da vegetação da caatinga. Usavam também, esta mesma vegetação, como fonte de alimento e ‘remédio’ no tratamento dos seus ferimentos. Estes grupos apareceram em função, principalmente, das péssimas condições sociais da região nordestina. Os latifúndios, que concentrava terra e renda nas mãos dos fazendeiros, deixando à margem da sociedade a maioria da população. 

Portanto, podemos entender o cangaço como um fenômeno social. Os cangaceiros não tinham ‘morada’ fixa. Viviam como nômades não por opção, era mesmo por necessidade devido a perseguições. Promoviam saques a fazendas, atacavam comboios e chegavam a sequestrar pessoas para obtenção de resgates. Caracterizado por atitudes violentas, andavam em bandos armados, espalhavam o medo pelo sertão nordestino. Aqueles que respeitavam e acatavam as ordens dos cangaceiros não sofriam, pelo contrário, eram muitas vezes ajudados. Esta atitude, fez com que os cangaceiros fossem respeitados e até mesmo admirados por parte da população da época e atual. 

Existiram vários grupos de cangaceiros, diversos chefes como Cabeleira, Zé da Feira, Jesuíno Brilhante, Antônio Silvino, Sinhô Pereira... mas, nenhum deles chegou a se destacar tanto como Lampião, Virgolino Ferreira da Silva, pernambucano natural de Vila Bela, atual Serra Talhada- PE. Sua existência e/ou resistência nos sete Estados nordestinos durante um período, considerado muito extenso para um líder cangaceiro, deveu-se muito a sua astúcia, divisão do seu grupo em vários subgrupos, fazendo com que estivesse em lugares diferentes ao mesmo tempo e, em contra partida, não se encontrava em lugar nenhum. Formação de uma ‘malha’ de informantes bem arquitetada e os fornecedores de alimentos e equipamento bélico. Por quase duas décadas ‘O Rei Vesgo’ foi o terror das quebradas do Sertão. 

Logo após seu assassinato, juntamente com mais dez cangaceiros de seu grupo, tendo, na ocasião, também perecido o soldado Adrião, Adrião Pedro de Souza, única baixa da Força Policial, ação comandada pelo Tenente João Bezerra, pernambucano natural de Afogados da Ingazeira, que prestou serviço na Força Policial alagoana, na Grota do Angico no Estado de Sergipe, em meados de 1938, tem-se o início do fim da era dos terríveis cangaceiros. 

Tendo seu clímax em maio de 1940 com o assassinato do cangaceiro Corisco, Cristino Gomes da Silva Cleto, natural de Água Branca - AL, pela Força Volante comandada pelo então Tenente Zé Rufino, José Osório de Farias, pernambucano que prestou serviço a Força Pública do Estado da Bahia, passou a compor as Forças em Operações no Nordeste - F.O.N.E. Chegando a Segundo Tenente em 1939.

Foto caricatura Rogério Jr.

Fonte: facebook

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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